Asteroide ou erupções? Versão para fim dos dinossauros é contestada. (FOTO/Divulgação). |
Explicar
a extinção dos dinossauros da face da Terra parecia uma tarefa simples desde
que, algumas décadas atrás, cientistas descobriram, na região do Golfo do
México, uma monumental cratera produzida pelo impacto de um formidável
asteroide, há 66 milhões de anos. O choque desencadeou, pôde-se constatar, uma
sequência de tsunamis gigantes e levantou tanta poeira que o Sol ficou
totalmente encoberto. A temperatura caiu drasticamente, a vegetação, desprovida
de clorofila, feneceu e os dinossauros vegetarianos não tinham mais o que
comer.
Faz
sentido, mas está longe de ser um evento único. No que é hoje a Índia,
incontáveis vulcões afloraram do solo, vomitando enxurradas de lava
incandescente – numa área tão extensa quanto a soma da Bahia com Pernambuco e
Alagoas, e Sergipe de quebra. O que certamente aconteceu, ao longo de 1 milhão
de anos, foi que os gases emitidos pelas erupções aqueceram as temperaturas
terrestres e contaminaram os oceanos. As condições de sobrevivência ficaram
precárias antes mesmo da catástrofe do México.
O
epicentro dessas explosões vulcânicas aconteceu no planalto central do atual
estado de Maharashtra, mas o timing dos eventos ainda é duvidoso, o que acende
o debate entre os cientistas. Será mesmo possível que esse fenômeno foi
responsável pelo extermínio de 60% das espécies animais e vegetais do planeta,
inclusive dos dinossauros? A revista Science tem hospedado as versões em
disputa.
Algum
consenso vem se formando em torno da ideia de que o clima na Terra já vinha
mudando antes do impacto do asteroide mexicano. A temperatura média subiu 5
graus centígrados no período de 400 mil anos prévio. A intensa atividade
vulcânica seria a causa do aquecimento – e de suas consequências entre os seres
vivos. E os vulcões de Maharashtra teriam tudo a ver com isso.
Essa
data – 400 mil anos antes do impacto do asteroide – foi estabelecida pela
geocronologista Courtney Sprain, da Universidade de Liverpool, e colegas, após
minuciosas pesquisas de datação em rochas basálticas provenientes de depósitos
de lava endurecida no planalto indiano. Usando uma técnica denominada
argon-argon, arriscaram dizer que, embora as erupções tenham começado antes do
ataque do corpo celeste gigante, elas se estenderam até 600 mil anos depois. Ou
seja, a conjugação das duas catástrofes tão distantes e tão desiguais é que
teria decretado o fim dos megatérios do remotíssimo passado. (Com informações
de CartaCapital).
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