Questões sobre filosofia africana antiga

 

(FOTO | Reprodução).


Por Nicolau Neto, editor


Neste 25 de maio é celebrado mundialmente o Dia da África. A data foi instituída há 50 anos pela Organização das Nações Unidas (ONU) tendo como referência um encontro ocorrido em 25 de maio de 1963, na Etiópia. Neste evento, 32 chefes de Estados Africanos decidiram criar a Organização da Unidade Africana (OUA), hoje União Africana.

Naquela oportunidade, o objetivo era dialogar e traçar estratégias para combater os efeitos desastrosos da colonização e do neocolonialismo.

O momento serviu e serve para refletir acerca das questões raciais para além das fronteiras geográficas.

Nesse sentido e buscando colaborar no debate sobre como essas questões são (ou nao) abordadas nas escolas, disponibilizo abaixo duas questões acerca da filosofia africana antiga. Ambas corroboram para o debate sobre o racismo sistêmico.


01 – (blog Negro Nicolau, 2021). O que seria um filósofo ou uma filósofa? Existiu de fato uma filosofia africana como aquela que foi e ainda é passada para gerações de estudantes - a filosofia grega -, organizada e estruturada no formato de livro? Embora não vejamos textos nos livros didáticos sobre o que chamamos de filosofia africana antiga, existe sim uma tradição filosófica na África.


Sobre o assunto, podemos considerar que:


a) A filosofia em África tem uma história diversificada e rica, possuindo ligação desde o Egito pré- dinástico e segue até o nascimento do cristianismo e do islamismo;

b) A ideia de “Ma’at” - que significa “o que é certo” ou “justiça” – deixa muitas dúvidas sobre se de fato houve a contribuição desse continente para os questionamentos vindos da filosofia na África;

c) Ptah-hotep, um famosos pensador antigo grego, é autor de uma das maiores obras de filosofia política, que foi empregado nas escolas egípcias durante séculos.

d) Embora se fale sobre a contribuição de África para o pensar filosófico, não há documentação que comprove isso.


02 – (blog Negro Nicolau, 2021). “....Jean-François Champollion (1790-1832), o decifrador da escrita sagrada egípcia, sempre considerou o Egito antigo e sua civilização como filha da África.… este mesmo autor afirma “não apenas a precocidade e o pioneirismo dos saberes do Egito antigo sobre aqueles da Grécia, mas ele designa claramente o Egito como tendo sido a fonte de inspiração da Grécia, especialmente no nascimento da filosofia.”


SOMET, Yoporeka. A África e a Filosofia. Revista Sísifo – v. 1, nº 4, Novembro. Ano 2016 - ISSN:

2359-3121.


De acordo com o texto e com os conhecimentos sobre o assunto, marque a alternativa correta:


a) As informações presentes no texto destacam o papel do Egito no processo de civilização africana, mas são insuficientes para colocar este continente como construtor de saberes filosófico;

b) este autor, como muitos outros que escrevem sobre o papel de África em diversos campos dos saberes, inclusive na filosofia, estão presentes nos programas e currículos escolares;

c) Uma dos motivos para o apagamento da importância dos saberes africanos, principalmente no campo da educação, é o cumprimento integral da lei 10.639/2003 nas escolas.

d) As informações presentes no texto destacam o papel do Egito no processo de civilização africana, além de servir como fonte que coloca a África não só como berço da humanidade, mas também da filosofia.


Gabarito

01 - A

02 - D


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