Benito Mussolini fundou o 'Fasci italiani di combattimento' em 23 de março de 1919, em Milão, na Itália. (FOTO/Getty Images). |
Existe
o perigo de um retorno do fascismo no mundo?
Quando
questionado sobre o assunto, o historiador Emilio Gentile, considerado na
Itália o maior especialista vivo sobre o fascismo, dá uma resposta contundente:
"Absolutamente, não".
No
entanto, nos últimos tempos, os presidentes dos Estados Unidos, Rússia, Brasil,
Hungria e muitos outros líderes políticos das Américas e da Europa foram
rotulados como fascistas por suas políticas de imigração ou por seu
nacionalismo. Mas é correto definí-los assim?
Gentile
conhece profundamente o fascismo, porque dedicou toda sua vida acadêmica a
analisá-lo.
Este
movimento político nasceu oficialmente na noite de 23 de março de 1919, quando
Benito Mussolini (1883-1945) fundou em Milão o grupo Fasci Italiani di
combattimento.
O
grupo reuniu ex-combatentes da Primeira Guerra Mundial, um conflito que deixou
a Itália, como quase toda a Europa, mergulhada em uma profunda crise política,
econômica e social.
Depois
de alguns anos, Mussolini chegou ao poder graças ao apoio do rei Victor
Emmanuel 3º, de grandes empresários e do Vaticano, bem como por meio do uso da
violência.
Em
1925, ele assumiu o controle de todos os poderes do Estado e transformou um
regime parlamentar e democrático em um Estado totalitário regido pela total
falta de liberdades individuais, políticas, organizacionais e de pensamento.
Mussolini
e seu movimento também se tornaram uma referência para regimes autoritários em
todo o mundo, particularmente para Adolf Hitler (1889-1945). Ele apoiou o
regime nazista alemão durante a Segunda Guerra Mundial e, como Hitler, foi
derrotado em 1945.
Mas
isso não significou a derrota do fascismo como ideologia política, que
permanece viva em muitos movimentos da extrema direita. Mas o que é exatamente
o fascismo?
O
historiador Stanley G. Payne afirmou em um de seus vários estudos sobre o
assunto que "continua sendo o mais indefinido dos termos políticos mais
importantes". Cem anos após sua aparição na história, conversamos com
Gentile sobre o tema.
Clique aqui e confira íntegra da entrevista do historiador Emilio Gentile a BBC.
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