Os
donos de estabelecimentos comerciais no município de Altaneira lançaram na semana
passada em carros de som e motos equipadas com sonorização pelas principais
ruas da cidade nota em que decidiam fechar seus pontos neste domingo, 30,
visando perceber que tipo de reação teria a comunidade quanto à mudança do dia
de feira nesta municipalidade.
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Estabelecimentos comerciais estiveram fechados de forma parcial neste domingo, 30. Foto: João Alves. |
A
decisão foi tomada depois de discussões realizadas no auditório da Câmara de
Vereadores no último dia 16 do mês corrente onde se fizeram presentes os
vereadores Professor Adeilton (PP) e Genival Ponciano (PTB), da base
oposicionista ao prefeito Delvamberto Soares (Pros), além dos edis Antonio
Leite (Pros) e Edezyo Jalled (SDD), que pertencem à base de sustentação da
administração. Sem nenhuma decisão tomada de imediato, a não ser uma análise
dos vereadores junto a Assessoria Jurídica da Casa Legislativa para perceberem
a possibilidade de apresentação de um projeto de lei nesse sentido.
Toda
via, percebeu-se que nem todos os comerciantes resolveram aderir ao que expunha
a nota. Na manhã de ontem, 30, a cada dois comércios fechados, notava-se que se tinha a
mesma quantidade aberto.
O
Jurista e blogueiro Raimundo Soares Filho lançou na rede social facebook enquete
com o propósito saber o posicionamento dos internautas quanto à possibilidade
de mudança do dia feira do domingo para o sábado. Dos 82 votantes, 53, 6% são favoráveis à mudança,
o que representa 44 (quarenta e quatro) votos. Já 38 (trinta e oito) votantes, 46,3% preferem
que o dia da feira permaneça aos domingos.
Justificativas dos Comerciantes
Mas
em que se baseiam os donos de estabelecimentos para quererem a mudança de
feira, algo que desde que Altaneira se tornou município, na década de 50 do
século passado, ocorre aos domingos? Algo que já virou símbolo da tradição
cultural dos munícipes? Segundo
depoimentos colhidos pelo radialista João Alves, um dos comerciantes chegou a
afirmar que pretendem obter um dia de folga. E que durante o ano só folga dois
dias. Afirmou ainda que aos domingos, eles (comerciantes) não lucram quase
nada.
Pensando
por esse lado não há o que se contestar. Afinal de contas, é um direito que
todo trabalhador tem – um descanso. Ora, se a questão é o descanso, não vejo o
porque de sacrificar tradição, algo
cultural (é bom que se deixa claro isso) em detrimento unicamente desse
descanso, pois pode perfeitamente se conviver com os dois. Fecha-se os pontos
comerciais aos domingos e a feira permanece no mesmo dia.
É
digno de registro que o caso não se encerra com essas discussões e que o poder
legislativo precisa se posicionar a respeito. A mudança ou não do dia da feira não é uma ato a ser decido somente pelos comerciantes, tão pouco deve ser fruto apenas de uma legislação por parte dos vereadores. O ideal seria a realização de uma
audiência pública onde a comunidade possa se manifestar de fato e de direito.
Confira mais fotos do domingo (30/03)