Um
ato histórico em defesa da democracia, dos direitos trabalhistas e pela
liberdade do ex-presidente Lula anteciparam a passagem do primeiro de maio no
município de Nova Olinda, região do cariri cearense.
A
ação foi uma idealização das principais centrais sindicais do município - Sindicato
dos Servidores Públicos Municipais (SINSENO), Sindicato dos Trabalhadores
Rurais (STR), Sindicato dos Trabalhadores da Agricultura Familiar (SINTRAF),
Sindicato dos Professores e Servidores da Educação e Cultura do Estado e
Municípios do Ceará (Apeoc) e se desenvolveu na sede do Sinseno onde
professores, sindicalistas, estudantes, vereadores e ativistas se revezaram nos
discursos.
A
manifestação foi uma verdadeira aula de cidadania em praça pública, conforme
constatou Aureliano Sousa, presidente local do Partido Dos Trabalhadores (PT). Aureliano
destacou ainda a participação de dois parlamentares do município, Beto Jeremias
e Lourdes da Saúde e que em outubro cada um terá a oportunidade de desfazer o
golpe.
Alan
Cordeiro, ativistas social e representante do estudantes secundaristas e membro
do grupo Kizomba afirmou que é necessário que se tenha mobilizações e que estas
não contemplem apenas a defesa dos direitos trabalhistas, mas que a educação
também mereça um papel importante como a luta pela defesa da orientação sexual,
de classe, uma vez que o cenário que ora se apresenta não é favorável. O
ativista ainda lamentou a pouca representatividade da classe política
partidária no evento.
Quem
também fez uso da palavra foi o presidente do Sinseno, Josias Félix. Este
frisou sobre as percas dos direitos trabalhistas, com destaque para retirada do
direito da contribuição sindical do trabalhador.
Já
Miguel Barros, Conselheiro Tutelar, mencionou a necessidade de políticas públicas que
fortaleçam a comunidade e que é fundamental a apresentação de projetos de leis de
iniciativa popular para que o povo não fique refém do legislativo e do
executivo municipal.
Professor Roberto Souza, Coordenador da Crede 20, de Brejo Santo, por ocasião do ato em Nova Olinda. (Foto: Lucélia Muniz). |
O
Diretor da 20ª Coordenadoria Regional de Desenvolvimento da Educação (Crede 20)
de Brejo Santo, o professor Roberto Souza enfatizou que a prisão do
ex-presidente Lula foi política, uma vez que não houve até o momento provas
consistente que justificasse sua prisão e destacou todas as políticas públicas
que favoreceram os mais pobres iniciada nos governos Lula e continuada na
gestão da ex-presidenta Dilma Rousseff. “Na verdade”, disse o professor, “ o
que os golpistas queriam eram retirar de cena o maior líder político da
história desse pais. Em nenhum pais do mundo se teve a experiência vivida no
Brasil como a retirada de 40 milhões da pobreza”. “Essas mesmas pessoas que
antes tinham deixado a pobreza voltaram a penar e a pedir esmolas”, finalizou.
Professor Nicolau Neto em ato pela democracia em Nova Olinda. (Foto: Lucélia Muniz). |
Já
o professor, blogueiro e ativista dos direitos civis e humanos das populações
negras, Nicolau Neto, ressaltou a necessidade de todos continuarem juntos
e mobilizados para fazer com que todas as medidas impostas desde que foi
consumado o golpe jurídico-midiático-parlamentar possam ser revogadas e
destacou em sua fala três pontos criminosos dentro da (des)reforma trabalhistas
que não foram revistos e que tinha sido um conchavo entre o Temer, a base
governistas e até membros da oposição para que ela fosse, reforma, aprovada, como parte do texto que estabeleceu trabalho de mulheres grávidas e
lactantes em condições insalubres, o trabalho intermitente que inclui serviços
e remuneração por demanda e não como manda o contrato, as indenizações por
danos morais permitindo que o trabalhador pague honorários advocatícios do seu
empregador caso venha perder ações na
justiça.
O
professor Nicolau chamou a atenção ainda para o fato da ilegalidade da prisão
do ex-presidente Lula e que a ausência de provas faz com ele seja um preso
político e fez um apelo para todos os presentes.
“Que
nós possamos repassar tudo o que foi dito hoje aqui para nossos familiares e
amigos e possamos aproveitar o momento e refletir. Este ano é de processo
eleitoral. Iremos eleger deputados/as estaduais, federais, senadores/as,
governador/a e presidente/a, por isso é importante que façamos pesquisas sobre
como cada um/a votou nas medidas e reformas em vigor. Não podemos e nem devemos
votar em quem foi responsável pelas condições precárias em que estamos hoje.
Precisamos depositar a confiança em candidatos e candidatas que apresente em
seu plano de governo medidas que toque na ferida do grande empresariado, da
mídia e de banqueiros. O maior desafio de quem pretende se eleger é fazer com
que as maiorias sociais se tornem maioria políticas. Então, candidatos e
candidatas que reúnam essas características merecem nossa confiança", pontuou Nicolau.
Por
fim, discursou a professora Socorro Matos (foto ao lado). Ela destacou que se sentia
extremamente feliz com todas as representações ali presentes e mencionou a
importância de se continuar unidos e fortalecidos em prol da retomada de
diretos trabalhistas e que não tinha como falar que o pais vive uma democracia
com a infinidade de casos que dizem o contrário. “Sofremos um golpe onde o
nosso voto não foi respeitado. Não tem como falar de Democracia sem falar de
Política. “Estamos vivendo um estado de exceção”, finalizou ela.
Cerca
de 100 pessoas participaram direta e indiretamente das atividades que se
estenderam até às 10h30mim.