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Orlando Vieira. (FOTO/ Reprodução/ Facebook). |
No pé da serra da mucunã
Um bem-te-vi pergunta ao
gavião
Na sua cantarola da manhã
Pra ver a sua opinião
Na presença da ave jaçanã
Tendo as folhas como seu
divan
Agora vai ter moro e morão.
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O gavião soberbo predador
Manifestou sua rígida
decisão
Nesse governo haverá o
esplendor
Momento máximo da nação
Moro é um juiz conservador
Morão é patriota de valor
Agora vai ter moro e morão..
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O bem -te- vi retrucou no
momento
Disse pense bem gavião
Morão não passa de um
jumento
Um sujeito frio sem coração
Moro é um juiz sem
pensamento
Um bolo sem sabor e sem
fermento
Não pode.mas vai ter moro e
morão.
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Sai pra lá ave comunista
Falou bravo e feroz o gavião
Que tinha um discurso
fascista
A respeito do futuro da
nação
Eu odeio gente idealista
E não pense que eu sou
racista
Mas agora vai ter moro e
morão.
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O bem -te- vi logo respondeu
Olha aqui seu gavião
Na Bahia tem um primo meu
Que trabalhou a vida toda de
montão
Pra criar os filhos quase
morreu
Enfrentou a fome e venceu
Não mais ,pois vai ter moro
e morão
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E esse governo vai fazer
pior
Disse o bem-te-vi ao gavião
A reforma da previdência é
um nó
Que castiga os pobres da
nação
Ninguém vai se aposentar
tenha dó
Isso é o sofrimento mó
Pois agora vai ter moro e
morão
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E brandou ave amarela do
agreste
Que falava feroz feito um
leão
Pra educação será um duro
teste
Pois já brilha do exército o
brasão
Que visa controlar de leste
a oeste
O povo e o animal silvestre
chorem pois vai ter moro e
morão
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Pretendem censurar o
professor
Falava o bem-te-vi ao gavião
Inventaram o kit gay mas que
horror
Eles ameaçam o futuro da
nação
Implantarão a política do
temor
Onde prevalece o medo não o
amor
Que tragédia.vai ter moro e
morão
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Continuava a discussão
acalorada
Veio a coruja,o sabiá e o
azulão
Participar da democracia
cantada
Gorjeada pelos pássaros da
nação
Dentro da mata fechada
Desenrolava-se a filosofia
emplumada
Porque vai ter moro e morão.
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As árvores serviam de
bancada
Para os assuntos das aves em
questão
Cada galho havia uma sacada
Que arrebanhava a grande
reunião
Que permanecia na mata
aglutinada
Aquela grande multidão alada
Gritava vai ter moro e
morão.
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Continuou o bem-te-vi
amarelo
Com a força do seu nobre
coração
O governo bolsonaro é o
martelo
Que destruirá os alicerces
da nação
Arruinando da democracia o
belo
Desestruturando da nação elo
por elo
Pois vai ter moro e morão.
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Bem-te-vi toula criança
Tomou a palavra o gavião
A extrema direita é a
esperança
O mito vai salva essa nação
Será um tempo de ordem e
segurança
Militares e civis formando
uma aliança
Pois agora vai ter moro e
morão.
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Vamos armar o cidadão de bem
Cada indivíduo um feroz
dragão
Bandido bom é bandido morto
no além
Vamos transformar a religião
Deus acima de todos amém
Arma na mão e no bolso
nenhum vintém
Mas agora vai ter moro e
morão.
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Mas como vai ficar a lava
jato?
Continuou com a palavra o
gavião
Vai ficar bem respondeu no
mesmo ato
Atacar o pt é nossa única
missão
Porque o pt é o câncer da
nação de fato
Principalmente lula aquele
rato
Pois agora vai ter moro e
morão.
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O bem-te-vi respondeu mal
Seu fascista sem coração
Doente da direita radical
Vendo comunismo em toda
direção
Em cada gota de oceano um
mar de sal
Em cada grupo de jovem uma
ursal
Ai de nós pois vai ter moro
e morão.
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Agora sem moro na lava jato
Aalvez acabem com a
corrupção
Porque só o pt que paga o
pato
Enquanto os outros ganham a
absorvição
Queremos um juiz imparcial
de fato
Que não seja um rato
disfarçado de gato
não teremos.pois vai ter
moro e morão.
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E continuava o debate perto
do céu
Como uma poema recitado no
alcorão
No pé da serra onde a
neblina forma um véu
Propagava-se aquela doce
oração
O canto dos pássaros lindo
cordel
Nas soledades infinitas sob
ao léu
Interrompidas pois vai ter
moro e morão.
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Nesse momento o pássaro
traiçoeiro
Com suas garras de feroz
gavião
Deu um golpe bem certeiro
E do bem-te-vi tirou o
coração
Era como um golpe de estado
verdadeiro
A onde o inocente é o que
morre primeiro
Pois agora vai ter Moro e Morão.
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E o bem-te-vi falou também
Morrendo diante do gavião
Nós somos a resistencia do
bem
Não adianta roubar nosso
coração
Que assim seja pra todo
sempre amém
Ninguém solta a asa de
ninguém
Pois agora vai ter moro e
morão.
Fim
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Poesia
escrita pelo altaneirense Francisco Orlando
Veira de Lima e encaminhada a redação do Blog. Orlando reside no sítio
Taboquinha, município de Altaneira e a escreveu em 12 de novembro de 2018.
Muito bom ver no blog essa divulgação da cultura local e dar visibilidade aos talentos da Terra.
ResponderExcluirParabéns Orlando
O Blog se revigora quando há textos dessa natureza.
ExcluirUma sátira forte sobre a situação atual do país.
ResponderExcluirParabéns ao amigo Orlando Vieira, não me surpreende por que já o conheço de longas datas e sei do potencial desse brilhante poeta e historiador.