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Padre Vileci Vidal. (FOTO/ Reproduçã do Vídeo). |
Causou
espanto, tristeza e comoção em várias partes do Brasil, o horror vivenciado por
moradores de Guayaquil, uma das maiores cidades do Equador, a empilharem corpos
nas calçadas e nas ruas, com medo da pandemia do Coronavirus (Covid-19).
Há
relatos propagados pelas principais mídias daqueles país e do Brasil de que o
número de mortos já ultrapassou a casa dos dois mil, inclusive com cadáveres
que são mantidos em residências por até cinco dias.
No
fim da tarde desta sexta-feira, 03, a redação do Blog foi contactada pela
professora altaneirense Socorro Lino em que ela afirmou que o Vileci Vidal,
ex-pároco da paróquia de Altaneira, está na cidade afetada. Segundo a
professora, o padre foi a Guayaquil para um encontro continental das
Comunidades Eclesiais de Base (CEBs) e do encontro de assessores destas mesmas
comunidades que ocorre anualmente na América Latina e ficou sem condições de
retorno ao Brasil em face da pandemia.
Em
vídeo gravado pelo pároco e enviado por Socorro Lino a redação do Blog, Vileci
explica que “este encontro não chegou
sequer ao seu término porque foi anunciado a quarentena” no Equador e que “tiveram que antecipar” as suas saídas do
país. “Mas”, explica, “de todos não foi
possível eu viajar. Nem eu, nem o Prudêncio da Guatemala”.
Ele
relata que foram acolhidos nas casas dos padres diocesanos na cidade de Guayaquil,
na paróquia do batismo de Jesus e menciona que estão cumprindo as
determinações, sem saírem de casa e pede que todos façam o mesmo.
Em
que pese ao colapso dos sistemas de saúde e funerário desta cidade equatoriana,
em um áudio do padre também encaminhado ao Blog pela professora, ele destaca
que as informações dos cadáveres abandonados nas ruas são verdadeiras. Diz
tratar-se “de três casos aqui em
Guayaquil onde os familiares estão sem querer enterrar seus mortos com medo do
coronavirus”. Segundo Vileci, há um caso de uma senhora que faleceu e ontem
fez quatro dias e não se sabe se houve o enterro hoje.
Ainda
conforme o padre há um agravamento onde as mortes acontecem e os cadáveres não
são registrados de forma que se possa dá uma causa ao falecimento. Ele frisa ainda que
na sexta-feira “a televisão anunciou
2.758 casos confirmados, com 98 mortes”. “Também se sabe que são números anunciados, mas isso não é real. Há quem
diga que o número é bem maior porque são muitas mortes onde negam-se o
registro, como o caso de coronavirus para não assustar a população”.
Segundo
Vileci, “outra questão também complicada”
lá são “muitos idosos abandonados pelas
famílias que moram e morrem as vezes de solidão, de temor. É uma situação muito
delicada. Só resta esperar para as coisas melhorarem. ”
Por
fim, Vileci que está no Equador desde o dia 8 de março e que atualmente é
pároco da cidade de Araripe, na microrregião do cariri oeste, diz que é um
momento de viver o espírito de solidariedade universal, de cuidar uns dos
outros. "É um tempo de esperança", finaliza.
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