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Nicolau Neto com o exemplar do livro O Anticristo. (FOTO/ Valéria Rodrigues). |
Já
falei aqui nesta mesma série do teólogo, filósofo e professor universitário que
deixou um legado importantíssimo na história da humanidade ao propor um
espírito irrequieto e clamar por liberdade, Friedrich Nietzsche com o livro
“Aurora”. Hoje, trago mais uma vez Nietzsche - um dos pensadores mais completos das chamadas Ciências Humanas.
(Grifo meu).
Em “O Anticristo”, uma das obras mais instigantes do autor e era sua intenção
colocá-lo como sendo a primeira obra, dentre outras três, para expor em um
conjunto de quatro que iriam ser chamados de “Vontade de Potência”, que
infelizmente não se concretizou. Veio a público uma escrita que fora forjada
por sua irmã Elisabeth Nietzsche que acabou por contrariar todo a lógica de pensamento
dele, inclusive expondo o pensamento do filósofo erroneamente.
Lida
e em muitas ocasiões mal interpretadas, “O Anticristo” é um dos escritos mais
brilhantes não só do autor, mas de toda a gama histórica, por trazer à tona uma
série de questões que pouquíssimas pessoas possuem a audácia de expô-la, ainda
mais com tanto zelo e propriedade com que Nietzsche as expôs. Neste livro, ele
destaca como fundamental as críticas aos valores estabelecidos em mais de dois
mil anos do Cristianismo e propõe a troca desses valores.
Nietzsche
foi um dos poucos a tocar na ferida da sociedade majoritariamente religiosa
cristã ao frisar que “o evangelho morreu na cruz” e isso incomoda muita gente.
Incomodou tanto que alguns atribuem a doença que ele adquiriu ao fato de ter
aversão a fé cristã e, portanto, a um castigo divino. E ainda há quem assim
pense. Ledo engano.
Nietzsche
combateu fortemente a ilusão pregada pelo cristianismo que transformou, segundo
ele, o homem e, portanto, o mundo em algo inferior. Ele luta contra o dualismo
que não leva ninguém a lugar algum, como, por exemplo, corpo e alma, terra e
céu, etc. O filósofo oferece uma nova visão de mundo, de sociedade sem as
amarras do cristianismo.
É
bom deixar exposto que Nietzsche não rejeitou a Cristo, apenas possuiu uma
ideia diferenciada das narradas até aqui. Para o filósofo tudo é vontade de
potência, por isso, além de dizer o evangelho morreu na cruz ressaltando que
Cristo era apenas um romântico que desejava mudar o mundo a partir do seu bom
coração, destaca outra de suas frases mais revolucionária “Deus está morto”. E até mesmo quando alguém ousou fazer ou propor o
contrário em nome de Deus como “Nietzsche
está morto”, assinado Deus, acabou por favorecer o pensamento do filósofo,
onde tudo é vontade de potência, ou em outras palavras tudo é vontade humana/
fruto da invenção e, ou, criação humana.
O
próprio Nietzsche ao descrever sua obra diz:
“Este livro destina-se aos homens mais raros... Conheço muito bem as qualidades que devo ter para que alguém me compreenda, aquelas que necessariamente o forçam a compreender-me. Para suportar a minha seriedade e a minha paixão é preciso ser íntegro nas coisas de espírito até as últimas consequências; estar acostumado a viver nas montanhas, a ver abaixo de si o mesquinho charlantanismo atual da política e do egoísmo dos povos”. (p. 37).
O
livro que disponho faz parte da coleção “A
Obra-Prima de Cada Autor”, um projeto que reúne mais de 300 volumes de
autores/as brasileiros/as e de outras nacionalidades, da editora Martin Claret
(2000) e
foi traduzido por Pietro Nassetti, sendo a 2ª reimpressão.
Minha
primeira leitura de O Anticristo foi ainda na universidade em 2009 e a segunda
ocorreu em 2014.
Não
encontrei essa versão para disponível para download, mas deixo abaixo o link de
uma outra versão.
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