Aurélio Matias. (FOTO/ Reprodução/ Facebook). |
A ampla divulgação da reunião ministerial de 22/04 mostrou claramente as vísceras do governo e o tipo de gente que está no comando da nação. Um digno circo de horrores! em plena pandemia, nada se falou sobre ela! O repertório foi repleto de baixarias, crimes como quebra de decoro, infrações e incompetência política e administrativa para sair da crise. Armar o povo, perseguir jornalistas, prender governadores, prefeitos, ministros do STF e controlar a PF foram intenções reveladas que mostram que o projeto do governo Bolsonaro não é constitucional. Sua intenção é uma ditadura.
O
cientista político polonês Adam Przeworski, ao estudar a crise da democracia e o avanço da ultra-direita nos EUA e na Europa coloca que as mudanças de uma democracia para
um regime autoritário ocorrem, hoje,,
não como no passado, com tanques na rua, mas através de líderes
populistas eleitos, que, de maneira sorrateira, ocupam, por dentro, as
instituições, para justamente
enfraquecer a democracia, processo que esse autor classifica como "Autoritarismo Furtivo". Bolsonaro
se enquadra nessa categoria: Ele não aceita contestação de qualquer tipo,
persegue quem se coloca contra a ele, sua vocação é para déspota ou ditador.
Há
quem analise que o resultado da propalada reunião não vai causar estrago nenhum
ao bolsonarismo e vai servir para manter
coesa sua base de apoio que hoje está em torno de 25% do eleitorado. No
entanto, pesquisa recente da DataFolha coloca que 62% dos brasileiros acreditam
que a democracia é o melhor regime, e que ainda
20% do eleitorado é a favor da ditadura. É para esta parcela que
Bolsonaro fala e defende o armamento. É o mesmo comportamento utilizado pelo
líder fascista italiano Mussoline na década de 1920.
Os
300 fanáticos acampados em Brasília para apoiar o presidente, inclusive com
gente treinada na Ucrânia são insuficientes para implantar o intento ditatorial
dos bolsonaros, o Capitão não conseguiu, ainda, apoio suficiente para sua
intenção golpista.
Contudo,
as forças democráticas do Brasil, também não têm a junção política qualificada:
2/3 de votos no Congresso para o impeachment. Uma Frente Ampla contra o
Autoritarismo está em gestação e vem crescendo o sentimento popular em diversos
setores da sociedade, da direita à esquerda, que, para salvar o Brasil, e
preservar a democracia Bolsonaro deva ser afastado.
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Texto encaminhado a redação do Blog por Aurélio Matias, professor, mestre em Ciências Sociais, diretor de formação sindical da APEOC e autor do livro “Resistência, Rota de Fuga e Refúgio: o Cariri cearense na ditadura militar
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