Analfabetos em Historia Africana são racistas



Analfabetismo é não saber ler e o pior não saber raciocinar sobre a realidade dos fatos históricos, pois os desconhecem em profundidade e ficam difundido as máximas racistas anti a população negra por diversos motivos. Muitos realmente desconhecem e propagam informações erradas que perpetuam os racismos ou que servem de informação para nutrir os racismos contrários ao bem viver e a estabilidade física, psíquica e econômica da população negra. Outros conhecem e subvertem, produzem a divulgação distorcidas dos fatos, produzem analises superficiais e saem falando repetições da superficialidade com a eloquência de quem sabe e anunciam nos meios de comunicação o que sambem que esta errado e que defende os seus interesses passados, presentes e futuros.

Professor Dr. Henrique Cunha.
(Foto: Professora Dra. Cícera Nunes)
Porque estou falando isto? Devido às tramas e marcadores de reorganização das estruturas racistas e dominadoras de grupos de europeus conservadores e de parte dos seus descendentes que em razão dos avanços dos movimentos negros, da visão dos grupos humanitários e democráticos, se organizaram para lutar contra. Dentre as pautas que produziram ganhos para as populações negras como cotas se destacou o processo de revermos as historia da África e dos Africanos. Sim rever em razão que o racismo cientifico tinha introduzido muitas distorções e mentiras que precisavam ser revistas. Diziam que os países Africanos no passado não tinham cultura, não tinham escritas e muito menos civilizações. Tudo erros e mentiras históricas feitas como verdade por uma literatura racista que ate hoje é utilizada e que serve de base para livros errados como Casa Grande e Senzala. Por isto precisamos do passado e devido esse fator existem muitos novos conservadores brasileiros dizendo que precisamos esquecer o passado. Bom que os que têm dito que precisamos esquecer o passado mentem, porque eles mesmo não querem esse esquecimento para si e somente para nós, vejam que as heranças econômicas que eles recebem são as principais lembranças documentais do passado que eles não querem de maneira alguma esquecerem.

A nova estratégia racista tem divulgado a informação de que não é necessário as reparações históricas para os povos africanos, pois os próprios africanos venderam seus pares para os escravistas criminosos. Temos ai uma necessidade de aprofundamento da historia e de não trabalharmos a historia na sua superfície e nem no seu analfabetismo racista.

Vamos aos fatos. Não existe venda sem compra, e não existe produção de decorrências sem uso da compra. Ou seja, mesmo que africanos tenham vendido seus pares, quem comprou e usou a mão de obra africana, produziu o sistema do escravismo criminoso nas Américas e enriqueceu com isto foram os europeus e seus descendentes. As reparações são pelas decorrências dos usos criminosos e das fortunas acumuladas, além dos prejuízos imensos sofridos pelas populações negras no Brasil e nas Américas. A maior divida é sobre os prejuízos acumulados, pela persistência das condições impostas pelo escravismo criminoso. As reparações são uma proposta dos movimentos pan-africanistas, mas elas foram aceitas pela maior parte dos países democráticos em convenções internacionais como legitimas. Portanto os grupos no Brasil conservadores, tanto de esquerda como da direita, e pasmem, mas tem muitos dos membros da esquerda que não querem as reparações históricas, esses grupos estão disseminando uma campanha dizendo que os africanos foram responsáveis por venderem os demais africanos. Devemos ter cuidado com o analfabetismo histórico mesmo de historiadores brasileiros famosos, eles estão reforçando os parâmetros do racismo antinegro e do uso da historia sem profundidade. As pessoas se aproximam de nós com a trama de que eu ouvi dizer, e não de eu quem estou dizendo, sim eles não assumem as precariedades de informação e de formação que estão produzindo. Temos que esquecer o passado é falado em vozes altas mesmo nos corredores das universidades brasileiras, nas reuniões de professores nas escolas que não implantam as leis sobre a historia e a cultura africana e agora nas igrejas evangélicas que operam em favor do racismo religioso antinegro.
Vejamos mais fatos importantes. A venda, a compra, o uso e os benefícios e malefícios do uso. Olha na esquina da minha casa sempre tem alguém vendendo droga. Eu não compro, pois é ilegal, causa sérios prejuízos a saúde e aos sistemas da sociedade. Ponto, não eu não compro. Entretanto tem os que compram. Os que compram e que ficam viciados e destruídos pela compra. E não pesam as consequências para suas famílias e para a sociedade como um todo. Mas quem é estava na esquina vendendo? Não é ele que produziu o sistema do trafico e nem é ele que vai ficar rico vendendo a droga. Quem aparece, vai preso e fica fixado são os que estão nas esquinas vendendo. Os reais usuários dos lucros da droga ficam escondidos. Repito os reais usuários dos lucros e não das drogas são os que são responsáveis pela tragédia. Não que com isto se elimine a culpa dos participantes, entretanto não eles que tem que reparar a sociedade e pagar para reconstrução do que esta sendo destruído de vidas humanas. Assim que é necessário sempre um aprofundamento dos fatos históricos para compreendermos a totalidade dos acontecimentos. Nas economias não existe apenas quem vende. Existe que criou o sistema, existem os mantêm os sistemas e quem fez fortuna como o sistema e é responsável pela reparação. O comercio de africanos foi um fato autorizado pelos papas no século 15, criados pelos invasores do continente africano, e mais que invasores destruidores do continente. Para quem não sabe é bom dizer que os europeus e os turcos criaram ampla rede de fortalezas e prisões em todas as partes do continente para protegerem os seus comércios. Que exércitos foram mantidos e financiados por investidores europeus para as invasões dos países africanas e para exploração do comercio, ou seja, para exploração inclusive do escravismo criminoso. Os invasores, em 4 séculos, destruíram mais de 100 grandes cidades africanas. O sistema europeu impôs as nações e aos reis africanos a participação nesse comercio infame e o mando europeu. Os reinos impérios e cidades que não se submeteram foram simplesmente arrasadas e aniquiladas.

Portanto cuidado com o supostos analfabetos sobre a historia africana eles podem ser difusores de justificativas racistas sobre escravismo criminoso e sobre a não necessidade da reparação histórica. Ações e processo econômicos como forma de reparações já existem em muitos lugares da Europa, como consistentes iniciativas economicamente, infelizmente tais processos consistentes economicamente não existem no Brasil. (Por Henrique Cunha, no facebook).

Barbaridades de Bolsonaro em entrevista pouco importam a muitos eleitores


(Foto: Eduardo Anizelli/Folhapress).

Jair Bolsonaro falou uma montanha de barbaridades em sua entrevista no programa Roda Viva, da TV Cultura, na noite desta segunda (30). Mesmo assim, Jair Bolsonaro provou que sua competitividade pode ser maior do que a certeza dos que dizem que ele murchará assim que a campanha começar por conta de seus míseros sete segundos nos blocos de propaganda na TV.

Não importa que demonstre não dominar nenhuma proposta para as áreas de economia, educação, saúde, ciência e tecnologia… Aliás, as soluções que dá aos problemas do país não sobreviveriam a uma sessão de interrogatório do coronel Brilhante Ustra, o finado torturador-açougueiro da ditadura, autor do livro que repousa, segundo Bolsonaro, em sua cabeceira. Ele se esquiva de perguntas e inventa números. Mas sabe se comunicar. Fala para uma parte dos extremistas o que eles querem ouvir. E conversa da maneira que uma parte menos radical dos eleitores entende, mesmo que discorde. Com isso, vai preenchendo medos, ansiedades e sensação de vazio com essa conexão. O conteúdo, nesse caso, é menos importante que a forma.

É triste, mas venho escrevendo a mesma coisa neste espaço há mais de dois anos. Parte das elites intelectual, social e política segue tratando-o como morbidade passageira e não entende esse tipo de conexão que ele estabelece. Essas elites chamam os eleitores de Bolsonaro de ignorantes e acham que a inércia democrática e o recall das eleições passadas irão mudar o cenário na hora certa. Com isso, não se preocupam se trabalhadores e o restante da classe média estão entendendo o velho discurso que eles próprios seguem usando. Apenas se preocupam com as alianças para ganhar tempo de TV e em dizer aquilo que consideram racional. O problema é que apenas a razão, neste caso, não nos libertará.

Pois a racionalidade abandonou o debate político brasileiro há tempos. E o que ficou foi o fígado da ultrapolarização.

(Já a elite econômica recebeu o recado e entendeu: Bolsonaro entregará a economia para o mercado se vencer. E, com isso, parte dele abandonou Geraldo Alckmin. Essa parte da elite se esqueceu que somos craques em estelionato eleitoral e em mudanças de posição no day after.).

Mais uma vez, é irresistível comparar a situação com a de Donald Trump. Uma parcela da imprensa e da classe política tinha grande dificuldade de imaginá-lo despachando no Salão Oval. Quando percebeu que o negócio era sério e tentou mostrar quem ele era e o que significava o seu discurso, já era tarde. Hoje, parcela considerável da imprensa e da classe política brasileira tem dificuldade de imaginar Bolsonaro sentado na cadeira do Palácio do Planalto. Dizem que ele não conta com tempo de TV, palanques em locais importantes e que isso é balão que se esvazia.

Bolsonaro não é Trump e o PSL não é um Partido Republicano na democracia bipartidária norte-americana. Mas Trump não foi eleito por ser misógino e preconceituoso, mas por conseguir tocar eleitores de Estados-chave da federação norte-americana ressentidos por serem órfãos econômicos da globalização. Tocar os eleitores, essa é a chave.

No Brasil, os temas comportamentais e morais, apesar de fazerem sucesso nas redes sociais com a extrema-direita, não serão o fiel da balança do voto. São insuficientes para levar o centro do espectro político e eleger alguém. Para a massa, os dois principais temas da campanha serão os mais de 13 milhões de desempregados e os mais de 62 mil homicídios anuais.

Bolsonaro tem uma resposta para a segurança pública que passa por armar a população e apoiar a letalidade policial. Na geração de empregos, contudo, vai mostrando que a qualidade de vida do trabalhador é menos importante que o desenvolvimento econômico. Na entrevista, afirmou que. fiscalização do trabalho atrapalha a geração de emprego no campo. Fiscalização que libertou mais de 52 mil escravos desde 1995. Pelo visto, bom mesmo era antes da Lei Áurea, quando havia pleno emprego.

Mas ao falar de suas propostas, mesmo que de maneira vazia, de forma que o cidadão comum sinta que estabelece com um candidato um canal de comunicação sobre suas frustrações e dificuldades, conquista votos. Afinal, as pessoas querem alguém que fale para elas. Mesmo que não fale nada.

A falta de resposta decente dos atuais governantes à necessidade de empregos e à garantia de segurança pública pode jogar o Brasil não mãos de qualquer um no ano que vem. Um ''salvador da pátria'' que demonstra orgulho por não ter apreço pelas instituições, por exemplo.

Bolsonaro sabe conversar com um público que quer saídas rápidas e fáceis para seus problemas e que precisa de alguém que lhe entregue uma narrativa – mesmo que inconsistente – para poder tocar sua vida. Narrativa que os partidos tradicionais solaparam em oferecer.

O melhor para Bolsonaro é que, agindo como azarão e não representando nada além dele mesmo, não precisa ganhar nada. Por isso está livre para fazer o que for preciso para ganhar. Inclusive passar por cima da democracia ao afirmar que as eleições deste ano estão sob suspeição por falta do voto impresso. Mas a lisura do processo será questionada apenas se ele não ganhar, claro. (Por Leonardo Sakamoto, em seu Blog).

Quatro das seis etapas do Campeonato MTB de Altaneira foram vencidas por Higor Gomes


Quatro das seis etapas do campeonato MTB
de Altaneira foram vencidas por Higor Gomes.
(Foto: Raimundo Soares Filho).
Com participação de 31 ciclistas de Altaneira, Crato, Juazeiro e Nova Olinda realizou-se na manhã de ontem (29/06) no circuito da Trilha Sítio Poças a sexta etapa da quinta edição do Campeonato Municipal MTB de Altaneira.

O altaneirense Higor Gomes venceu mais uma etapa, a quarta em 2018, dessa vez com o tempo de 1h41min54, Lindevaldo Ferreira ficou em segundo e Lucas de Brito chegou na terceira colocação. Jefferson Gomes e Leonardo Pereira completaram o Pódio na quarta e na quinta posição, respectivamente.

O Campeão cearense, João Filho, com problemas na bicicleta, abandonou a prova após concluir a primeira volta. Apenas os quatro primeiros colocados completaram as seis voltas no circuito de 4,7 Km.

Na disputa da etapa os ciclistas do sexo masculino são divididos em cinco categorias, divididos por faixa etária e os cinco primeiros formam a Elite Geral, independente de sexo e idade.

A sexta etapa do Municipal MTB de Altaneira terminou assim:

Pódio da Elite Geral.
(Foto: Raimundo Soares Filho).
Elite Geral:
1) Higor Gomes;
2) Lindevaldo Ferreira;
3) Lucas de Brito;
4) Jefferson Gomes;
5) Leonardo Pereira.

Elite Feminino:
1) Raquel Guedes
2) Thais Amorim;

Junior:
1) Saulo Brito;
2) Kaio Ruan;
3) Heron Macário.
Sub 30:
1) Fernando Gomes;
2) Vandeilton Bento;
2) Henrique Ferreira.

Veterano A:
1) Esly Neto;
2) Bruno Roberto;
3)Paulo Robson.

Veterano C:
1) Luciano Ferreira;
2) Ninja;
3) Beto Ciclo.

Nas etapas os ciclistas disputam medalhas e ao longo do campeonato concorrem ainda a 5 (cinco) camisas nas seguintes cores:

1) Camisa Amarela: Campeão Geral que tem como líder Higor Gomes;
2) Camisa Rosa: Campeão Visitante; Lucas manteve a lideranças dos ciclistas de outras cidades;
3) Camisa Vermelha: Campeão Jovem; Raquel Guedes é a líder dos ciclistas com até 23 anos de idade;
4) Camisa Verde: Campeão Veterano; Luciano Ferreira manteve a lideranças dos ciclistas com idade de 40 anos acima;
5) Camisa Branca com bolinhas azul: Campeão Local; Lindevaldo Ferreira consolidou a liderança entre os ciclistas altaneirenses.

O Campeão Higor Gomes, fez a Melhor Volta da etapa com tempo de 14min57seg., o que lhe rendeu R$ 100,00 de premiação. O patrocínio da Melhor Volta foi da Construtora Cariri.

A sexta etapa contou com uma boa participação de público e foi prestigiada pelo ex-prefeito Delvamberto Soares, pelo ex-vice-prefeito Mundim Soares e pelos vereadores Antonio Leite e Flávio Correia.

Antes da largada os atletas fizeram um minuto de silêncio em homenagem ao ciclista Zé Airton falecido este mês e ao final da etapa foi a pedido do Ninja o empresário Beto Ciclo fez uma oração, no que foi acompanhado pelos demais ciclistas.

Ainda em homenagem ao falecido foi entregue ao Campeão da categoria Veterano C, Luciano Ferreira, um Troféu com o nome e a imagem de Zé Airton.

A mesa de cronometragem foi coordenada pelo professor Pedro Rafael, auxiliado por José Valdson e Paula Mirian.

O Campeonato Municipal MTB de Altaneira é patrocinado pelo grupo MegaSom e DellMaq. (Com informações do Blog de Altaneira).

Sônia Guajajara, candidata a vice-presidenta (Psol), participará de debate sobre cotas étnico-racial na URCA


Sônia Guajajara (Psol) participará de debate sobre implementação de cotas étnicas e sociais na URCA nesta quarta.
(Foto: Reprodução).

Sônia Guajajara, candidata a vice-presidenta na chapa de Guilherme Boulos pelo Partido Socialismo e Liberdade (Psol), está no município de Crato nesta quarta-feira, 1º de agosto, para participar de um debate acerca da implementação de cotas étnicas e socais.

O evento, segundo o portal de Roberto Crispim, se dará na Universidade Regional do Cariri (URCA) às 16h00, tendo à frente o Centro Acadêmico de História que lancou o convite a candidata. 

Sônia é uma das principais lideranças do movimento indígena brasileiro e conheceu de perto as barreiras impostas pelo racismo e pela ausência de oportunidades. Filha de pais analfabetos, começou a estudar apenas aos 15 anos, quando recebeu ajuda da Funai para cursar o ensino médio em Minas Gerais.

Ela é a primeira mulher indígena na história do país a disputar a Presidência da República. Sobre cotas, defende a ação imediata e outros programas de inclusão étnicas e sociais a longo prazo.

O portal informou ainda que o debate terá a participação das professoras Zuleide Queiroz e Anna Karina, do presidente PSOL Ceará Ailton Lopes e do deputado estadual Renato Roseno. A atividade é aberta, pública e livre para todos que quiserem participar.

Aproveitando a visita, Sônia participará de um almoço com ativistas, militantes políticos e apoiadores e também participará de programas de rádio.

Sobre Sônia e Boulos

Sônia Bone Guajajara é do povo Guajajara/Tentehar, que habita nas matas da Terra Indígena Arariboia, no Maranhão. É uma das principais lideranças do movimento indígena brasileiro, sendo parte da coordenação executiva da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB). Destacou-se também no ativismo ambiental e defende o ecossocialismo. É formada em Letras, Enfermagem e Educação Especial.  Em 2010, ela entregou o prêmio Motosserra de Ouro para Kátia Abreu, à época ministra da Agricultura, em protesto contra as alterações do Código Florestal. Tem voz no Conselho de Direitos Humanos da ONU e já levou denúncias às Conferências Mundiais do Clima (COP) de 2009 à 2017, além do Parlamento Europeu, entre outros órgãos e instâncias internacionais. No ano passado, discursou contra o governo Temer e pela demarcação de terras indígenas durante o Rock in Rio, convidada pela cantora Alicia Keys. Sônia Guajajara já recebeu vários prêmios e honrarias, como o Prêmio Ordem do Mérito Cultural 2015 do Ministério da Cultura, entregue pela então presidenta Dilma Rousseff. Também foi agraciada com a Medalha 18 de Janeiro pelo Centro de Promoção da Cidadania e Defesa dos Direitos Humanos Padre Josimo, em 2015, e com a Medalha Honra ao Mérito do Governo do Estado do Maranhão, pela grande articulação com os órgãos governamentais no período das queimadas na Terra Indígena Arariboia.

Guilherme Boulos é a mais jovem liderança a se candidatar à presidência da República. Com 35 anos, é hoje a principal liderança da luta pela moradia no Brasil e uma das mais reconhecidas lideranças políticas da nova geração no país. É pai de duas filhas, formado em filosofia e psicanálise, ganha a vida como professor. Mora na periferia de São Paulo e roda o país para lutar por justiça social. Construiu sua história junto com trabalhadores que buscam o direito à moradia.

Frame Produções Photo and Film, em Nova Olinda, completa 4 anos



A Frame Produções Photo and Film, com sede no município de Nova Olinda, faz nesta segunda-feira, 30, 4 (quatro) anos de atuação na área da a fotografia, filmagens, mensagens, elaboração de matérias, produção audiovisual, marketing digital e criação de artes gráficas em geral.

A Frame nasceu da parceria entre a professora Lucélia Muniz e Aristóteles Alencar em 30 de Julho de 2014 com a finalidade de proporcionar às pessoas um trabalho eficiente e de qualidade.

Nestes quatro anos de trabalho compartilhamos registros que nos alegram em ser também parte de momentos únicos na vida das pessoas – afinal o tempo não nos permite voltar atrás para casar com a mesma pessoa ou batizar uma criança com a mesma idade. Daí eternizamos estas memórias para você em filmagens ou fotos. Você pode até gastar com ornamentação, buffet, mas o que fica de fato são os registros destes momentos”, disse Lucélia em seu blog.

Equipe da Frame Produções.
(Foto: Blog Ubuntu Notícias)
A professora lembrou que a Frame já realizou muitas cerimônias religiosas, especificamente laços matrimoniais. “Foram casamentos, bodas, mostrando que muitos casais conseguem provar o quanto o amor é porto seguro. Muitos casais já disseram SIM diante de nossas câmeras. Independente de religião, respeitamos todas as formas de manifestações religiosas e, registramos muitos eventos religiosos”, pontuou.

Há espaços também para registros de eventos ligados à área educacional. “Entre eventos institucionais/educacionais e exposições tivemos em nossa agenda muitos eventos, a exemplo de ensaios externos, em estúdio e formaturas”, destacou ela.

Nesse tipo de empreendimento não pode faltar o trabalho de divulgação. “Através do marketing digital firmamos parcerias e temos o maior prazer em divulgar empresas que fazem um trabalho brilhante e empreendedor em nosso município e até mesmo em outras regiões”, argumentou.

Além de Lucélia e Aristóteles, a Frame é composta por mais quatro integrantes. Janiel Rodrigues, Débora Souza, Jaiane Brito e Aylson Messias. “Nesta data tão especial, não poderíamos jamais nos esquecer de parabenizar VOCÊ que torna possível a realização deste sonho! Nossa Gratidão”, acrescentou Lucélia.



Ignorado pela mídia tradicional, Festival Lula Livre ganha as redes e a mídia internacional


Rede Globo lidera mídia tradicional na tentativa de ignorar liderança e preferência por Lula nas eleições, mas atos como o festival desde sábado mostram que apoio popular ao ex-presidente segue em crescimento.
(Foto: Ricardo Stuckert/Instituto Lula).

Apesar de ignorado pela Rede Globo e por veículos da mídia tradicional, o Festival Lula Livre terminou o sábado (28) em primeiro lugar nos assuntos mais comentados noTwitter no Brasil – e, em alguns momentos, em terceiro no mundo – e foi tema de reportagens de agências internacionais de notícias, reproduzidas por jornais de todo o mundo.

Com o título de "Celebridades brasileiras realizam show 'Lula Livre' no Rio", a Associated Press afirma que, apesar de preso, Lula segue sendo o mais popular político brasileiro e lidera com folga as pesquisas eleitorais do país. A reportagem foi reproduzida em jornais como New York Times, Washington Post, Herald & Tribune e outros.

A repercussão do festival nas redes sociais dos veículos da mídia progressista confirma que a omissão do jornalismo da Rede Globo não foi suficiente para diminuir o alcance e a importância do ato histórico em defesa da democracia, da liberdade de Lula e do seu direito a disputar as eleições como candidato à Presidência da República.

A TVT, que transmitiu o festival direto do Arcos da Lapa, no centro do Rio, está desde a manhã deste domingo (29) entre os dez vídeos mais assistidos do Youtube e, até as 14h, registrava 72 mil visualizações. No Facebook, a transmissão tinha 122 mil visualizações e 3,6 mil compartilhamentos até o mesmo horário.

Apesar, porém, de desde a tarde do sábado as evidências de que o Festival Lula Livre seria um sucesso, a edição do Jornal Nacional dedicou apenas 40 segundos segundos ao evento. Em uma nota coberta por imagens, o maior tempo foi dedicado ao confisco de algumas bandeiras e faixas do PT, numa operação do Tribunal Regional Eleitoral (TRE), alegando campanha eleitoral antecipada. A emissora afirmou que se tratava de "um festival com artistas famosos" e que Lula estava preso por uma condenação em segunda instância, numa tentativa de o tamanho da liderança do ex-presidente e do anseio popular pela sua candidatura, como demonstram todas as pesquisas eleitorais. (Com informações da RBA).


Na voz de Chico Buarque e Gilberto Gil, cálice é um grito contra a nova forma de ditadura


Gilberto Gil e Chico Buarque se apresentam no festival Lula Livre, na Lapa, Rio de Janeiro. (Foto: Mídia Ninja).


Chico Buarque e Gilberto Gil fecharam a noite do Festival Lula Livre, no Rio, neste sábado (28). Os artistas, que não se reuniam para uma apresentação musical desde o período da ditadura militar no Brasil, pediram a liberdade do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Chico gritou "Lula Livre" enquanto Gil disse ao público que o ex-presidente agradece pela grande manifestação que reuniu quase 100 mil pessoas nos Arcos da Lapa, para uma série de shows gratuitos e ações culturais promovidas por artistas, intelectuais, pela Frente Brasil Popular e Povo Sem Medo.

Chico e Gil cantaram "Cálice", canção emblemática que retrata o silenciamento, a censura, as torturas, desaparecimentos e mortes ocorridas durante os anos de chumbo no Brasil. Os artistas foram massivamente acompanhados pelo público, que gritava "Cale-se!" entre os versos da música.

Na sequência, Chico Buarque cantou "As Caravanas", que demonstra com ironia a aversão das classes abastadas em relação ao povo. Gil emendou com "Aquele Abraço", considerada um hino da cidade. Beth Carvalho, que já havia se apresentado, subiu ao palco, formando um trio com Chico e Gil para encerrar com o samba "Deixa a vida me levar".

Ao longo do dia, dezenas de artistas brasileiros e latino-americanos fizeram manifestações no palco do Festival pela liberdade de Lula e pelo direito de o ex-presidente, que lidera todas as pesquisas de intenção de voto, concorrer nas eleições de outubro.

O lema "Lula Livre" ecoou em várias línguas entre as 80 mil pessoas que chegaram cedo aos Arcos da Lapa, no centro da cidade. A venezuelana Cecilia Todd e o cubano Eduardo Sosa ressaltaram, entre suas músicas, o papel do ex-presidente como liderança que ajudou a unir os latino-americanos.

Já o músico argentino Bruno Arias recitou um poema feito para o ex-presidente e lembrou o líder venezuelano Hugo Chávez, falecido em 2013, estaria completando 64 anos.

O ator Herson Capri emocionou o público ao ler a carta que Lula escreveu para o festival. Nela, o ex-presidente ressaltou o papel dos artistas e intelectuais na sociedade e nos enfrentamento das dificuldades.

"Quantas vezes, quando a sociedade calou diante de barbaridades, foram os nossos músicos, escritores, cineastas, atores, dramaturgos, dançarinos, artistas plásticos, cantores e poetas que vieram lembrar que amanhã há de ser outro dia?", diz um trecho da carta.

Um dos amigos mais próximos de Lula, o teólogo Leonardo Boff relatou algumas das visitas ao ex-presidente, preso desde abril na Superintendência da Polícia Federal, em Curitiba. Boff pregou um Brasil mais solidário e com menos injustiças sociais.

O cantor Filippe Catto também pediu liberdade para o ex-presidente e disse que a população não pode se deixar ser massacrada pelo fascismo da extrema-direita que avança no país e tenta achatar as diferenças, apagar a luta das minorias.

Além de gritarem "Lula Livre" com o povo, os cantores e compositores Chico César e Marcelo Jeneci também lembraram de episódios recentes trágicos, como o assassinato da vereadora Marielle Franco (Psol) em março, crime que até hoje não foi solucionado pela polícia e pelas autoridades estaduais e federais. (Com informações do Brasil de Fato).

Psol oficializa candidaturas à Câmara Federal de Zuleide Queiroz, Edson Veriato e Adelita Monteiro


Zuleide, Adelita e Edson têm candidaturas à Câmara Federal oficializadas em convenção do Psol Ceará. 
(Foto: Reprodução/Facebook).

O Partido Socialismo e Liberdade (Psol) oficializou neste sábado, 28, as candidaturas de Zuleide Queiroz, Edson Veriato e Adelita Monteiro – professora da Universidade Regional do Cariri (URCA), ativista comunitário e ativista política e artesã, respectivamente, à Câmara Federal.

O ato ocorreu na sede do estadual do partido, em Fortaleza e contou com a participação membros/as de movimentos sociais e de sindicatos, além de lideranças da agremiação, como o deputado estadual Renato Roseno e João Alfredo.

Temos duas tarefas, claras: No âmbito nacional, ser capaz de reverberar a voz dos trabalhadores e trabalhadoras que não aceitam as reformas de um governo Temeroso. Neste âmbito, nossa atuação se pautará na luta contra as reformas que desmantelam a previdência, a educação e o direito ao trabalho digno.
No âmbito estadual, em nosso Ceará, nossa atuação se pautará em um projeto de vida, de saúde, de trabalho e de educação para a classe trabalhadora”, afirmou Zuleide em sua página no facebook.

Segundo ela, havia duas opções depois do assassinado de Marielle Franco. “Ou nos recolhermos, com medo, em nossas casas, ou avançarmos para a luta. Escolhemos a luta”, frisou.

Precisamos nos unir e fortalecer um projeto alternativo e com participação do povo”, disse Edson.

A data da convenção também marcou o aniversário de Adelita. “O brilho no olhar de quem comemora a vida construindo um mundo de justiça e igualdade”, destacou ela durante o ato.

O Psol foi o primeiro a realizar convenção no Ceará e a confirmar um candidato ao governo, o bancário Ailton Lopes, pela frente de esquerda socialista que que, além desta agremiação é formada também pelo PCB.

86 autores denunciam prisão do ex-presidente com obra 'Lula Livre/Lula Livro'


Com recursos próprios, organizadores mandaram rodar uma pequena tiragem de 200 exemplares.
(Foto: Wanezza Soares).

Trata-se de um manifesto político, talvez o mais extenso documento produzido por escritores num período de exceção democrática. Não há notícia de um precedente com tamanha capacidade de arregimentação (mesmo os grandes manifestos literários tinham embocadura mais modesta).

Em 184 páginas, 86 escritores e cartunistas brasileiros de todas as regiões se apresentaram para a empreitada de reivindicar o restabelecimento da democracia no Brasil e a liberdade do único preso político do País, Lula. Suas armas: textos inéditos ou não (poemas, crônicas, cartas, manifestos), cartuns, fotos, discursos e haicais, entre outros estandartes.

Segundo os organizadores do livro Lula Livre/Lula Livro, Ademir Assunção (Prêmio Jabuti de 2013 com A Voz do Ventríloquo) e Marcelino Freire (Prêmio Jabuti de 2006, com Contos Negreiros, e Prêmio Machado de Assis de 2014, com Nossos Ossos), a publicação manifesta o inconformismo dos autores com o processo que aprisionou Lula, virtual novo presidente da República, um processo “travestido com togas cheias de furos e remendos, simulação grosseira dos ritos legais que deveriam nortear a Justiça” e que “obedece a princípios e a um calendário com objetivo calculado: eliminar da disputa presidencial de 2018 o candidato com mais chances de vitória”.

Em face da urgência da situação, o livro foi produzido em poucas semanas, uma ação de guerrilha intelectual que foi buscando (e encontrando com relativa facilidade) seus voluntários. O espraiamento também será feito em uma ação de guerrilha.

Com recursos próprios, os organizadores mandaram rodar uma pequena tiragem (200 exemplares) para fazer um pré-lançamento em 28 de julho na Casa Paratodos, no circuito Off Flip, para divulgar seu ato político à imprensa nacional e internacional que estará em Paraty para a feira literária global.

Há propostas de edições e distribuição em todo o País, como a da Fundação Perseu Abramo, em São Paulo, e o acampamento Marisa Letícia, em Curitiba. E o volume, que não tem fins lucrativos, será enviado para todos os cantos que abriguem seu ato de desagravo político. O preço nunca poderá exceder 10 reais.

Com 87 anos, o poeta, tradutor, ensaísta e crítico de literatura Augusto de Campos, epígono do concretismo (Prêmio Pablo Neruda em 2015) enviou poemas gráficos para reforçar a coletânea, em seu estilo inconfundível:  A poesia mallarmaica/ a câmara anecoica/ a grande mídia farisaica/ a classe média mesozoica/ a justiça paranaica/ a resistência heroica”.

Os poetas, por sinal, foram os que demonstraram maior disposição para o combate. Bernardo Vilhena fala dos “juízes sem juízo”. Chacal anseia que o Brasil “se redilma”. Em textos vigorosos, autores buscam conexões históricas e as fundações da democracia para restabelecer seu foco criativo.

Afonso Henriques Neto exuma os despojos dos revoltosos mineiros no Museu da Inconfidência de Ouro Preto. “Na outra sala, defronte à forca, Maria Doroteia de Seixas recita sem lábios/ pesadelos de Marília para Bárbara Heliodora.”

Há desde a verve desbocada de Aldir Blanc (“Enquanto Temereca, Elizeu Quadrilha, Moreira Angorá, os bandidos todos, FHC pedindo ‘o de sempre’ ao Odebrecht, a justi$a, que deixou escapar Aócio, o Mineirinho, não merece crédito” até o exercício de rigor de Alice Ruiz (“Um Demônio ao Meio-Dia. Sem seu próprio Deus dentro”).

Não são todos textos monotemáticos, apesar da disposição política circunstancial. Também não são todos criados pela convocação: o escritor Raduan Nassar pediu que fosse reproduzido o discurso que proferiu ao receber o Prêmio Camões, em 17 de fevereiro de 2017, ocasião em que foi admoestado pelo ministro da Cultura do golpe na ocasião, Roberto Freire. Nassar foi considerado pela revista The New Yorker, no ano passado, como o “maior escritor brasileiro vivo”.

O discurso de Raduan é pesado, um cruzado de esquerda, identificando a ação política de elementos da repressão, como o ex-ministro da Justiça Alexandre de Moraes (guindado a posto no Supremo Tribunal Federal por obra do golpe). “Mesmo de exceção, o governo que está aí foi posto, e continua amparado pelo Ministério Público e, de resto, pelo Supremo Tribunal Federal”, falou.

Chico Buarque escreveu um texto (leia no fim da matéria) em que escancara a “normalidade” do preconceito e do pacto das elites em torno de uma eternização da submissão dos mais pobres. Alberto Lins Caldas relacionou escravidão e opressão: “Todos inda num navio negreiro • comandado por um capitão • q manda todo dia q joguem ao mar • negros bichas mulheres pobres • pra alimentar tubarões”. O peso e a velocidade do hip-hop comparecem com os versos do poeta do Capão, Ferréz: “Escritor não faz diz/mete o peito logo no artista bom moço limitado/bom artista morre de fome mas não lambe bota do estado”.

Para não ser cabotino, este repórter deve tornar claro ao leitor que também foi convidado a integrar a coletânea com um texto publicado há um mês, no qual agradeço a declarada leitura do ex-presidente Lula, durante seu período numa cela, de livro que produzi.

Lula Livre/Lula Livro, dizem seus organizadores, nasceu de uma necessidade de se afirmar, em face do regime de sequestro jurídico da noção de Justiça que se vive no Brasil da atualidade, a voz da dissonância. A liberdade de se dizer o que pensa e lutar pelo que se acredita.

Apesar das tentativas de intimidação da extrema-direita, esses esforços se multiplicam: neste sábado 28, nos Arcos da Lapa, no Rio de Janeiro, a partir das 14 horas, será realizado o Festival Lula Livre, que reúne os artistas Gilberto Gil, MC Carol, Flavio Renegado, Maria Gadú, Francisco El Hombre, Filipe Catto, Ana Cañas, Odair José, Jards Macalé, Beth Carvalho, Chico Buarque e mais de 40 nomes de todo o Brasil em um uníssono pela libertação de Lula.

Realizados como iniciativas espontâneas, de graça, esses esforços passam quase incólumes pela grande imprensa, concentrada no esforço de construir a sua própria realidade conveniente.

Lula Livro é o volume de um livro sem fins lucrativos, mas com inequívocos fins civilizatórios. Como disse o objeto central do livro, Lula, em artigo recente, é uma espécie de “afasta de mim esse cale-se”.

Lula, por Chico Buarque

— Eu nunca tive nada contra o Lula. Eu inclusive estive com ele naquela casa lá de pobre em São Bernardo. Depois eu e a Ruth convidamos o Lula para passar um fim de semana em Ubatuba com a Marisa. Aí ele reclamou que não tinha água quente no chuveiro da casa. Imagina! O Lula!

Era o Fernando Henrique, sempre simpático, em reunião com artistas às vésperas das eleições de 1994. Naquele tempo ainda se podia achar graça numa anedota assim. Era um deboche, era um comentário preconceituoso, mas não havia um pingo de ódio naquelas palavras.

Lula ainda não era o chefe de organização criminosa, o ladrão, o comunista, o cachaceiro, o nine, o boneco vestido de presidiário enforcado ao lado de Dilma num viaduto de São Paulo. Ainda não tinha sido condenado sem provas, por imprensa, televisão, procuradores esquisitões e juízes deslumbrados, como proprietário de um triplex, ou tríplex, no Guarujá.

O ódio ao Lula é o ódio aos pobres. Tivesse ele imóveis na praia e dinheiro no exterior, talvez fosse mais bem tratado pelas autoridades que o trancaram e o mantêm isolado numa cela da Polícia Federal. Lá de dentro ele mandou dizer que já não confia na Justiça. Nem eu. Só espero que ele tenha água quente em Curitiba. (Com informações de CartaCapital).

O povo brasileiro já resiste ao golpe


Fato mesmo é que o "povo brasileiro", o povão mesmo, ainda não foi as ruas tomar partido nos conflitos que desde 2013 desestabilizam a cena política nacional. (Foto: Mídia Ninja).


Temos aí aquele tipo de palavrinha bonita, que não tem como ter conotação negativa. A resistência é sempre bem-vinda, cercada de certo romantismo. É na resistência que nascem os heróis. “Estar na resistência” é sempre visto como algo positivo, seja a “resistência” comandada pela princesa Leia, a resistência francesa de De Gaulle ou a resistência de Mandela e Malcon X.

É sobre a tal resistência que escrevo, com interesse específico na resistência à brasileira em tempos de golpe. Temos aqui aquele tipo de assunto meio casca de banana, que faz muita gente boa escorregar.

Os intelectuais progressistas costumam cometer dois erros graves sempre que falam sobre “resistência”. Os erros apontam para duas interpretações opostas do fenômeno que possuem a mesma origem: a colonização intelectual, o que na prática nada mais é do que a tentativa de interpretar a realidade brasileira com ideias que foram produzidas em função de outras realidades.
Em síntese os erros são:

1) Diante da ausência de resistência direta, alguns endossam a velha tese da apatia popular. O povo brasileiro seria passivo, indolente, preguiçoso e pouco dado ao ativismo político. Temos aqui um caso patológico de colonização intelectual, pois o modelo de “resistência” é dado pela história das sociedades europeias, pela organização da sociedade civil em partidos políticos, sindicatos, pela ação direta do “povo” nas ruas, pressionando o poder público.
Como o povo não atende ao chamado, a tese da apatia popular surge quase como a consequência lógica de uma expectativa frustrada. Ah, as expectativas, sempre inimigas da análise.

2) Do outro lado, estão aqueles que negando a tese da apatia popular acabam idealizando as ruas, estando sempre à espera da acontecença da revolução. Qualquer movimentação popular nas ruas se torna a antecipação do futuro revolucionário, ainda que seja carnaval ou jogo do Flamengo. Também aqui há colonização intelectual, mas pelo caminho inverso: como o modelo de resistência popular ainda é o europeu, a tentativa, por vezes desesperada, é aplicá-lo ao Brasil, forçando a realidade a se enquadrar na categoria que já está dada.

Pra escapar dos dois escorregões, meu objetivo aqui é pensar a resistência nos termos que me parecem adequados à experiência brasileira e pra isso lanço mão de uma categoria fundamental: “imaginário”.

Vários estudiosos da sociedade já utilizaram o conceito imaginário nas suas reflexões. Entre todos esses usos, a definição proposta pelo filósofo grego Cornelius Castoriadis (1922-1997) é que mais me inspira no esforço de interpretar o Brasil contemporâneo. É claro que Castoriadis não estava estudando a realidade brasileira e por isso a reflexão que ele propõe serve como inspiração e não como um modelo rígido a ser aplicado no Brasil.

Em resumo, Castoriadis define o imaginário como uma forma de pensar distribuída socialmente e formada por ideias que “já estão aí há muito tempo”. Essas ideias, por diversos motivos, “funcionaram e funcionam na sociedade”, ganharam adesão popular e passaram a configurar o pensamento das pessoas.

Ao menos na minha avaliação, a resistência à brasileira nestes tempos de golpe está no plano do imaginário e vem se mostrando a única força capaz de retardar o desmonte do Estado brasileiro. Não é porque o povo não está nas ruas, participando dos atos que organizamos com todo amor e carinho, que ele está apático.

E não, não adianta dizer que MTST, MST, CUT, UNE que estavam nas ruas defendendo Dilma e que estão nas ruas defendendo Lula, dão conta daquilo que é o “povo brasileiro”. São movimentos sociais organizados importantes, fundamentais para o nosso experimento democrático, mas possuem capacidade de mobilização bastante reduzida. Isso não é culpa dos dirigentes desses movimentos.

Vivemos hoje, no Brasil e no mundo, tempos de desmobilização. As agendas coletivas não mobilizam mais. As pessoas olham umas para as outras e enxergam mais diferenças que semelhanças. Mas isso é assunto para outra reflexão.

Retomando o fio…

Fato, fato mesmo é que o “o povo brasileiro”, o povão mesmo, ainda não foi às ruas tomar partido nos conflitos que desde 2013 desestabilizam a cena política nacional. Nem os movimentos “coxinhas”, impulsionados pela mídia hegemônica e por movimentos sociais como o MBL, e nem os atos convocados pelos movimentos sociais tradicionais de esquerda foram capazes de mobilizar o “povão”, aquela camada da sociedade que vive com salário mínimo. Até aqui, nas ruas, o conflito foi travado entre frações da classe média.

O povão, povão mesmo, até fez-se presente na cena dos conflitos, nas ruas, vendendo cerveja, bandeiras vermelhas e bandeiras do Brasil, dependendo da ocasião. De bobo, o povão não tem nada. E vejam que não se trata aqui de apatia. Essas pessoas estão ocupadas sobrevivendo, plantando no almoço pra colher na janta. Elas já apanham da polícia todos os dias. A galera não tá afim de levar bala de borracha no lombo e gás de pimenta na cara.

Mas isso não significa que o povão não esteja participando do jogo, pois o jogo não é jogado apenas nas ruas, na ação política direta. O jogo é jogado também no imaginário, e aqui o campo progressista está vencendo, vencendo de lavada, e não é uma vitória pouco importante. Dois fatores apontam para essa vitória.

Fator 01) A sobrevivência política de Lula.

Lula é alvo da maior perseguição midiática da história do Brasil. Os ataques da mídia hegemônica às lideranças populares não são nenhuma novidade. Se nos debruçarmos sobre o Brasil moderno, de 1930 pra cá, veremos a artilharia da mídia hegemônica mirando em Getúlio, Jango, Arraes, Brizola, Dilma e no jovem Lula. Quem não lembra daquele fatídico debate manipulado pela Globo em 1989?

Mas o que está acontecendo com Lula desde 2013 é de uma intensidade singular. Os operadores da grande mídia foram para o tudo ou nada e tomaram a destruição da figura pública de Lula como grande objetivo. Mas Lula não morreu e todas as pesquisas mostram que sua popularidade cresce a cada dia. Hoje, Lula partiria pra corrida eleitoral com 30% das intenções de voto, assim, sem campanha. É muita coisa.

É que a manipulação midiática tem limites, meus amigos. Ao se tornar o alvo predileto do golpe de Estado levado a cabo pela aliança entre a mídia hegemônica e o judiciário, Lula tornou-se também o principal antagonista do golpe. E como o golpe é neoliberal, tendo como objetivo o desmonte do Estado, Lula encarnou a imagem do Estado provedor de direitos, que é o valor mais importante no imaginário político brasileiro.

Desde os anos 1930 que o Estado brasileiro tem essa função: prover direitos sociais aos mais pobres, ainda que de forma autoritária, ainda que às custas dos direitos civis e dos direitos políticos. Intuitivamente, a população mais vulnerável entendeu que Michel Temer representa a desregulamentação, o ataque ao Estado e que Lula personifica a função social do Estado.

Juntemos isto à memória recente de que na “Era Lula” a vida estava melhor e entenderemos a sobrevivência política de Lula, mesmo que muitos de seus potenciais eleitores não estejam plenamente convencidos de sua inocência. Tem muita gente que vota em Lula mesmo achando que ele seja corrupto.

Fator 02) A derrota do projeto da Reforma da Previdência.

A Reforma da Previdência é projeto natimorto pela mesma razão que explica a sobrevivência de Lula. Os parlamentares estão com medo de colocar sua assinatura em um projeto que violenta aquele que é o princípio basilar do imaginário político brasileiro: a definição do Estado como agente provedor de direitos sociais.

O povão pode até não tá montando as charmosas barricada nas ruas que tanto embalam os devaneios revolucionários da esquerda brasileira, mas ainda tem título de eleitor, ainda vota e, ao que parece, o golpe não ousou (ou não foi capaz) de alterar o calendário eleitoral.

O que tentei fazer neste texto foi dizer algo simples, talvez até mesmo óbvio: a resistência popular já está acontecendo, mas não na receita das sociedades europeias. A resistência está acontecendo no plano do imaginário, nesse “já está aí há muito tempo”. A resistência é conservadora, no sentido mais básico do termo.

É claro que o imaginário se transforma historicamente, não é fácil e não é rápido, mas se transforma. É isso que a mídia hegemônica, representando os interesses do neoliberalismo nacional e internacional, está tentando fazer.

Cada vez que Gerson Camarotti tenta convencer os garçons brasileiros que a reforma trabalhista irá lhes permitir fazer “trabalho intermitente” em mais de um restaurante, é o imaginário quem está sendo atacado.

Sempre que Fátima Bernardes traz no seu programa uma empreendedora negra que se “libertou da opressão do patrão” abrindo seu próprio negócio, é a imagem da cidadania se definindo pelo trabalho formal que está sendo atacada.

Cada vez que no Fantástico, Lima Duarte e Fernanda Montenegro são representados como símbolos da saúde laboral na terceira idade é a imagem da previdência social pública que está sendo atacada.

Sim, meus amigos, o imaginário também se transforma e as forças motoras do golpe estão apostando todas as suas fichas nisso. Porém, as pesquisas sobre opinião pública sugerem que esse esforço não está sendo eficaz. É que tá tendo resistência. O povo brasileiro já está resistindo ao golpe, do seu jeito, nas suas possibilidades. Se a resistência está aquém da expectativa é porque problema está nas expectativas. (Por Rodrigo Perez Oliveira, na Revista Fórum).