"Ver alguém desvalidando essa dor em redes sociais faz com que as outras pessoas se sintam também nesse direito". (FOTO/Pixabay). |
"Nenhuma
dor pode ser medida por outra pessoa. Independentemente de posicionamento
político, existem pessoas que estão em intenso sofrimento. A morte de uma
criança rompe com o ciclo natural da vida, não esperamos enterrar um filho, um
neto." A análise é da psicóloga e integrante do Quatro Estações Instituto
de Psicologia, Beatriz Damato, em entrevista à jornalista Marilu Cabañas, da
Rádio Brasil Atual.
A
psicóloga também comentou a respeito das mensagens de ódio que têm circulado em
redes sociais. "A empatia é algo
necessário para se conviver em sociedade. Fico chateada quando vejo noticias
desse tipo, ainda mais sabendo como se dá o processo de luto", afirmou,
comentando ainda a postura do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), que
criticou a saída de Lula. "É difícil
ver isso vindo de representantes. Se estamos em um momento de validar a dor do
outro, ver alguém desvalidando essa dor em redes sociais faz com que as outras
pessoas se sintam também nesse direito."
Ela
comentou ainda sobre o fato de o ex-presidente conviver com diversas perdas em
sequência: além da prisão, a morte do irmão, há 31 dias, e agora seu neto.
"Chamamos de perdas múltiplas,
quando alguém vive vários tipos de perda em curto espaço de tempo. é um fator
de risco porque um processo está sendo elaborado e já se inicia outro processo."
O
isolamento também não auxilia na elaboração do luto. "Fator de proteção é poder contar com a rede de suporte, de apoio, e
isso não é possível quando se está sozinho." (Com informações da RBA).
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