A
fome insaciável de poder, metáfora para a GULA no campo da política, foi o que
fez ruir o castelo de areia da República de Curitiba. Ao tentarem se apropriar,
para fins evidentemente políticos, de R$ 2,5 bilhões da Petrobras, empresa
pública de caráter estratégico para a economia e a soberania do Brasil, os
agentes públicos da operação Lava Jato cruzaram de vez a linha que os impedia
de quebrar não apenas leis, mas também padrões morais.
As
violações recorrentes à legislação brasileira que regula o processo penal e a
ação de servidores públicos, especialmente aqueles vinculados ao poder
Judiciário, expressam a LUXÚRIA do prazer decorrente do exercício do poder sem
limites. A indústria de delações, ocultada nas alcovas da operação e erigida
sob mentiras, ilustra muito bem esse desvio.
Tal
prazer, incensado e alimentado pelos holofotes fornecidos pela mídia e por
convescotes dos setores da sociedade civil – que alçaram ao Olimpo os
condutores da autoproclamada “maior operação de combate à corrupção do planeta”
– revela a mais pura e acabada manifestação da VAIDADE.
Não
menos nociva à administração da República é a AVAREZA de funcionários públicos
que deveriam primar pelo respeito à lei, mas são os primeiros a burlar o teto
constitucional para auferir salários que, ao longo dos anos, somam quantias
milionárias bancadas pelos impostos dos trabalhadores. Nesse quesito, destaca-se
especialmente o procurador Deltan Dallagnol, que usou proventos recebidos
ilegalmente para especular com um programa de moradia popular destinado a
mitigar o déficit habitacional no País. Em sua “Divina Comédia”, Dante disse
que a este tipo de pecador está reservado a Colina de Rocha, no quarto círculo
do inferno.
O
comportamento dos procuradores da força-tarefa da Lava Jato é exemplar para
apontar a INVEJA que esta categoria sempre exibiu com relação às forças
policiais, a quem cabe de fato, segundo a Constituição Federal, a competência
de realizar investigações de natureza criminal. Ao Ministério Público a Carta
Magna atribuiu a importantíssima tarefa de elaborar a acusação. Entretanto, na
prática, essa corporação ignora o que prescreve a lei e não apenas também
exerce o papel que caberia exclusivamente às polícias, mas ainda julga e
condena réus em suas peças, tratadas por parte da imprensa – não por acaso –
como sentenças condenatórias em si mesmas.
Ao
se omitir de empregar mais energia e procedimentos em relação a vários notórios
personagens do campo político sobre os quais foram reveladas robustas provas
materiais – e não apenas subjetivas ou acusações extraídas de delações
premiadas – do envolvimento com ilícitos, a turma da Lava Jato demonstra a
leniência, que não é menos que a PREGUIÇA no âmbito administrativo,
consequência direta da seletividade política.
Com
todos os pecados finalmente expostos aos olhos menos atentos da sociedade
brasileira e da comunidade internacional, a reação escolhida por Dallagnol e
seus colegas foi o de manifestar a IRA contra as instituições, notadamente o
Supremo Tribunal Federal (STF), alvo de uma campanha de difamação que despertou
até apelos por um golpe militar.
O
equilibrista morre quando acha que aprendeu a voar. Os pecadores sucumbem
quando se afastam dos princípios que deveriam seguir. (Por Paulo Pimenta, na CartaCapital).
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