Por Valéria Rodrigues, Colunista
A Escola Estadual de Educação Profissional Wellington Belém de Figueiredo, em Nova Olinda-CE, aderiu ao curso de letramento racial – práticas antirracistas pensado e desenvolvido pelo professor Nicolau Neto.
Por Valéria Rodrigues, Colunista
A Escola Estadual de Educação Profissional Wellington Belém de Figueiredo, em Nova Olinda-CE, aderiu ao curso de letramento racial – práticas antirracistas pensado e desenvolvido pelo professor Nicolau Neto.
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Professor Nicolau Neto. (FOTO | Acervo Pessoal). |
Por Valéria Rodrigues, Colunista
A redação do blog Negro Nicolau recebeu e-mail de Laurianne Gomes, Assessora de Participação Social e Diversidade, do Ministério da Igualdade Racial (MIR), informando que está havendo uma mobilização referente à construção de um Plano Nacional de Educação (PNE) Antirracista.
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Estudantes do 3º Ano A, da EEMTI Padre Luís Filgueiras, em Nova Olinda-CE. (FOTO | Prof. Nicolau Neto). |
Por Valéria Rodrigues, Colunista
A sub-representação feminina na política e como fator associado a violência política de gênero foi tema de um minicurso idealizado pelo professor Nicolau Neto, da EEMTI Padre Luís Filgueiras, em Nova Olinda-CE, e ministrado junto a estudante do 3º Ano A desta instituição, Jamile Bispo. A ação foi desenvolvida em cinco turmas: 3º A, 3º B, 3º C, 3º D e 2º A.
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Diego e Telvira (ao centro), Nicolau (à esqu) e Túlio. (FOTO | Pâmella Silva). |
Por Valéria Rodrigues, Colunista
O universitário Diego Fernando, do Curso de História na Universidade Regional do Cariri (URCA), defendeu na noite desta terça-feira, 02, seu trabalho monográfico de conclusão de curso sobre a Comunidade Quilombola Bananeira, na zona rural do município de Altaneira-Ce, como requesito para obter o título de licenciado.
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Professor Nicolau Neto. (FOTO | Lucélia Muniz). |
Por Valéria Rodrigues, Colunista
Atendendo a convite da professora e escritora carioca Lavini Castro, o professor, blogueiro e ativista dos direitos humanos das populações negras e indígenas, Nicolau Neto, resolveu se juntar a Rede de Professores Antirracistas.
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Nicolau Neto e equipe durante debate das propostas na Conferência Municipal de Educação de Nova Olinda-CE. (FOTO | Seduc| Nova Olinda). |
Por Valéria Rodrigues, Colunista
No final de novembro do ano curso a Câmara dos Deputados aprovou projeto de lei que transformou o 20 de novembro, Dia Nacional da Consciência Negra, em feriado nacional.
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(FOTO |Reprodução | Enzo Lima). |
Por Valéria Rodrigues, Colunista
O blog Negro Nicolau, mídia antirracista criada há 12 anos pelo professor Nicolau Neto, foi tema do vestibular da Universidade de Pernambuco (UPE). Segundo Nicolau Neto, a referência ao blog veio na questão 31 que trazia como discussão a temática da presença indígena no cariri cearense a partir de pesquisas arqueológicas.
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Nicolau Neto, editor do blog Negro Nicolau. (FOTO | Valéria Rodrigues). |
Por Valéria Rodrigues, Colunista
O Fórum Permanente pela Igualdade Racial (Fopir) lançou durante o primeiro ano de pandemia da Covid-19, em 2020, durante o evento “Quartas Antirracistas” o e-book “Mapeamento da Mídia Negra no Brasil”.
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Professor Nicolau Neto. (FOTO | Lucélia Munis). |
Por Valéria Rodrigues, Colunista
O Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros e Indígenas (NEABI), do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sul de Minas Gerais (IFSULDEMINAS) - Campus Avançado Carmo de Minas, realizará entre os dias 18 e 24 de novembro a 8ª Edição do Novembro Negro.
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Professor Nicolau Neto será condecorado com medalha do mérito legislativo em Altaneira. (FOTO | Lucélia Muniz). |
Por Valéria Rodrigues, Colunista
O poder legislativo de Altaneira em sessão ordinária na manhã desta quarta-feira, 06 de setembro, aprovou por unanimidade o projeto de Decreto Legislativo Nº 002/2023, de autoria do presidente casa, o vereador Deza Soares (PT), que concede medalha do mérito legislativo ao professor Nicolau Neto, fundador e editor deste blog.
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Inscrições abertas para o I Encontro de Professores de Ciências Humanas do Cariri. (FOTO | Divulgação | Instagram). |
Por Valéria Rodrigues, Colunista
Começaram neste sábado, 02, as inscrições para o I Encontro de Professores e Professoras de Ciências Humanas da Região do Cariri Cearense já estão abertas e podem ser realizadas a partir do preenchimento de dados em um formulário online junto ao Google Forms.
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Professor Nicolau Neto destaca em fórum regional que lei 10.639/2003 deve ser orientadora dos PPPs das escolas. (FOTO | Reprodução | Google Meet | Laene Augusto). |
Por Valéria Rodrigues, Colunista
Na manhã desta terça-feira, 27, no formato virtual, a 18ª Coordenadoria Regional de Desenvolvimento da Educação (CREDE 18) reuniu vinte e dois grêmios dos vinte e sete ligados a esta coordenadoria no Fórum Regional dos Grêmios Estudantis.
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Professor Nicolau Neto participará do Fórum Regional dos Grêmios Estudantis. (FOTO | Reprodução | WhatsApp). |
Por Valéria Rodrigues, Colunista
Na próxima terça-feira, 27, os grêmios estudantis de 27 escolas da rede estadual de ensino do Ceará, localizadas nas cidades de Altaneira, Antonina, Araripe, Assaré, Campos Sales, Crato, Nova Olinda, Potengi, Saboeiro, Salitre, Santana do Cariri e Tarrafas estarão reunidos para participarem do Fórum Regional dos Grêmios Estudantis, que será realizado pela 18ª Coordenadoria Regional de Desenvolvimento da Educação (CREDE 18).
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(FOTO | Reprodução). |
Por Valéria Rodrigues, Colunista
O município de Nova Olinda, na interior do Ceará, será sede do I Encontro de Professores e Professoras de Ciências Humanas do Cariri.
Idealizado pelo professor Nicolau Neto, da EEMTI Padre Luís Filgueiras, e apoio da 18ª Coordenadoria Regional de Desenvolvimento da Educação (CREDE 18), o evento reunirá neste primeiro momento todos os professores/as que lecionam História, Sociologia, Filosofia e Geografia em 4 municípios da Rede Estadual de Ensino do Ceará que compõem essa regional: Altaneira, Crato, Nova Olinda e Santana do Cariri.
O encontro será realizado no dia 21 de setembro e terá como temática “Educação Escolar e os Saberes Negros e Indígenas”. Segundo Nicolau, o objetivo é reunir professoras e professores interessados em discutir os caminhos para a construção de uma educação compromissada com as relações étnico-raciais com foco na superação do racismo e ao mesmo tempo na valorização dos saberes negros e indígenas. O que, para ele, passa necessariamente por uma mudança de paradigma educacional focado na descolonização curricular.
Nicolau afirmou a esta coluna que dentre os palestrantes que já confirmaram presença estão Marcos Ramos, professor de História da EEMTI Pe. Luís Filgueiras; Joedson Nacimento, professor indígena do Cariri e Carlos Tolovi, professor do Curso de Ciências Sociais da Universidade Regional do Cariri (URCA). A professora Dayse Vidal, integrante do Grupo de Mulheres Negras Pretas Simoa e que atualmente leciona Sociologia no Estado do Rio Grande Norte ficou de confirmar sua participação.
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Nicolau Neto defende obrigatoriedade de disciplina sobre História Afro-indígena em formação na EEM Patativa do Assaré. (FOTO | EEM Patativa do Assaré). |
Por Valéria Rodrigues, Colunista
A
EEM Patativa do Assaré, localizada na Serra de Santana, zona rural do município
de Assaré, realizou durante toda a manhã desta quinta-feira, 25 de maio, uma
formação para parte do corpo docente. A formação - como explicou o diretor da
instituição - o professor Flavio, visava refletir sobre os 20 anos da Lei
10.639/2003.
“Queremos antecipadamente agradecer o
professor Nicolau Neto por prontamente ter aceitado nosso convite para esse
momento que será um conversa com nossos professores e professoras. O Estado
escolheu esse ano a temática da cultura africana e afro-brasileira para seus
eventos. Então, a gente trouxe o professor para dialogar sobre ‘os aspectos
legais para trabalhar as relações étnico-raciais na educação’”, disse ele.
O
momento foi aberto com a exibição de um vídeo produzido com os (as) estudantes
da instituição durante a participação na fase escolar do evento Alunos que
Inspiram que esse ao teve como tema “a cultura afro-brasileira e sua
contribuição para uma educação antirracista”.
O
professor Nicolau começou agradecendo o convite da escola e parabenizando-a por
estar preocupada em refletir e traçar estratégias no combate ao racismo e, por
tanto, em construir políticas pedagógicas que não só reconheça, mas valorize e
propague os saberes do povo negro e indígena.
Nicolau
destacou que seus objetivos com a conversa era analisar como os povos africanos
e indígenas aparecem nos livros didáticos adotados e utilizados na EEM Patativa
do Assaré, além de “refletir sobre a
nossa prática do ensino” e indagou “onde
aparece os saberes afro-indígenas no meu plano de curso”?
Analisar e refletir sobre o processo ensino-aprendizagem com base na relações étnico-raciais é uma necessidade urgente. Não há democracia plena onde o racismo ainda define lugares que pretos, pretas e indígenas devam ou não ocupar. Nesse sentido, a escola, como um dos mais importantes espaços de promoção e divulgação de saberes sistematizados, precisa assumir seu papel na construção de uma sociedade que respeita, valoriza e propaga os multisaberes, desarranjando toda forma de preconceito, discriminação e racismo. (Nicolau Neto durante a formação, 25/05/23).
Para
corroborar com sua assertiva ele dialogou com uma fala do professor e artista
plástico Abdias do Nascimento que em uma entrevista respondida por e-mail por
sua esposa, Elisa, e subscrita por ele para O Inverso do Contraditório,
destacou “o racismo no Brasil se
caracteriza pela covardia. Ele não se assume e, por isso, não tem culpa nem
autocrítica. Costumam descrevê-lo como sutil, mas isto é um equívoco. Ele não é
nada sutil, pelo contrário, para quem não quer se iludir ele fica escancarado
ao olhar mais casual e superficial”.
Segundo
Nicolau, a fala de Abdias é atualizada a cada dia. Basta perceber o
silenciamento em muitas instituições, inclusive nas escolas, quanto o assunto é
o cumprimento das leis 10.639/2003 e 11.645/2008. Ambas falam da obrigatoriedade
do ensino sobre História e Cultura Afro-Brasileira e do ensino sobre História e
Cultura indígenas no âmbito de todo o currículo escolar. “Há
muita resistência”, pontuou Nicolau. “Quando muito se fala é em eventos
esporádicos. Não há uma política educacional direcionada”, destacou.
Intelectuais
como a filósofa Lélia Gonzales e o sociólogo Jessé Souza foram incorporados a
fala de Nicolau para dizer que institucionalmente ainda estamos muito distantes
de construir uma educação antirracista. De Lélia foi mencionado trechos do
livro “Racismo e Sexismo na Cultura Brasileira (1984)” e de Jessé, o livro “Como
o Racimo Criou o Brasil (2021)”.
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Professor Nicolau Neto junto a professores e professoras da EEM Patativa do Assaré. (FOTO | EEM Patativa do Assaré). |
A
conversa foi regada a muitas intervenções e contribuições dos professores e
professoras que entre outras reflexões mencionaram a questão da política de
cotas raciais e da representatividade negra e indígena (a ausência, na verdade)
nos espaços de poder.
Por
fim, o professor Nicolau destacou diversos exemplos de como as leis mencionadas
podem ser trabalhadas em sala e em todas as disciplinas e destacou que, apesar
de esforços individuais e de algumas escolas, é preciso que se tenha uma
modificação curricular. “Necessitamos de
um currículo que seja de fato descolonizado. Que contemple os multisaberes que
foram e continuam sendo apagados da história da educação brasileira” e
defendeu a necessidade das disciplinas “História
e Cultura afro-brasileira” e História e Cultura indígena” como obrigatórias
e presenciais na educação básica.
“Só assim para romper com as falas sobre a
gente apenas em eventos esporádicos”, disse. “Mas enquanto isso não ocorre, o que eu enquanto professor e professora
tenho feito? “Onde estão os saberes afro-indígenas no meu plano de curso”,
indagou.
Nicolau citou além das duas leis mencionadas como marcos legais, a LDB/96 alterada, as diretrizes curriculares nacionais para a educação das relações étnico-raciais e para o ensino de história e cultura afro-brasileira e africana e o Projeto Político Pedagógico da Escola (PPP).
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Instituto Búzios repercute oficina sobre saberes afro-indígenas desenvolvida pelo professor Nicolau Neto. (FOTO | Reprodução | Site Instituto Búzios). |
Por Valéria Rodrigues, Colunista
Uma oficina sobre “Saberes afro-indígenas e o ensino de sociologia nos livros didáticos” desenvolvida por Nicolau Neto, professor e editor deste blog, nas turmas de terceiro ano da Escola de Ensino Médio em Tempo Integral Padre Luís Filgueiras, no município de Nova Olinda -CE, repercutiu não só na região do cariri, mas a nível nacional.
Na região do cariri, sites como o da 18° Coordenadoria Regional de Desenvolvimento da Educação (CREDE 18) e blogs como o blog do Boa e do Amaury Alencar replicaram o texto produzido para este blog. A nível nacional, o site Alma Preta Jornalismo, com sede no Estado de São Paulo, repercutiu a oficina.
A oficina continua sendo alvo de repercussão nacionalmente. Na manhã desta quarta-feira, 17, foi a vez do site do Instituto Búzios reproduzir o texto na íntegra.
O Instituto Búzios “é uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público – OSCIP, entidade nacional sem fins lucrativos, reconhecida pelo Ministério da Justiça (Processo MJ nº 08026.001014/2004-04)” e tem como objetivo “apoiar e estimular o fortalecimento das organizações e movimentos sociais autônomos, comprometidos com a implementação de políticas e ações para a promoção da equidade racial, de gênero, a justiça ambiental, a conquista de direitos e a afirmação da cidadania”. Conforme informações constante do próprio site, “o nome do instituto é uma homenagem à Conjuração Baiana de 12 de agosto de 1798, também denominada Revolta dos Búzios”.
Com sede em Salvador, Bahia, o Instituto conta com vários integrantes, dentre os (as) quais Allan Assunção de Oliveira que responde pela coordenadoria geral, Guilherme Moreira da Silva (coordenador de comunicação social), Tamiris Pereira Rizzo (coordenadora de cursos e eventos) e Maria das Graças Terra Nova (coordenadora administrativa).
Na localidade, nenhum site, blog ou emissora de rádio repercutiu a oficina.
Clique aqui e confira a repercussão da oficina no site do Instituto Búzios.
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Estudantes do 3º Ano A, da EEMTI Pe. Luís Filgueiras, em Nova Olinda - CE. (FOTO | Prof. Nicolau Neto). |
Por Valéria Rodrigues, Colunista
Uma oficina sobre “Saberes afro-indígenas e o ensino de sociologia nos livros didáticos” desenvolvida por Nicolau Neto, professor e editor deste blog, nas turmas de terceiro ano da Escola de Ensino Médio em Tempo Integral Padre Luís Filgueiras, no município de Nova Olinda -CE, repercutiu não só na região do cariri, mas a nível nacional.
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Grunec lança nota de repúdio às violações a lei de cotas no Ceará. (FOTO/ Reprodução). |
Por Valéria Rodrigues, Colunista
O Grupo de Valorização Negra do Cariri (GUNEC)
lançou nesta segunda-feira, 19 de dezembro, nota de repúdio as violações sistemáticas à lei de cotas por parte das instituições
públicas do estado do Ceará. Segundo o grupo, mesmo havendo legislações tanto a
nível nacional, como o Estatuto da Igualdade Racial de 2010 e, no âmbito
estadual, como a que preceitua a reserva de vagas nos cursos de graduação das
universidades estaduais e a que estabelece a reserva de vagas nos concursos
públicos de entidades públicas estaduais, de 2017 e 2021, respectivamente, foi
preciso recorrer de forma coletiva ao sistema de justiça para denunciar a
inobservância dessas normas.
A nota endereçada a governadora do Ceará, Izolda Cela (Sem partido)
e ao governador eleito Elmano de Freitas (PT), foi assinada por vários
movimentos.
Confira abaixo o documento:
À Excelentíssima Senhora Governadora do Estado do Ceará
Professora Isolda Cela
Ao Senhor
Elmano de Freitas
Governador Eleito do Estado do Ceará
Fortaleza/CE
REPÚDIO A VIOLAÇÃO
SISTEMÁTICA DA LEI DE COTAS PELO ESTADO DO CEARÁ
O Grupo de Valorização Negra do Cariri
(GRUNEC) vem a público manifestar repúdio as violações sistemáticas à lei de
cotas por parte das instituições públicas do estado do Ceará.
A efetividade das políticas de ações
afirmativas, que resultou da luta histórica dos movimentos negros pela
igualdade, impõe à Administração Pública a observância da sua concretude,
tratando os iguais de forma igual e os desiguais de forma desigual, na medida
da sua desigualdade.
Apesar da existência da Lei nº 12.288/2010,
que instituiu o Estatuto da Igualdade Racial no âmbito nacional, que preza por
políticas em prol da igualdade, no âmbito estadual, a Lei n.º 16.197, de 17 de
janeiro de 2017 estabelece a reserva de vagas nos cursos de graduação das
universidades estaduais e a Lei n° 17.432/2021, que estabelece a reserva de
vagas nos concursos públicos de entidades públicas estaduais, apenas entre 2021
e 2022, diversos processos coletivos foram instaurados perante o sistema de
justiça para denunciar a inobservância dessas normas.
A título de exemplo, cita-se:
1-
Procedimento nº
01.2022.00000958-4, em trâmite no Ministério Público do Estado do Ceará, em
face do Instituto de Desenvolvimento Educacional, Cultural e Assistência
Nacional (Idecan) e o Estado do Ceará para retificação do resultado dos
candidatos autodeclarados negros do concurso público da Polícia Civil do
Ceará (PCCE);
2-
o Procedimento
n° 09.2022.00027444-7, em trâmite no Ministério Público do Estado do Ceará, em
face da Secretaria de Segurança Pública do Estado do Ceará e Perícia Forense do
Estado do Ceará (PEFOCE) para retificação do resultado dos candidatos
autodeclarados negros do concurso público da PEFOCE;
3-
a Ação Civil
Pública n° 0201613-44.2022.8.06.0071 em face da Universidade Regional do Cariri
(URCA) para retificação do edital do concurso público de magistério superior,
visando aplicação do percentual correto de vagas reservadas ao cotistas sem o
método de fracionamento;
4-
Procedimento nº
01.2022.00000969-5, em trâmite no Ministério Público do Estado do Ceará, também em face da URCA para implantação da
comissão de heteroidentificação nas seleções dos vestibulares;
5-
o acordo
extrajudicial entre Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social do Ceará
(SSPDS-CE), a Polícia Militar do Ceará (PMCE), a Secretaria de Planejamento e
Gestão do Estado do Ceará (Seplag), a Defensoria Pública do Estado do Ceará
(DPCE) e Fundação Getúlio Vargas (FGV) para convocação de mais candidatos
cotistas aprovados no concurso para soldado da PMCE.
O GRUNEC denuncia à sociedade que há por
parte dos gestores do Governo e dos órgãos do estado do Ceará um descumprimento
sistemático da efetividade da política de cotas por meio de omissões e práticas
administrativas ilegais, que burlam o microssistema legal que rege a política
afirmativa com o fim de criar obstáculos ou relaxar dolosamente os mecanismos
de controle, diminuindo na prática o quantitativo de pessoas negras com acesso
às vagas definidas em editais para os cotistas.
Importa ressaltar que a Política Afirmativa
de Cotas no Brasil tem respaldo na Constituição Federal, nas leis federais,
estaduais e nas diversas convenções internacionais firmadas junto aos sistemas
globais e regionais, como:
A - Convenção Internacional sobre a
Eliminação de todas as Formas de Discriminação Racial - aprovada pela Resolução
2106 da Assembleia Geral das Nações Unidas, de 21 de dezembro de 1965;
B - Declaração de Durban – adotada em 31 de
agosto de 2001, em Durban (África do Sul), durante a III Conferência Mundial de
Combate ao Racismo, Discriminação Racial, Xenofobia e Intolerância Correlata;
C - Convenção Interamericana Contra o Racismo
e a Discriminação Racial e Formas Conexas de Intolerância, ingressando no
ordenamento pátrio com status de Emenda Constitucional;
Há de se considerar que o período de
2015-2024 foi estabelecido como a Década Internacional dos Afrodescendentes
proposta pela Organização das Nações Unidas (ONU), cuja proposta é reconhecer a
desigualdade e a discriminação étnico-racial; promover a justiça através de
medidas especiais e desenvolver a comunidade afrodescendente assegurando a
adoção de políticas sociais.
As ações afirmativas são bandeiras históricas
dos movimentos negros brasileiros que reivindicam plena democracia nos espaços
de saber e poder. Na academia, é preciso que as universidades se comprometam
com a construção de uma agenda de enfrentamento ao racismo, o que inclui a
implementação das Leis 10.639/03 e 11.645/08 na estrutura curricular dos cursos
que ofertam e da política de cotas, com garantias de acesso e permanência.
No Ceará, as organizações dos movimentos
negros unem-se ao contexto nacional e, com isso, reivindicam a ampliação, o aperfeiçoamento
e o monitoramento das políticas de ações afirmativas nas instituições públicas do
Estado.
No Cariri cearense, o GRUNEC vem debatendo
essa questão desde a sua criação em 2001, com a realização de audiências
públicas e outras atividades onde essa pauta tem sido central, a entrega à URCA
da Carta de Princípios Institucionais para Políticas Afirmativas da Igualdade
Racial elaborada com a participação de outros coletivos negros como o Pretas
Simoa, as discussões geradas anualmente nos últimos 13 (treze) anos por ocasião
da realização do Artefatos da Cultura Negra que tem oferecido suporte formativo,
além dos encaminhamentos via carta aberta pelos Coletivos que formam esse
importante movimento de combate ao racismo e tem sido pauta das ações
protagonizada pelos movimentos estudantis.
Não obstante, os dados divulgados pelos
estudos do Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (IPECE)
demonstram que mesmo sendo um dos estados brasileiros com maior número de
população negra (72%), considerando a soma de pretos e pardos, os marcadores
sociais de desigualdades raciais são significativos no que diz respeito ao grau
de escolaridade, taxas de encarceramento, renda e ocupação formal,
evidencializando a precarização histórica da vida da população negra.
É por isso que as medidas legais adotadas
para a reserva de vagas para pessoas negras pressupõem uma reparação histórica
de desigualdades e desvantagens acumuladas, de modo a aumentar a representação
negra nos espaços de poder, saber e de tomadas de decisões, refletindo no seu
acesso a direitos fundamentais com igualdade de oportunidades.
Nesse ínterim, a reserva de vagas para
pessoas negras se justifica em face dos severos obstáculos enfrentados para a
sua inserção nas mais diversas esferas da vida social, fazendo-se necessária,
portanto, a aplicação da igualdade material, a fim de possibilitar o adequado
combate à discriminação racial.
O GRUNEC informa que ante a ausência de uma
retificação nas condutas dos gestores dos órgãos, autarquias e fundações
estaduais para correção, reparo e restauro da máxima eficiência da Política de
Cotas no Estado do Ceará passará a requerer providências perante as instâncias
federais e órgãos internacionais para que esta unidade federativa seja
compelida a repelir as burlas e omissões que afastam o povo negro do acesso às
vagas que lhe são de direito.
Crato/CE, dezembro de 2022.
ASSINAM ESSA NOTA:
Ponto de Cultura Municipal Terreiro das Pretas
CONSELHO MUNICIPAL DE PROMOÇÃO DA
IGUALDADE RACIAL-COMPIR CRATO
Conselho Estadual de Defesa dos
Direitos Humanos (CEDDH) e Conselho Municipal de Direitos Humanos de Sobral
(CMDH-Sobral)
NEDESA (Núcleo de Estudos de
Descolonização do Saber)
Associação Quilombola do
Cumbe/Aracati - CE
Organização Popular - OPA
Teia dos Povos do Ceará
Núcleo de Estudos em Gênero
e Relações Étnico-Raciais (NEGRER)
Instituição Religiosa de matriz
africana. Candomblé Quilombaxé Kwe Sèjá Omi Yponda
MNU (Movimento Negro Unificado)
Rede de Mulheres negras do Ceará
Confederação dos trabalhadores do
serviço público municipal - Confetam/CUT
Conselho Municipal dos Direitos da
Mulher do Crato
Ouvidoria Geral Externa da
Defensoria Pública
Caritas Diocesana de Crato
Fórum Cearense de Mulheres-AMB
De Preto Plataforma de Criação e
Produção Artística
Espaço Arte Africana Campinas
NEPIR- Núcleo de Educação para
Promoção de Igualdade Racial (Juazeiro do Norte)
Neabi - IFCE Juazeiro do
Norte
Coletivo Camaradas
Ponto de Cultura Carrapato
Cultural
CAIC
CARLKISSDANCE- COMPANHIA DE DANÇA
NEGRA CONTEMPORANEA
Associação Abayomi Juristas
Negras
Associação Mensageiras da Paz
Comitê Quilombola
Fórum Permanente de Educação e
Diversidade Ético Racial do Ceará
Comitê impulsionador em defesa da
liberdade religiosa
NOSSO movimento pelo bem estar no
Brasil
NEEHDREM UFCA (Núcleo de Estudos
em Educação, História, Diversidades, Raça, Etnia e Movimentos Sociais)
Frente de Mulheres do Cariri
Instituto Feminista Casa Lilás
Íamis kariris
Trupe dos Pensantes - Artes
Coletivo Florestar