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Falta de saneamento básico em cidade equatoriana piora situação da população em tempo de Covid -19. |
Guayaquil é a capital de Guayas, no
Equador. Segundo o senso de 2010, a população de Equador é estimada em 17,37
milhões de pessoas. Guayaquil é a primeira cidade em população 2,291 milhões e
Quito, capital da província, tem 1,619 milhão de pessoas. Isso justifica porque
Guayaquil tem maior número de pessoas infectadas pelo coronavírus no país, 73%
dos casos (cerca de 4.000 pacientes). Equador tem uma cifra de 7.529
infectados, 597 recuperados e 355 mortes (estes dados sempre alteram a cada
instante). E mais dados serão aumentados quando começar a operar o teste
rápido. Os médicos estimam que em Guayaquil às mortes possam chegar entre 2.500
a 3.500 pessoas. Essa doença provocou colapso no sistema hospitalar e funerário
do país. O governo de Equador informou neste domingo (12) que conseguiu remover
quase 800 corpos de pessoas que morreram em suas residências, 631 em hospitais
de Guayaquil no decorrer destas três semanas.
A população está receosa que sejam
todos de coronavirus. Por isso se tem atrasado a transferência de corpos.
Diante da situação, moradores de Guayaquil transmitiram vídeos de corpos
abandonados nas ruas e depoimentos de moradores que ficaram de 3 a 5 dias com
seus mortos em casa, devido os médicos se recusarem a dar a causa da morte e as
funerárias não quiserem fazer o atendimento por medo da doença. Outro problema
tem sido o custo muito alto para o uso de uma sepultura. Familiares estão indo
enterrar seus mortos no interior se desviando do policiamento. Pois, não há
espaço suficiente nos cemitérios.
Na região onde está o bairro Monte
Sinai, existem cerca de 200 mil pessoas e nenhum cemitério. A administração
municipal resolveu construir um cemitério nesta localidade e os moradores
reagiram justificando ser inadequado por ficar ao lado de um riacho, próximo ao
hospital e das residências. Todos temem que seja apenas uma vala ou fossa para
depositar os mortos. Houve uma negociação com lideranças do bairro e mudou o
local da construção.
O presidente Lénin Moreno está sempre
usando os meios de comunicação para dar informações e coloca como prioridade
neste momento a questão sanitária, a economia e o problema social. Os veículos
particulares circulam no país uma vez por semana, controle feito de acordo com
o final da placa, o toque de recolhimento é 15 horas e para sábado e domingo 24
horas. As mesmas normas determinadas no Brasil, também no Equador, cada
necessitado receberá $ 60,00. Será votado uma lei que se reduzirá os salários
do presidente, vice-presidente e deputados em 50% e os empregados de carteira
assinada se descontará 10% do seu ganho para uma conta solidária contra o
COVID-19 neste tempo de pandemia.
Entretanto, neste tempo de crise, os
empresários pressionam o governo para retirar subsídios que impede o não
aumento do petróleo e gás de cozinha. Porém, as comunidades indígenas, pela
segunda vez, protestam fechando as estradas das serras para evitar tal ação do
governo.
Os povos indígenas são bastante
respeitados pela população equatoriana. Estas ações mostram a força de
organização e seu protagonismo. Nestes dias, o bairro Monte Sinai foi
abastecido pelas comunidades indígenas na distribuição de alimentos e folha de
eucalipto para combater a febre, gripe e purificação dos pulmões através da
inalação do chá contra o efeito coronavírus.
Outras ações estão sendo feitas pelas
comunidades de base na distribuição de alimentos aos mais carentes. Tem-se
notado o despertar de lideranças, principalmente entre as mulheres que fazem um
trabalho de acompanhamento terapêutico através da medicina natural neste tempo
de pandemia. Esta pode ser uma das razões porque a periferia tem sido menos
afetada. Usa-se também o chá da folha da manga para manter a imunidade.
O bairro Monte Sinai tem sua história
marcada pelas ocupações de terras públicas. Não se tem uma política de
saneamento básico, somente em algumas ruas existem piçarramento e não tem água
encanada. Todos os dias passa o carro pipa vendendo água. As casas mais simples
dos pobres são construídas de bambu. E assim é, também, a arquitetura da igreja
da Paróquia Batismo de Jesus.
No caminhar da fé, nesta América
Latina, somos muito, mas formamos um só corpo: onde sofre o teu irmão, a tua
irmã, ali deve está o nosso coração!
Pe. Vileci – Brasil
Em terras equatorianas
13 de abril – massacre de Eldorado
dos Carajás
Segunda-feira da oitava da Páscoa
Vileci, ex-padre de Altaneira, está no Equador desde o dia 8 de março, mas não teve condições de retornar
ao Brasil em virtude das medidas de isolamento social recomendadas pela Organização
Mundial da Saúde (OMS). (Clique aqui e confira o primeiro relato do padre).
___________________________
Texto e
foto encaminhada a redação do Blog pelo padre por meio da professora Socorro
Lino.
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