Prefeito reeleito de Altaneira ainda não falou se haverá mudanças ou não na equipe de trabalho

DELVAMBERTO (PSB) - FOTO DE ARQUIVO


Tendo conseguido a reeleição para administrar mais uma vez o Município de Altaneira, desta vez por quatro anos, Delvamberto Soares (PSB) ainda não deu nenhuma declaração referente a equipe de trabalho para o mandato 2013/2016.

Na semana passada o socialista foi a Rádio Altaneira Fm mais em nenhum momento discorreu sobre o assunto e nem foi indagado pelos componentes do informativo Notícias em Destaque a respeito do tema.

Naquela oportunidade, o prefeito reeleito teceu comentários sobre os atrasos dos pagamentos de alguns servidores. Para ele, o fato é que o município está passando por dificuldades financeiras ocasionadas, como por exemplo, dívidas com o Instituto Nacional do Seguro Social – INSS não pagas devidamente por gestões anteriores.  Fato esse contestado pelo ex-prefeito e cassado Antonio Dorival de Oliveira ontem (30).

Ainda no que diz respeito à equipe de apoio para esse novo mandato há algumas especulações de mudanças em alguns setores, mas nada comprovado. Os atuais Secretários são Tereza Leite (Educação), Mirian Tolovi (Cultura, Desporto e Turismo), Ceza Cristovão (Agricultura e Meio Ambiente),  Dariomar  Soares (Saúde), Silvia Valéria Bantim (Trabalho e Assistência Social) e  Ariovaldo (Governo).

Mãos ao alto: Ex-prefeito e cassado de Altaneira fala em boa gerência dos recursos públicos

IMAGEM DO GOOGLE


Antonio Dorival de Oliveira, Ex - prefeito de Altaneira, estreou a sua falta de jeito e coerência administrativa em entrevista concedida hoje, 30, ao informativo Notícias em Destaque veiculado ao meio dia na Rádio Comunitária Altaneira Fm, revelando certa afoiteza diante do vazio. Entrou no Studio, deu um suspiro e engatilhou a única arma de que parece dispor para superar a humilhante situação que lhe foi imposta pelos próprios membros do grupo, quando em último comício realizado antes da votação não pode participar do palanque dos correligionários.

O tucano frisou que durante sua gestão, de 2005 ao início de 2011, fez muito mais do que o prometido. Dentro desse período, pouco mais de sete anos, sua administração atendeu a todos os requisitos populares. Não perseguiu nenhum funcionário, não transferiu ou demitiu ninguém.  Esses discursos não lhe caem bem. Exceto, talvez, quando a quantia é mencionada.

Afoitezas e cifras à parte, não seria pretensioso e, ou, descabido indagar: Quer enganar a quem? Seria ele tão fluente discursivamente a ponto de enganar a si mesmo? Os discursos proferidos hoje pelo tucano são descabidos, afinal de contas, A sua gestão é responsável direta e indiretamente pelos problemas sociais que a cidade vive. 

A sua administração foi, não sem razão, um desastre para os trabalhadores e para o povo pobre, reduziram direitos sociais, os serviços públicos aconteceram de forma precária, além de governar diretamente para as elites da cidade, aprofundando o abismo social entre ricos e pobres. Some-se a isso, ao fato de ele ter sido, na recente história política local, o primeiro prefeito cassado.

Não se pretende fazer aqui uma apologia a atual Administração, esse não é, necessariamente o foco da questão. O que se pretende aqui é tecer comentários sobre as circunstâncias históricas que ensejaram tal entrevista e os seus desdobramentos. 

Faz-se necessário discorrer ainda que o empreguismo, a manipulação das massas, forma suas marcar mais profundas. As palavras do ex-gestor são um verdadeiro assalto a inteligência do eleitor- cidadão alteneirense.


*Resultados das eleições demonstram força de agremiações de esquerdas e impõe derrotas a direitas neoliberais

SÍMBOLO DO NEOLIBERALISMO


Sem dúvida, o resultado mais contundente e que demonstra uma nova guinada positiva no processo eleitoral brasileiro foi a conquista da prefeitura de Macapá (AP).  Foi um resultado histórico para as pretensões da esquerda nesta localidade. Afinal de contas é a primeira prefeitura em capital que o Partido Socialismo e Liberdade – PSOL consegue desde sua criação. O sentimento que fica é que o povo do norte está dando os primeiros passos rumo a uma nova forma de fazer política. Que Macapá sirva de exemplo para outros espaços sociais. (Acompanhe essa matéria clicando aqui)

“O resultado geral do segundo turno das eleições municipais, consumado no último domingo (28), indica um significativo avanço das forças e partidos progressistas, cuja contrapartida é a derrota da direita neoliberal, malgrado o sucesso desta em algumas capitais.”

Por Wagner Gomes, presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil

A vitória mais relevante ocorreu na cidade de São Paulo, conquistada por Fernando Haddad e sua vice, Nádia Campeão, num memorável duelo contra o tucano José Serra, protagonista dos escândalos que acompanharam o programa de privatizações do governo FHC.

A capital mais populosa e mais rica do país deixa de ser uma fortaleza das forças conservadoras e, a julgar pelas declarações do prefeito eleito domingo, será colocada no rumo das mudanças iniciadas em 2002 com a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva. Haddad, que toma posse em janeiro, consciente de que a vitória refletiu o “sentimento de mudança que domina a alma do povo de São Paulo”, reiterou os compromissos assumidos durante a campanha e garantiu que o objetivo central da nova administração “é diminuir a grande desigualdade existente em nossa cidade, derrubar o muro da vergonha que separa a cidade rica da pobre”.

As lideranças sindicais e os movimentos sociais participaram ativamente da batalha eleitoral, ao lado dos candidatos comprometidos com a classe trabalhadora e os interesses maiores do povo, com a consciência de que os resultados colhidos em outubro deste ano se projetam sobre as lutas futuras, cabendo destacar o pleito de 2014, quando estará em jogo a Presidência da República, o Congresso Nacional e os governos estaduais.

O avanço das forças progressistas abre caminho a mudanças mais audaciosas que a nação reclama. Cabe citar, neste sentido, a necessidade inadiável das reformas estruturais defendidas pela CTB e pela 2ª Conclat. Entre elas, a reforma política, cuja urgência é atestada pelo custo crescente das campanhas eleitorais, que sujeitam os pleitos ao controle e à corrupção do poder econômico, como sugerem os fatos investigados pela CPI do Cachoeira.

É consenso entre inúmeros especialistas e políticos progressistas que para moralizar de fato as campanhas e subtrair o processo eleitoral da influência do poder econômico é imperioso estabelecer o financiamento público exclusivo das campanhas, além de estabelecer novas normas visando a maior democratização do pleito.

Também cobram urgência a reforma tributária, que na opinião da CTB deve desonerar o trabalho e a indústria, bem como taxar as grandes fortunas e a especulação financeira; a reforma agrária, bandeira secular da classe trabalhadora; a reforma urbana, com o objetivo de tornar as cidades mais humanas; a reforma da mídia, combatendo os monopólios da comunicação; a reforma educacional.

São reformas que podem dar um novo impulso ao processo de mudanças iniciado dez anos atrás, que não pode ser dado por concluído ou, muito menos, imune a retrocessos. Apesar dos inegáveis avanços conquistados até o momento, há muito por fazer. A vitória de domingo renova o fôlego e dá novo ânimo à luta por transformações sociais mais profundas. É este o seu sentido mais progressista, que devemos sublinhar.

*Título Original: Wagner Gomes: Resultados fortalecem luta por reformas estruturais, modificado pela redação do INFORMAÇÕES EM FOCO.

Fonte: Portal Vermelho

Morreremos por nossas terras, diz liderança Guarani Kaiowá do MS

Ládio Veron - Líder  Guarani Kaiowá


 “Estamos sendo encurralados, prejudicados, massacrados através dos jornais e das decisões dos juízes”. A frase de Ládio Veron em depoimento para a Carta Maior vem para reforçar uma carta escrita por indígenas guarani kaiowás de Pyelito Kue, no Mato Grosso do Sul, sobre a disposição de lutarem até a morte caso tentem despejá-los de suas terras, conforme indica decisão da Justiça Federal de Navirai-MS, em 29 de setembro. A situação jurídica do local segue em impasse, assim como das aldeias Passo Pirajú e Potrero Guasu.

Ládio viajou a São Paulo nesta sexta-feira (26) com intuito de aumentar a rede de solidariedade aos guarani kaiowás. Ele reforçou que a luta do seu povo não é somente contra os despejos, mas pela demarcação definitiva das terras indígenas. Segundo a liderança, existem 49 aldeias prontas para serem reconhecidas como terra indígena, mas foram embargadas pelo Supremo Tribunal Federal. A demora da Funai para realização dos estudos antropológicos também é motivo, segundo ele, para o aumento dos conflitos.

“A cana que hoje está sendo plantada lá e colhida como etanol já é misturada com sangue indígena Guarani Kaiowá”, disse o cacique. Ele se refere ao peso do agronegócio na região que teve uma guinada após acordo do ex-presidente brasileiro Lula com ex-presidente dos Estados Unidos Georg Bush sobre a produção de biocombustíveis.

As ameaças e os despejos em si são constantes na região. Nos últimos dez anos, a quantidade de terras demarcadas diminuiu, e, assim, aumentou a instabilidade dessas populações. Quando não são praticados oficialmente, os despejos são realizados à bala por jagunços, como relatam os próprios indígenas.

A ausência de floresta para sua subsistência, a utilização de agrotóxico nas plantações de cana e soja que contamina o solo e gera doenças, as ameaças de morte e diversos tipos de violência praticadas contra esta população são marcas do Mato Grosso do Sul. Nesta mesma quarta-feira (24), uma indígena de Pyelito Kue foi abusada sexualmente por oito homens em uma fazenda, conforme denunciaram os indígenas. Aquele é o estado com maior índice de indígenas assassinados - cerca de 500, sendo 270 lideranças, em dez anos.

Diante da boa receptividade da luta dos indígenas nas redes sociais, várias atividades foram programadas. Em 18 cidades foram agendados atos de solidariedade, entre os dias 27 de outubro e 9 de novembro. As iniciativas podem ser conhecidas no site http://solidariedadeguaranikaiowa.wordpress.com...











Fonte: Carta Maior

Macapá: Clécio é o primeiro Prefeito do PSOL em Capital

CLÉCIO (PSOL) DEPOIS DE VOTAR


Macapá é um município brasileiro, capital do estado do Amapá. Localizada no sudeste do estado, é a única capital estadual que não possui interligação por rodovia a outras capitais. Ademais, é a única cortada pela linha do Equador e que é localizada às margens do Rio Amazonas. Macapá pertence à mesorregião do Sul do Amapá e à microrregião homônima.

Neste domingo, 28 (vinte e oito), os eleitores, a exemplo do último dia 07 (sete) se deslocaram mais uma vez até os locais de votação para escolherem quem iria governar o município por mais quatro anos.

Na disputa pelo comando de Macapá, estavam Roberto (PDT) pela coligação PDT, PP, PMDB, PSL, PSC, PR, PSDC, PHS, PSD e PTdoB e Clécio (PSOL) candidato pela coligação formada por PSOL, PCB, PPS, PRTB, PMN, PTC e PV.

Foi um resultado histórico para as pretensões da esquerda nesta localidade. Afinal de contas é a primeira prefeitura em capital que o Partido Socialismo e Liberdade – PSOL consegue desde sua criação.

Segundo o Tribunal Superior Eleitoral – TSE, Macapá possui 253.365 mil eleitores.  Compareceram as urnas 207.064, o que representa 81, 73%. Dos votos válidos, o socialista obteve 50,59% ou 101.261 (cento e um mil, duzentos e sessenta e um) votos. 
O candidato derrotado chegou a atingir 98.892 votos ou 49,41% do eleitorado.

O sentimento que fica é que o povo do norte está dando os primeiros passos rumo a uma nova forma de fazer política. Que Macapá sirva de exemplo para outros espaços sociais.

SP: Diretório Municipal do PSOL divulga nota explicativa sobre posicionamento no Segundo Turno




Em reunião realizada quarta-feira à noite, Diretório Municipal do PSOL definiu posicionamento do partido no segundo turno da disputa à prefeitura de São Paulo. A decisão aprovada pelo partido é por não indicar voto nem em José Serra (PSDB) nem em Fernando Haddad (PT), embora admita que "parte da militância do PSOL votará legitimamente em Haddad para enterrar Serra".

Há, no entanto, diferenciações entre as duas candidaturas. Os socialistas rejeitam de forma veemente a candidatura tucana.  “Rejeitamos veementemente a candidatura de José Serra, responsável direto pelos problemas sociais que a cidade vive. As gestões Serra-Kassab foram um desastre para os trabalhadores e para o povo pobre, reduziram direitos sociais, precarizaram os serviços públicos e governaram diretamente para as elites da cidade, aprofundando o abismo social entre ricos e pobres. Não há qualquer perspectiva de diálogo entre o PSOL e o projeto de Serra”, diz trecho sobre o tucano.

Confiara a nota:

Seguir firme na luta por uma nova política

Posição do Diretório Municipal do PSOL São Paulo sobre o segundo turno em 2012

Durante o primeiro turno o Partido Socialismo e Liberdade fez a opção de defender e reafirmar um novo modo de fazer política e obteve importantes vitórias em todo o Brasil, alcançando votações expressivas, elegendo vereadores e consolidando-se como o partido que mais cresce no país.

Em São Paulo, sem alianças espúrias e financiamento de empreiteiras, bancos e multinacionais, as candidaturas de Carlos Giannazi a prefeito e dos vereadores do PSOL foram exemplares na defesa de um projeto alternativo de cidade, com a inversão de prioridades para defender e ampliar direitos sociais e civis da população e combater a segregação urbana e a imensa desigualdade social.

A candidatura de Giannazi enfrentou a imensa distorção causada pelo financiamento privado de campanha, a cobertura tendenciosa e desigual da grande mídia e as imensas máquinas eleitoreiras para deixar sublinhado o recado: para enfrentar de fato a crise urbana que São Paulo vive é necessário compromisso com um projeto político real de transformação e não diferentes gerentes para o mesmo projeto ao qual o poder econômico submete a cidade.

Felizmente, com a força de uma construção coletiva, conseguimos eleger um vereador do PSOL e a partir de agora, independentemente de quem vença as eleições, haverá na Câmara uma verdadeira oposição de esquerda, combativa, um autêntico porta-voz dos mais diversos movimentos sociais. A votação importante da legenda alavancada por Giannazi também demonstrou que para uma parcela importante da população o voto útil foi aquele que serviu para fortalecer princípios e valores que nós tanto reclamamos na política como coerência, ética, compromisso social e independência política do poder econômico.

Nesse sentido, o cenário do segundo turno carece de alternativas que estejam em contradição com a velha política.

Rejeitamos veementemente a candidatura de José Serra, responsável direto pelos problemas sociais que a cidade vive. As gestões Serra-Kassab foram um desastre para os trabalhadores e para o povo pobre, reduziram direitos sociais, precarizaram os serviços públicos e governaram diretamente para as elites da cidade, aprofundando o abismo social entre ricos e pobres. Não há qualquer perspectiva de diálogo entre o PSOL e o projeto de Serra.

Por sua vez, embora apareça como o “novo”, ou para muitos o “menos pior”, a candidatura de Haddad tem limites muito explícitos para ser a alternativa que São Paulo precisa. Sua campanha milionária, bancada pelas mesmas grandes empreiteiras que financiam Serra condicionam a política urbana futura, como ficou claro na apresentação do principal plano de Haddad – o arco do futuro – para os megaempresários do Secovi. As alianças espúrias como Maluf, por exemplo, também cobrarão a conta na possível prefeitura.

Estamos cientes que uma parte da militância do PSOL votará legitimamente em Haddad para enterrar Serra e outra parte não votará em ninguém também de forma legítima. A direção municipal do PSOL, coerente com a necessidade de construir outro modelo de política e sabendo que a construção da São Paulo que queremos não se resume apenas às eleições, orienta que sigamos firmes na luta cotidiana e não indica voto em nenhum dos candidatos entendendo que nossos eleitores são suficientemente capazes e politizados para tomar uma decisão para o segundo turno.












Fonte: Carta Maior

SP: A última eleição sob a tutela da Globo



A sólida dianteira de Haddad em SP, reafirmada pelo Ibope e o Datafolha desta 5ª feira, deixa ao conservadorismo pouca margem para reverter uma vitória histórica do PT; talvez a derradeira derrota política do seu eterno delfim, José Serra. Ainda assim há riscos. Não são pequenos. Eles advém menos da vontade aparentemente definida do eleitor, do que da disposição midiática para manipulá-la, nas poucas horas que antecedem o pleito de domingo.

Há alguma coisa de profundamente errado com a liberdade de expressão num país quando, a cada escrutínio eleitoral, a maior preocupação de uma parte da opinião pública e dos partidos, nos estertores de uma campanha como agora, desloca-se propriamente do embate final de idéias, para prevenir-se contra a 'emboscada da véspera''.

Não se argui se ela virá; apenas como e quando a maior emissora de televisão agirá na tentativa de raptar o discernimento soberano da população, sobrepondo-lhe seus critérios, preferências e interditos.

Tornou-se uma aflita tradição nacional acompanhar a contagem regressiva dessa fatalidade.

A colisão entre a festa democrática e a usurpação da vontade das urnas por um interdito que se pronuncia de véspera, desgraçadamente instalou-se no calendário eleitoral. E o corrói por dentro, como uma doença maligna que pode invalidar a democracia e desfibrar a sociedade.

A evidencia mais grave dessa anomalia infecciosa é que todos sabem de que país se fala; qual o nome do poder midiádico retratado e que interesses ele dissemina.

Nem é preciso nominá-los. E isso é pouco menos que a tragédia na vida de uma Nação.

De novo, a maleita de pontualidade afiada rodeia o ambiente eleitoral no estreito espaço que nos separa das urnas deste 28 de outubro.
Em qualquer sociedade democrática uma vantagem de 15 pontos como a de Haddad seria suficiente para configurar um pleito sereno e definido.

Mas não quando uma única empresa possui 26 canais de televisão, dezenas de rádios, jornal impresso, editora, produção de cinema, vídeo, internet e distribuição de sinal e dados.

Tudo isso regado por uma hegemônica participação no mercado publicitário, inclusive de verbas públicas: a TV Globo, sozinha, receberá este ano mais de 50% da verba publicitária de televisão do governo Dilma.

Essa concentração anômala de munição midiática desenha um cerco de incerteza e apreensão em torno da democracia brasileira. Distorce a vida política; influencia o Judiciário; corrompe a vaidade de seus membros; adestra-os, como agora, com a cenoura dos holofotes a se oferecerem vulgarmente, como calouros de programas de auditório, ao desfrute de causas e interesses que tem um lado na história. E não é o do aperfeiçoamento das instituições nem da Democracia.

O conjunto explica porque, a três dias das eleições municipais de 2012, pairam dúvidas sobre o que ainda pode acontecer em São Paulo, capaz de fraudar a eletrizante vitória petista contra o adversário que tem a preferência do conservadorismo, a cumplicidade dos colunistas 'isentos',a 'independência' do Judiciário e a torcida, em espécie, da plutocracia.

Não há nessa apreensão qualquer traço de fobia persecutória.

Há antecedentes. São abundantes a ponto de justificar o temor que se repitam.

Multiplas referenciais históricas estão documentadas. Há recorrência na intervenção indevida que mancha, enfraquece e humilha a democracia,como um torniquete que comprime a liberdade das urnas.

Mencione-se apenas a título ilustrativo três exemplos de assalto ao território que deveria ser inviolável, pelo menos muitos lutaram para que fosse assim; e não poucos morreram por isso.

Em 1982, a Rede Globo e o jornal O Globo arquitetaram um sistema paralelo de apuração de votos nas eleições estaduais do Rio de Janeiro.

Leonel Brizola era favorito, mas o candidato das Organizações Globo, Moreira Franco, recebera privilégios de cobertura e genuflexão conhecidos. Os sinais antecipavam o estupro em marcha das urnas.

Ele veio na forma de um contagem paralela - contratada pela Globo - que privilegiaria colégios do interior onde seu candidato liderava, a ponto de se criar um 'consenso' de vitória em torno do seu nome.

O assédio só não se consumou porque Brizola recusou o papel de hímen complacente.

O gaúcho recém chegado do exílio saiu a campo, convocou a imprensa internacional, denunciou a fraude em marcha e brigou pelo seu mandato. Em entrevista histórica --ao vivo, por sua arguta exigencia, Brizola denunciou a manobra da Globo falando à população através das câmeras da própria emissora.

Venceu por uma margem de 4 pontos. Não fosse a resistência desassombrada, a margem pequena seria dissolvida no contubérnio entre apurações oficiais e paralelas.

Em 1983 os comícios contra a ditadura e por eleições diretas arrastavam multidões às ruas e grandes praças do país.

A Rede Globo boicotou as manifestações enquanto pode, mantendo esférico silêncio sobre o assunto. O Brasil retratado em seu noticioso era um lago suíço de resignação.

No dia 25 de janeiro de 1984, aniversário da cidade, São Paulo assistiu a um comício monstro na praça da Sé. Mais de 300 mil vozes exigiam democracia, pediam igualdade, cobravam eleições.

O lago tornara-se um maremoto incontrolável. A direção editorial do grupo que hoje é um dos mais aguerridos vigilantes contra a 'censura' na Argentina, Venezuela e outros pagos populistas, abriu espaço então no JN para uma reportagem sobre a manifestação. Destinou-lhe dois minutos e 17 segundos.

Compare-se: na cobertura do julgamento em curso da Ação penal 470, no STF, o mesmo telejornal dispensou mais de 18 minutos nesta terça-feira a despejar ataques e exibicionismos togados contra o PT, suas lideranças e o governo Lula.

Naquele 25 de janeiro estava em causa, de um lado, a democracia; de outro, a continuidade da ditadura.

Esse confronto mereceu menos de 1/6 do tempo dedicado agora ao julgamento em curso no STF. Com um agravante fraudulento: na escalada do JN, a multidão na praça da Sé foi associada, "por engano", explicou depois a emissora, 'a um show em comemoração aos 430 anos da cidade'. Passemos...

Em 1989, o candidato do PT, Luiz Inácio Lula da Silva e Fernando Collor de Mello realizariam o debate final de uma disputa acirrada e histórica: era o primeiro pleito presidencial a consoliar o fim da ditadura militar.

No confronto do dia 14 de dezembro Collor teve desempenho pouco superior ao de Lula. Mas não a ponto de reverter uma tendência de crescimento do ex-líder metalúrgico; tampouco suficiente para collorir os indecisivos ainda em número significativo.

A Globo editou o debate duas vezes. Até deixá-lo 'ao dente', para ser exibido no Jornal Nacional.

Collor teve um minuto e oito segundos a mais que Lula; as falas do petista foram escolhidas entre as suas intervenções mais fracas; as do oponente, entre as suas melhores.

Antes do debate a diferença de votos entre os dois era da ordem de 1%, a favor de Collor; mas Lula crescia. Depois do cinzel da Globo, Collor ampliou essa margem para 4 pontos e venceu com quase 50% dos votos;Lula teve 44%. As consequências históricas dessa maquinação são sabidas.

São amplamente conhecidas também as reiterações desse tipo de interferência nos passos posteriores que marcaram a trajetória da democracia brasileira.

Ela se fez presente como obstaculo à vitória de Lula em 2002; catalisou a crise de seu governo em 2005 --quando se ensaiou um movimento de impeachment generosamente ecoado e co-liderado pelo dispositivo midiático conservador; atuou no levante contra a reeleição de Lula em 2006 e agiu na campanha ostensiva contra Dilma, em 2010.

A indevida interferência avulta mais ainda agora. Há sofreguidão de revide e um clima de 'agora ou nunca' no quase linchamento midiático promovido contra o PT, em sintonia com o calendário e o enrêdo desfrutáveis, protagonizados por togas engajadas no julgamento em curso do chamado mensalão'.
Pouca dúvida pode haver quanto aos objetivos e a determinação férrea que vertem desse repertório de maquinações, sabotagens e calúnias disseminadas.

Sua ação corrosiva arremete contra tudo e todos cuja agenda e biografia se associem à defesa do interesse público, do bem comum e da democracia social.Ou, dito de outro modo, visa enfraquecer o Estado soberano, desqualificar valores e princípios solidários que sustentam a convivência compartilhada.

Os governantes e as forças progressistas brasileiras não tem mais o direito --depois de 11 anos no comando do Estado- de ignorar esse cerco que mantem a democracia refém de um poder que só a respeita enquanto servir como lacre de chumbo de seus interesses e privilégios.

Os requintes de linchamento que arrematam o espetáculo eleitoral em que se transformou a ação Penal 470, ademais da apreensão com a 'bala de prata midiática' que possa abalar a vitória progressista em SP, não são fenômenos da exclusiva cepa conservadora.

A conivência federal com o obsoleto aparato regulador do sistema de comunicações explica um pedaço desse enredo. Ele esgotou a cota de tolerância das forças que elegeram Lula e sustentam Dilma no poder.

O país não avançará nas trasformações econômicas e sociais requeridas pela desordem neoliberal se não capacitar o discernimento político de mais de 40 milhões de homens e mulheres que sairam da pobreza, ascenderam na pirâmidade de renda e agora aspiram à plena cidadania.

A histórica obra de emancipação social iniciada por Lula não se completará com a preservação do atual poder de veto que o dispositivo midiático conservador detém no Brasil.

Persistir na chave da cumplicidade, acomodação e medo diante desse aparato tangencia a irresponsabilidade política.

Mais que isso: é uma assinatura de contrato com a regressão histórica que o governo Dilma e as forças que o sustentam não tem o direito de empenhar em nome do povo brasileiro.

Que a votação deste domingo seja a última tendo as urnas como refém da rede Globo, dos seus anexos, ventrílocos e assemelhados. Diretas, já! Esse é um desejo histórico da luta democrática brasileira. Carta Maior tem a certeza de compartilhá-lo com seus leitores e com a imensa maioria dos homens e mulheres que caminharão para a urna neste domigo dispostos a impulsionar com o seu voto esse novo e inadiável divisor da nossa história.






Fonte: Carta Maior

Altaneira – CE: qual deve ser a prioridade do Prefeito Delvamberto no mandato 2013/2016

IMAGEM: MUNICÍPIO DE ALTANEIRA


Com o objetivo de contribuir para o efetivo exercício da cidadania pós-processo eleitoral, bem como o de permitir a construção de um governo participativo, o Portal de Comunicação INFORMAÇÕES EM FOCO está com uma enquete disponibilizada no mesmo com a seguinte pergunta qual deve ser a prioridade de Delvamberto a partir de janeiro de 2013?

Para participar, basta clicar em uma das alternativas da enquete disponibilizada do lado direito do blog e, em seguida confirmar clicando em votar.

Participe, exerça a sua cidadania e contribua para um governo participativo e ajude no desenvolvimento do seu município.

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ELEITOS PARA O MANDADO 2013/2016


A população de Altaneira colocou no último dia 07 (sete) do mês corrente cinco caras novas para compor a Câmara Municipal.

Para um desavisado ou que não demonstra tanto conhecimento assim da política local dá a entender que os eleitores demonstraram um grande desejo de renovar o legislativo, o que não deixa de ter um fundo de verdade nisso. Toda via, é preciso frisar que dos atuais nove vereadores, dois não resolveram disputar mais um mandato e outro, apesar de ter lançado seu nome no processo eleitoral não se configurou como um real candidato, haja vista que o mesmo abdicou da reeleição em prol da esposa.

Os vereadores Zé Fernandes (PSDB) que ora faz parte do grupo oposicionista a Administração e Devaldo Nogueira (PSB) da base aliada ao governo municipal optaram por não concorrer a um novo mandato. Já o Presidente da casa, Raimundinho da Mota (PRB) lançou seu nome, mas na campanha pediu votos para sua companheira, Alice Gonsalves (PSB).

Seis vereadores buscavam renovar seus mandatos. Três pela situação e três pela oposição. No primeiro caso veio Lélia de Oliveira, Flávio Correia e Deza Soares, todos do PCdoB. No segundo, Professor Adeilton (PP), Genival Ponciano (PTB) e Antonio Henrique (PV). Apenas Flávio Correia e Antonio Henrique não conseguiram a renovação.

Por esses dados à renovação no legislativo não foi tão expressiva como aparenta ser, já que cinco novos nomes irão formar o corpo legislativo. Entrarão cinco, mas sairão apenas três. Não se pretende afirmar com isso que se os dois vereadores que não buscaram renovar os mandatos, se os tivesse teriam conseguido. No entanto, a entrada dos mesmos na disputa poderia reduzir ainda mais a renovação ou ter dado a esta a consolidação.

Sendo mais específico, pode-se afirmar que mesmo com os cinco novos edis o cenário na Câmara não mudará muito, ou quase nada. Atualmente a situação conta com maioria na casa. Em janeiro de 2013, a administração do prefeito reeleito Delvamberto Sores (PSB) continuará com total apoio da maioria. Por sua vez, o grupo oposicionista continuará com quatro vereadores.

Em análise por partido, o PCdoB irá ter o número reduzido de três para apenas dois parlamentares. O PSB continuará com um representante, mesmo número do PSDB, PP, PTB, assim como do novato (no município) PSL. Em franca ascensão aparece o PRB que terá dois representantes.

O portal de comunicação INFORMAÇÕES EMFOCO procurou algumas pessoas para falar sobre essa nova configuração que se desenhará a partir de janeiro ou ainda para saber o que eles esperam dos atuais e dos novos vereadores. O sentimento de todos eles é que o legislativo seja mais forte e atuante. Que cada um possa assumir uma postura séria, autônoma e coerente, independentemente de está ligado a situação ou a oposição.  Que as discussões travadas na casa estejam mais em consonância com os interesses populares.

Confira o quadro dos eleitos clicando aqui




Serra: Enfia os pés pelas mãos e apresenta um truque por dia

JOSÉ SERRA (PSDB)


Quem achava que depois da caça ao kit gay estaria esgotado o estoque de excrescências desta campanha, errou. A quatro dias das eleições municipais de 2012, Serra revira seus guardados no saco do desespero. Elege um truque por dia. Enfia os pés pelas mãos. Como se tentasse correr na areia movediça, transforma sua campanha num atoleiro. Desta vez foi longe demais.

Os impulsos que o desespero revela provocam calafrios em círculos tucanos mais serenos. A essa altura, tudo o que pedem é que o dia 28 chegue logo.
Nesta terça-feira, em entrevista à amigável rádio CBN (emissora das organizações Globo), o candidato que trouxe o obscurantismo religioso ao centro da disputa, ungindo Silas Malafaia em assessor para os bons costumes, metabolizou Cesare Lombroso.

O tucano - se eleito - pretende criar nada menos que um programa de monitoramento de jovens com 'propensão' para cometer crimes.

Em resumo, criminalizar antes aqueles que se considere potencialmente criminosos.

Como? Acompanhe. Seria um braço da Febem agindo, secretamente supõe-se, dentro das escolas, das periferias, naturalmente.

Objetivo: vigiar jovens que, nas palavras do candidato José Serra: " Ainda não entraram para o mundo do crime (frise-se o 'ainda'), "mas que podem ter propensão para isso".

E arremata algo assustador: " Vamos fazer um trabalho preventivo, de identificar quem tem potencial para ir para o crime ou para a droga"

O teor de higenismo social intrínseco a esse projeto deixa o feito anterior de Serra, as rampas anti-mendigo, lançadas quando passou pela prefeitura em 2006, no chinelo das aberrações conservadoras. Que não são poucas.

Combater o crime identificando preventivamente o criminoso foi o propósito do criminologista e psiquiatra italiano, Cesare Lombroso (1835-1909), que se dedicou ao estudo da antropologia criminal.

Serra, se eleito, poderá queimar etapas e recorrer à tipificação antropológica feita por Lombroso. O propósito de ambos é o mesmo: liquidar o mal pela raiz.

A raiz, como se sabe da visão conservadora, está no indivíduo, não na sociedade que deve ser preservada.

Os famintos são culpados pela sua fome, não as instituições. O desemprego só existe porque os preguiçosos se recusam a pegar no batente pelo salário disponível no mercado autorregulável . Etc.

Antes que a juventude pobre cause embaraços, a exemplo do que se pretendeu com as rampas anti-mendigo, instaladas sob viadutos e calçadas de bairros elegantes, vamos então tipificá-la.

A coisa começa por aí.

O precursor italiano de Serra, Cesare Lombroso apregoava que o delinqüente possuía caracteres próprias, natas, tais como: protuberância occipital, órbitas grandes, testa fugidia, arcos superciliares excessivos, zígomas salientes, prognatismo inferior, nariz torcido, lábios grossos, arcada dentária defeituosa, braços excessivamente longos, mãos grandes, anomalias dos órgãos sexuais, orelhas grandes e separadas etc etc

Desenvolvida a partir de observações entre prisioneiros dos cárceres e dos manicômios, a teoria lombrosiana define que a biologia estampa o destino social do ser humano. E deixa tudo mais fácil: a pessoa é vigiada e punida pelo que a fisionomia antecipar que será. Sem nuances.

Assim como as prisões em que Lombroso concluiu sua 'tipificação', as escolas das periferias em que Serra pretende vigiar criminosos potenciais também estão lotadas de pobres.

Serra, a exemplo de seguidores de Lombroso, não tardará assim a identificar nos pobres as características congênitas do crime e do criminoso.

O resto deixa com o Coronel Telhada.

O vereador eleito pelo PSDB, o famoso policial linha dura da Rota foi elogiado recentemente por Serra.O tucano identificou no trabalho de quem perdeu a conta de quantos matou um esforço "comprometido com os direitos humano' .

Do que mais será capaz esse astuto rapaz?











PCom informações do Carta Maior

Estudante denuncia escola por promover proselitismo católico



O estudante Mustafa Jean Muksen, entre outros, denunciou a direção do tradicional Colégio Estadual Regente Feijó, de Ponta Grossa (PR), ao Núcleo Regional de Educação por promover proselitismo católico disfarçado de atividade pedagógica. A cidade tem mais de 300 mil habitantes e fica a 103 km de Curitiba.

Muksen disse que na semana passada e em parte desta a direção da escola obrigou os estudantes a assistirem às palestras da “Semana do Secretariado”. A atividade foi usada para uma lavagem cerebral, porque o que se apresentou foi uma visão de mundo apenas do ponto de vista religioso, algo incompatível com a natureza de uma estabelecimento de ensino público.

“Se fosse apenas uma palestra, eu não reclamaria, mas foram todos os dias”, disse Muksen. “E tudo pela ótica cristã. Não houve representação de outras religiões.”

Pelo relato que o estudante fez ao Núcleo Regional, as atividades incluíram, além das palestras, orações, preces e clamores, em desacordo com a laicidade do Estado brasileiro.

Muksen. afirmou que, além do proselitismo religioso, um palestrante difundiu discriminação por gênero, ao rebaixar as mulheres em relação aos homens, como se elas fossem as culpadas por uma suposta decadência da juventude.

“A mulherada está perdendo seu valor, tem menina com 12, 13 anos que já beijou muito”, disse o palestrante, que foi gravado pelo celular de Muksen.

O palestrante, cujo nome não foi divulgado, argumentou: “Por que as mulheres querem se igualar aos homens, se o homem tem direito a pegar menina por que eu não posso ficar com quem eu quero? Não, não é assim gente”.

O Colégio Regente Feijó foi fundado em fevereiro de 1927. Oferece ensino médio e profissionalizante. Ele leva o nome do padre e político Diogo Antonio Feijó (1784-1843).

O Jornal da Manhã, de Ponta Grossa, informou que a direção do colégio não tinha se manifestado até quarta-feira (17) sobre a denúncia de proselitismo religioso. Cleozi Santos, diretora-auxiliar, disse ao jornal que ainda não tinha sido notificada pelo Núcleo Regional de Educação, e Claiton Antônio Bentivenha, o diretor, não foi localizado.

Fonte:  paulopes.com

Organizações pediram nova lei para comunicação brasileira



Para marcar o dia nacional de luta pela democratização da comunicação, 18 de outubro, a campanha “Para expressar a liberdade: uma nova lei para um novo tempo” foi lançada no Congresso Nacional na última quinta-feira (18) em audiência pública promovida pela Frente Parlamentar pela Liberdade de Expressão e o Direito à Comunicação com Participação Popular (Frentecom) e pelo Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC).

Rosane Bertotti, presidenta do FNDC, considerou que legislação brasileira para as comunicações é incompatível com a história recente do Brasil, de aprofundamento da democracia e de conquistas sociais. “Tivemos diversos avanços na democracia, com um operário e uma mulher chegando à presidência, tiramos milhões da pobreza, mas a comunicação desse país ainda continua arcaica”.

Este ano, o Código Brasileiro de Telecomunicações, que rege o funcionamento de rádios e TVs, completou 50 anos, apesar de todas as mudanças políticas, sociais, econômicas e tecnológicas vividas pela sociedade brasileira nas últimas cinco décadas.

O clima da audiência foi de cobrança. “Esse debate tem sido feito pelo movimento social e por poucas vozes dentro do governo federal. São muito poucos, acho que podemos contar em uma mão”, criticou Bertotti, que também cobrou o Marco Regulatório das Comunicações, cujo projeto de lei foi deixado pelo governo Lula e para o qual o atual ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, já prometeu diversas vezes submeter à consulta pública.

“O Congresso que tem que responder por isso. Precisa ser pressionado e sensibilizado para que assuma a sua parte da responsabilidade”, acrescentou a deputa Luiza Erundina (PSB-SP).

O dirigente do MST, Alexandre Conceição, classificou como “inadmissível” o fato da presidência da República, além de não combater a concentração dos veículos de comunicação, ainda destinar com 70% de sua verba publicitária aos maiores grupos de mídia e maiores responsáveis pela criminalização dos movimentos sociais perante a opinião pública.

O diretor do Sindicato dos Jornalistas do Distrito Federal, Jonas Valente, destacou que o famoso slogan de Lula, “a esperança venceu o medo”, não chegou às políticas públicas de comunicação. “Ainda estamos numa batalha para o governo soltar uma consulta pública para que, talvez um dia, possa virar um projeto de lei que, talvez um dia, possa ser aprovado por essa casa” protestou, acrescentando que, enquanto ministro Paulo Bernardo é eleito homem do ano pelas empresas de telecomunicações, o seu ministério não enviou ninguém para acompanhar a audiência.

Diversas intervenções lembraram que a atuação nociva do oligopólio midiático na cobertura julgamento do chamado “mensalão”. “Estamos num caso patente onde os meios não tentam só agendar os governos ou parlamentos, mas o judiciário” disse Valente. “A gente fica tão refém dessas forças como a pauta do STF que se submete totalmente a uma agenda de uma mídia dominada por interesses que não são os reais do povo brasileiro. Não que não haja um clamor para que nosso governo e instituições tenham cada vez mais transparência e lisura, mas pelo processo de carnavalização e espetacularização que assumiu a cobertura, com propósitos absolutamente eleitorais”, acrescentou Sergio Mamberti, secretário de políticas culturais do Ministério da Cultura.

O deputado Jean Willys (PSOL-RJ) acentuou que a atual falta de controle sobre a mídia dá espaço para, por exemplo, a sublocação de espaços nas TVs para religiões atacarem outras crenças e ainda difundirem mentiras. “E a ideia de controle social das mídias é censura tem sido usada [pelos grandes veículos] para gerar um pânico. Nada mais é do que uma estratégia de impedir o debate”, disse.

Com esse discurso, a Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP) tem se articulado para evitar a ascensão de legislações mais rígidas e descentralizadoras para o setor, como é o caso recente da Argentina.

Reunidos em congresso esta semana em São Paulo, Judith Brito, presidenta da Associação Nacional de Jornais, disse que “democratização da comunicação é eufemismo para censura”. “Aquela entidade conservadora que deu sustentação as ditaduras do continente agora vem atacando a democratização”, disse Erundina, que também saudou Dilma Rousseff por ter se recusado a participar do evento.

A representante da Plataforma dos Movimentos Sociais pela Reforma do Sistema Político, Eliana Magalhães, afirmou que todo o trabalho pela reforma política não pode estar dissociado da democratização da comunicação. “É a questão do poder, estamos batalhando para democratizar o poder nesse país (...)A concepção da plataforma vai além do sistema eleitoral para democratizar todos os processos e espaços de decisão, onde se exerce o poder nesse país”, concluiu.

Ao final da audiência pública, os presentes foram convocados pelo FDNC para se dirigir até o Ministério das Comunicações e fincarem cartazes da campanha “Para expressar a liberdade: uma nova lei para um novo tempo”.


Fonte: Carta Maior