À esquerda, Paulo Gracindo que viveu Odorico. (FOTO/ Reprodução/ Na Telinha). À direita, Bolsonaro. (FOTO/ Adriano Machado). Montagem/ Blog Negro Nicolau). |
O dramaturgo brasileiro Dias Gomes criou um personagem fictício de grande sucesso da dramaturgia. Talvez ele não imaginasse que mais de quatro décadas depois o Odorico Paraguaçu, da cidade de Sucupira, viesse a se tornar realidade.
Sua
intenção foi sim realizar uma peça de teatro e uma novela que de alguma maneira
retratasse a realidade brasileira. Mas jamais pensou que seu Odorico e sua
Sucupira se transformariam numa realidade nua e crua.
Mas
vou lembrar as características do Odorico que foi eleito prefeito pelo povo de Sucupira.
Defendia o que não fazia. Discursava o que não vivia. Valores tradicionais era
a sua tônica. Foi eleito com a promessa de criar o cemitério da cidade. Era
corruto, demogago e não possuia moral. Dono de um discurso sem argumentação, as
vezes inventava frases e as atribuía a alguém.
Odorico
também não gostava da palavra autonomia, a não ser que fosse única e
exclusivamente a sua. Entrava em conflito com a imprensa que em Sucupira era
representada pelo jornal “A Trombeta”. Criticava a polícia, contestava o médico
da cidade e fazia alianças com um criminoso para se dar bem politicamente.
E Bolsonaro? E o Brasil?. Poderia começar dizendo que ele foi eleito com a promessa de acabar com a corrupção, mesmo tendo a maior parte de sua vida dedicada a política e nada de significativo feito. Tem também um discurso vazio. Defende o que não faz. Discursa o que não vive. A todo momento coloca em xeque a autonomia dos poderes constituídos, das instituições. Conflitos com a imprensa? Tem. Atrito com a PF. Tem. Desavença com a medicina? Também.
Se fosse fazer uma
comparação teria o seguinte cenário:
Jornal
“A Trombeta” – Globo e Folha de São Paulo.
Delegada
Donana Medrado – Sérgio Moro e Valeixo.
Médico
Juarez Leão – Todos aqueles que defendem hoje o isolamento social e o uso
correto de máscaras para conter a Covid-19.
Alianças
com Zeca Diabo – Todas aquelas feitas por ele até agora para permanecer no
poder, inclusive as mais recentes (centrão).
A única diferença entre Odorico, de Sucupira, e Bolsonaro é que o primeiro era ficção.
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