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Altaneira a uma semana de ter a primeira prefeita em 65 anos de História

 

Silvânia Andrade (PT) e Kesia Alcântara (PSB), candidatas a prefeita de Altaneira. (FOTO | Divulgação | TSE |Divulgacand).

Por Nicolau Neto, editor

Faltam oito dias para que os sete mil, cento e dez (7.110) eleitores (as) possam escolher a primeira prefeita da História do município de Altaneira, na região do cariri cearense. Independentemente do resultado no dia 06 de outubro, o município que é um dos três da região com mais votantes do que residentes, terá uma mulher no cargo de maior poder de decisão.

Convenções devem oficializar duas mulheres como candidatas a prefeita de Altaneira

 

Silvânia (à esquerda) e Késia. (FOTO | Reprodução | Montagem | blog Negro Nicolau).

Por Nicolau Neto, editor

Desde a emancipação política ocorrida em 1958, o poder executivo só teve duas mulheres disputando o cargo de prefeita. A primeira se deu em 2011 durante a eleição suplementar. Naquela oportunidade, a farmacêutica Andréia David (antigo DEM) foi derrotada pelo empresário Delvamberto Soares (PSB). 9 anos depois, foi a vez da empresária Késia Alcântara (PDT). Em 2020, ela sofreu derrota nas urnas para o caminhoneiro Dariomar Rodrigues (PT) que conseguiu a reeleição.

Sancionada lei que proíbe soltura de fogos de artifícios com estouro em Altaneira

(FOTO |Reprodução).

Por Nicolau Neto, editor 

A câmara de Altaneira, na região do cariri cearense, aprovou no último dia 17 de abril, por unanimidade, o projeto de lei n° 002/2021 de autoria do vereador Ariovaldo Soares (PDT), que proíbe a soltura de fogos de artifícios com estampido ou estouro em todo o território do município.

Altaneira poderá ter, pela primeira vez, duas mulheres disputando cargo de prefeita

 

Silvânia (a direita) e Késia. (FOTOS/ Reprodução/ Redes Sociais).

Por Nicolau Neto, editor

Desde a emancipação política ocorrida em 1958, o poder executivo só teve duas mulheres disputando o cargo de prefeita. A primeira se deu em 2011 durante a eleição suplementar. Naquela oportunidade, a farmacêutica Andréia David (antigo DEM) foi derrotada pelo empresário Delvamberto Soares (PSB). 9 anos depois, foi a vez da empresária Kesia Alcântara (PDT). Em 2020, ela sofreu derrota nas urnas para o caminhoneiro Dariomar Rodrigues (PT) que conseguiu a reeleição.

Altaneira está entre os cinco municípios do Ceará com maior percentual de pessoas pretas, diz Censo 2022

 

Entrada de Altaneira-CE. (FOTO | Nicolau Neto).

Por Nicolau Neto, editor

Foi divulgado nesta sexta-feira, 22, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), os dados do Censo 2022 referentes à identificação étnico-racial da população brasileira e, pela primeira vez o número de pardos superou o de brancos, chegando a 45,3%. Houve um aumento nesse grupo de 11,9% em relação aos dados de 2010.

Morre em Altaneira, Pixico, ex-vereador e ex-constituinte

 

Pixico durante reunião dos constituintes. (FOTO | Reprodução).

Por Nicolau Neto, editor

Faleceu nesta terça-feira, 12, às vésperas do município de Altaneira completar 65 anos de Emancipação Política, Francisco Ananias Barbosa, o Pixico.

Cantor altaneirense, Hélio Ferreira, se apresenta nesta sexta-feira na Expocrato

 

Hélio Ferreira. (FOTO | Reprodução | Instagram).

Por Nicolau Neto, editor

Hélio Ferreira é um cantor jovem e que desde muito cedo viu na música sua maior paixão. Com apenas 24 anos já teve a felicidade de cantar ao lado de cantores renomado do mundo do forró, a exemplo de Edson Lima da Banda Gatinha Manhosa durante as festividades da padroeira de Altaneira em 2019 no parque de eventos João Almeida Braga.

O sonho de Hélio é o de todos e todas que querem viver da música, ou seja, ter projeção nacional. E a grande oportunidade chegou. Ele estará presente nesta noite de sexta-feira, 14, na Expocrato. Em entrevista ao Portal Tapera, Hélio descreveu sobre esse momento chave em sua carreira. "... minha participação na Expocrato é algo que veio pra abalar as estruturas mesmo, porque pra mim é uma oportunidade imensa para alavancar um sonho de muitos anos. Sobre o que estou sentindo, se resume a uma só palavra: felicidade”, destacou.

Ele mencionou ainda a respeito de como tem sido a preparação para subir no palco. “Desde que saiu a confirmação de que iríamos participar, iniciamos os ensaios com a banda e a preparação do repertório, que tivesse de tudo um pouco”, falou entusiasmado.

Hélio é conhecido dos altaneirenses pelo tom suave e romântico. Hoje se apresentará ao lado de artistas conhecidos nacionalmente, como Xand Avião, Wallas Arrais, Zé Vaqueiro e a dupla Henrique e Juliano.

Sobre isso ele frisou ao mesmo portal: "não poderia ser diferente, nossa primeira apresentação tinha que acontecer no mesmo dia desses grandes cantores. Isso também me deixa feliz e com a expectativa à mil."

A música pra mim significa alegria, arte e principalmente vida, pois não consigo imaginar como seria o mundo sem a alegria. A música é o que me move, e não pretendo parar jamais. Depois da Expocrato, já queremos gravar nosso primeiro trabalho autoral, incluindo composições minhas, com arranjo, melodias e letra e, quem sabe, também não vem a formação de uma banda por aí”, destacou o cantor.

Altaneira poderá ser o 2º município do Brasil e o 1º do Ceará a ter Estatuto da Equidade Racial

 

Entrada de Altaneira-CE. (FOTO | Prof. Nicolau Neto).

Por Nicolau Neto, editor

Nos dia 13 e 26 de maio de 2021, mês em que as atenções se voltaram para relembrar e debater os 133 anos da abolição inconclusa da escravização no Brasil, ocorreu no município de Altaneira, no cariri cearense, e no formato remoto, a apresentação do Plano de Combate ao Racismo e de Promoção da Equidade. A ação partiu deste professor e fundado do blog.

Como já relatado aqui, as apresentações se deram junto às secretarias de governo, de educação, de cultura, além de contar com a participação de diretores/as e coordenadores/as das escolas no município, de formadores/as educacionais e de representantes do Sindicato dos Servidores Municipais (Sinsema) em um primeiro momento (dia 13) e posteriormente para o poder legislativo (dia 16).

Das 11 propostas do plano, duas já foram aprovadas por meio de lei na Câmara e sancionadas pelo executivo municipal: a transformação do dia 20 de novembro em feriado municipal de autoria do presidente da casa, o vereador Deza Soares (PT); e a criação do Conselho Municipal de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (CMPPIR) oriunda do poder executivo.

Agora, mais uma propostas poderá sair do papel. Durante a solenidade de posse da mesa diretora da Câmara para o biênio 2023/2024 ocorrida em janeiro do ano ano em curso, a vereadora Rafaela Gonçalves (PT), agora na função de vice-presidente,  destacou em seu discurso de posse que uma de suas prioridades para este ano era a aprovação e promulgação do Estatuto Municipal da Equidade Racial que adotará os parâmetros do Estatuto da Igualdade Racial do Governo Federal aprovado em 2010.

Pioneirismo

Ainda de acordo com a vereadora, o Estatuto encontra-se na Comissão Permanente da casa para emissão de parecer. Ainda não há previsão para que o PL do estatuto étnico-racial vá a votação em plenário. Se for aprovado, o município de Altaneira entrará mais uma vez para a história no enfrentamento ao racismo por meio de dispositivos legais. Poderá ser o 2º município do país a contar com um estatuto dessa envergadura e o 1º do Estado do Ceará.

Dos mais de 5.000 municípios brasileiros, apenas Olinda, no Estado de Pernambuco, tem um Estatuto de Igualdade Étnico-Racial. O Projeto de Lei foi aprovado e sancionado em 2021 pelo prefeito Lupércio (SDD), primeiro negro a governar a cidade.

Em Altaneira, o prefeito Dariomar (PT) se autodeclarou negro para a justiça eleitoral nas eleições de 2020 ao identificar-se pardo. Conforme o IBGE, a população negra brasileira é a somatória de pretos e pardos.

É importante destacar que o enfrentamento as desigualdades advindas do racismo é uma responsabilidade e um dever de todos e os poderes constitucionalmente instituídos precisam assumir seu papel na luta antirracista disseminando o debate a respeito da questão racial, contribuindo para desarranjar todas as formas de discriminação e preconceito presentes diariamente.

2023 será o 1º ano em que Altaneira terá o feriado da Consciência Negra em dia útil

 

Entrada de Altaneira-Ce. (FOTO | Prof. Nicolau Neto).

Por Nicolau Neto, editor

Em 17 de novembro de 2021 o Diário Oficial dos Municípios do Ceará fez circular a Lei nº 819, sancionada pelo prefeito de Altaneira, Dariomar Rodrigues (PT), que institui feriado em 20 de novembro, Dia Nacional da Consciência Negra.

Fruto do Plano Municipal de Combate ao Racismo e de Promoção da Equidade apresentado por este professor e fundador deste Blog, junto aos poderes executivo e legislativo no mês de maio do mesmo ano, o projeto lei que versa sobre foi apresentado pelo vereador e presidente da Câmara, Deza Soares (PT) e aprovado por unanimidade.

No primeiro ano de validade, não houve realização de atividades pelos setores públicos, visto que o dia 20 de novembro de 2021 foi em sábado. No ano seguinte foi em um domingo. Este ano, porém, será em uma segunda e a expectativa é que a lei seja cumprida com ações de reflexão e conscientização, inclusive, eventos culturais e outros relacionados ao fortalecimento e consolidação da edificação de uma sociedade mais justa e racialmente equitativa.

O texto representa um marco histórico na legislação municipal e corrobora para contribuir na reflexão e tomada de atitudes que reconheçam e valorizem a população negra que representa mais de 56% do Brasil como contribuidoras para a formação do país, mas principalmente como produtoras de saberes em todas as áreas e que isso seja discutido nas escolas.

A legislação já vigor é mais que oportuna também porque fará com as pessoas comecem a se perguntar o porquê do feriado.

Altaneira se torna o primeiro município do Ceará a ter uma legislação nesse sentido, além de ser ainda o primeiro a contar com um Plano Municipal de Combate ao Racismo e de Promoção da Equidade.

Altaneira completa 64 anos de Emancipação Política

 

(FOTO | Fabrício Ferraz).

Por Nicolau Neto, editor

O Município de Altaneira, localizado na microrregião serrana de Caririaçu e na Região do Cariri possui, segundo estimativas de 2020 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), uma população equivalente a 7.650 habitantes e veio a ganhar autonomia política e administrativa no dia 18 de dezembro de 1958 segundo a historiografia contada pelas elites da época e sustentada ainda hoje.

De acordo com as explicações dessas fontes e de alguns populares mais velhos, a formação desse território que posteriormente veio a ser denominado de Altaneira teve início nos anos finais do século XIX, quando os primeiros habitantes começaram a ocupar a área em 1870. Com a fixação e organização desses povos formou-se um povoado que levou o nome de Santa Tereza. Esta posteriormente foi concebida como a padroeira do município. Segundo as mesmas fontes, as primeiras famílias a se estabelecerem na localidade tinham como chefes João Bezerra, Manoel Bezerra, Joaquim de Almeida Braga, José Almeida Braga, além de José Braz, Firmino Ferreira Lima e João Correia de Araújo. O que permite perceber laços familiares no molde patriarcal.

Antes de se tornar independente politicamente o povoado da vila Santa Tereza foi subordinado aos municípios de Quixará (hoje Farias Brito) e Assaré. A historiografia local, seja por intermédio de fontes orais ou escrita, são poucas e até ineficiente para se ter um relato mais preciso e as que estão a disposição acabam não revelando uma luta pela independência fervorosa e ou, com grandes conflitos armados. O que leva a perceber a necessidade de um estudo mais aprofundado para se analisar a historiografia local.

Levando em consideração esses relatos, pode-se afirmar que o povoado foi elevado a categoria de distrito pela lei estadual nº 1153, de 22 de novembro 1951, sendo pertencente ao município de Quixará. Pela lei estadual nº 2194, de 15 de dezembro de 1953, o distrito de Altaneira passou a fazer parte do município de Assaré. Toda via, o ponto auge é atingido somente em dezembro de 1958 quando, de fato, o distrito passa a se tornar município de Altaneira. O Padre David Augusto Moreira é apontado como o responsável pela denominação do Município. Ainda no que toca ao processo de autonomia política, ocorreu em virtude do Projeto de Lei nº. 299/58, cujo o autor foi o Dep. Cincinato Furtado Leite, nome que, inclusive foi dado ao plenário da Câmara.

Segundo as informações de populares mais antigos e de algumas fontes escritas a religiosidade é uma conotação ávida e se faz presente com vigor ainda hoje. Nas primeiras décadas do século passado foram dados os primeiros passos para a construção de uma capela no distrito, sendo que a primeira missa campal se deu em 1937 sob a organização do Padre Joaquim Sabino Dantas.

Durante mais de meio século de história, Altaneira já passou por grandes acontecimentos, a maioria deles ligados a política partidária. Entre o final de 2010 e início de 2011 o município passou pelo momento mais conturbado e complicado da sua curta história. Antonio Dorival de Oliveira, prefeito no período, foi cassado por abuso de poder político (acusado de distribuir vales de combustível durante o processo eleitoral de 2008 com dinheiro público). Em virtude disso, em um período de um ano os munícipes foram as urnas duas vezes, uma em 2011, na eleição suplementar e, outra em outubro do ano seguinte, para elegerem seu novo gestor.

Em 2020, em plena pandemia, a cidade sofreu mais um abalo politicamente e acreditou-se que o município teria em sua curta história mais um caso de prefeito afastado do cargo quando em uma operação secretários e empresários foram presos por suspeitas de fraudes em licitação. A operação recebeu o nome de “Salus.”

Em 64 anos de História nenhuma mulher chegou a ocupar o cargo de prefeita. As mulheres, inclusive, estão ausentes na história tradicional que conta a formação do município, fato que em nada se diferencia dos acontecimentos contados sobre a formação do Brasil. Essa lacuna precisa ser preenchida. Alias muitas lacunas precisam ser preenchidas, a exemplo do papel das populações negras, dos homens e mulheres que não pertenciam às elites políticas e econômicas nesse jogo de poder.

No ano em que Altaneira celebra seus 64 anos de Emancipação Política, um dos símbolos históricos e culturais do município, Dona Angelita, faleceu. Ela deixou um legado cultural que precisa ser preservado: a dança do São Gonçalo, do Coco e suas poesias.

Foucault, por exemplo, um dos filósofos mais estudados quando o assunto é poder, destaca que o poder ajuda a identificar sujeitos. Na relação de poder, os sujeitos atuam sobre os outros estabelecendo uma relação de dominação. Poder é, portanto, dominação. E essa sobrepõe verdade que precisa ser contada e recontada. Nas sociedades capitalistas, quem tem dinheiro tem poder, tem dominação e as impõe. As histórias contadas são as histórias dos “vencedores”, nunca a dos “vencidos”. E é aqui que reside o papel dos historiadores e das historiadoras – o de demonstrar e analisar essas relações de poder. É contar a história por outro viés e lembrar, como constatou o historiador inglês Peter Burke, que nossa função é “fazer lembrar aquilo que a sociedade quer esquecer.”

Deza Soares é reeleito presidente da Câmara de Altaneira

 

A mesa diretora da Câmara de Altaneira teve apenas uma alteração, a da Advogada Rafaela Gonçalves que será vice-presidente. (FOTO/ Ricardo Justino).

Por Nicolau Neto, editor

Na manhã desta quarta-feira, 14 de dezembro, foi realizada a última sessão ordinária de 2022 e teve como única pauta a renovação da mesa diretora para o biênio 2023/2024 da Câmara Municipal de Altaneira.

A reunião teve início com os tradicionais registros presidenciais, marcados por mensagens de aniversários, datas comemorativas, eventos importantes, ações do executivo, dentre outras. A passagem de 104 anos do sítio Serra do Valério e a diplomação de Lula como presidente ocorrida na última segunda-feira, 12, foram os principais destaques.

Antes de iniciar o processo de renovação da mesa diretora, o presidente Deza Soares (PT) fez um balanço dos dois anos a frente casa, dando destaque a apresentação de prestação de contas das ações e dos contratos das assessorias e das nomeações de outras.

A pesar de ter havido rumores de que o cargo de presidente seria disputado por mais de vereador ou vereadora, como de costume os(as) reais postulantes só foram de fato conhecidos durante a reunião. A oposição composta por três parlamentares não lançou candidato e acabou votando no atual presidente. Este usou como justificativa para se credenciar a um novo mandato o trabalho feito nesses dois anos.

A própria bancada da situação acabou tendo outro candidato, o professor Nonato (PT), mesmo este tendo afirmado que retiraria o nome caso outro companheiro de legenda se lançasse ao cargo.

Nomes postos, cada parlamentar passou a votar. Deza recebeu votos dos três nomes da oposição : Ariovaldo Soares e Valmir Brasil, ambos do PDT e Robercivânia Oliveira (PSD), além de Rafaela Gonçalves e Silvânia Andrade que são companheiras de legenda. Como ele votou em si, obteve seis votos. Nonato recebeu os votos de Júnior do Povo e de Paulo Geaneo, ambos do PT. Com isso, o atual presidente foi reeleito por 6 a 3.

Nas demais cadeiras, também ouve disputa e uma alteração. Rafaela Gonçalves (PT) foi eleita vice-presidente em disputa apertadíssima com Silvânia Andrade (PT). Após cada uma receber 4 votos, couve ao presidente decidir. Votaram em Rafaela os/as parlamentares Ariovaldo Soares, Valmir Brasil, Robercivânia. Silvânia recebeu apoio de Professor Nonato, Júnior do Povo e Paulo Geaneo. As candidatas votaram em si.

Robercivânia concorreu a reeleição sozinha. Ela recebeu oito votos. Apenas Júnior do Povo (PT) se absteve.

Dessa forma, a mesa diretora para o biênio 2023/2024 será composta assim:

Presidente – Deza Soares (PT);

Vice-presidente – Rafaela Gonçalves (PT);

Secretária - Robercivânia Oliveira (PSD).

Altaneira cria Conselho Municipal de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (CMPPIR)

 

Visão panorâmica de Altaneira. (FOTO | Fabrício Ferraz).

Por Valéria Rodrigues, Colunista

Circulou na edição desta segunda-feira (12/12), do Diário Oficial dos Municípios do Ceará, e sancionada pelo prefeito de Altaneira, Dariomar Rodrigues (PT), a Lei nº 870 que cria o Conselho Municipal de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (CMPPIR).

O texto que foi aprovado na última quarta-feira, 07, é oriundo do poder executivo municipal e faz parte de uma das onze propostas que estão no Plano de Combate ao Racismo e de Promoção da Equidade, apresentado pelo professor e fundador deste Blog, Nicolau Neto, junto aos poderes executivo e legislativo no mês de maio de 2021.

Pela lei aprovada e sancionada, o Conselho será implantado dentro Secretaria Municipal de Assistência Social e terá, dentre outras finalidades "propor, em âmbito municipal, políticas de promoção da igualdade racial, com ênfase na população negra e em outros segmentos étnicos do Município de Altaneira, visando combater o racismo, o preconceito e a discriminação étnico-racial, bem como as desigualdades raciais no aspecto econômico, financeiro, social, político e cultural". Caberá ao CMPPIR, portanto:

I - participar na elaboração de critérios e parâmetros para formulação e implementação de metas e prioridades que assegurem as condições de igualdade e oportunidade às populações negra e de outros segmentos étnicos do Município de Altaneira;

II - propor estratégias de acompanhamento, avaliação e fiscalização, bem como a participação no processo deliberativo de diretrizes das políticas de promoção da igualdade racial, fomentando a inclusão da dimensão racial nas políticas públicas desenvolvidas em âmbito municipal;

III - apresentar sugestões para a elaboração do planejamento plurianual da Prefeitura de Altaneira, para o estabelecimento de diretrizes orçamentárias e para a alocação de recursos no orçamento anual do Município, visando subsidiar decisões governamentais relativas à implementação de ações de promoção da igualdade racial;

Esta já é a segunda proposta das 11 dentro do Plano de Combate ao Racismo e de Promoção da Equidade sancionada pelo prefeito Dariomar Rodrigues (PT). A primeira foi a transformação do dia 20 de novembro, antes ponto facultativo, em feriado municipal através da Lei nº 819 de 2021.

O texto representa um marco histórico na legislação municipal e corrobora para contribuir na reflexão e tomada de atitudes que reconheçam e valorizem a população negra que representa mais de 56% do Brasil como contribuidoras para a formação do país, mas principalmente como produtoras de conhecimentos, de saberes em todas as áreas e que isso seja discutido nas escolas.

Altaneira é o primeiro município do Ceará a contar com um Plano Municipal de Combate ao Racismo e de Promoção da Equidade.

Conselho Municipal de Políticas de Promoção da Igualdade Racial é aprovado na Câmara de Altaneira

 

Sede da Câmara de Altaneira. (FOTO | Nicolau Neto).

Por Valéria Rodrigues, Colunista

O município de Altaneira, no cariri cearense, deu mais um importante passo na promoção de legislações antirracistas. Isto porque circulou no site oficial do poder legislativo na tarde desta quarta-feira, 07 de dezembro, a informação de que foi aprovado o projeto de nº 032/2022 oriundo do executivo municipal tratando sobre a criação do Conselho Municipal de Políticas de Programação da Igualdade Racial (CMPPIR).

A proposta recebeu pareceu favorável da Comissão Permanente (CP) da Casa e foi aprovada sem que houvesse nenhuma contestação. O Conselho faz parte de uma das onze propostas que estão no Plano de Combate ao Racismo e de Promoção da Equidade, apresentado pelo professor e fundador deste Blog, Nicolau Neto, junto aos poderes executivo e legislativo no mês de maio de 2021.

De acordo com o plano, o Conselho deve ser implantado dentro Secretaria Municipal de Educação (SME) e terá, dentre outras responsabilidades estabelecidas em lei aprovada na Câmara, fiscalizar se as leis 10.639/03 e 11.645/08 que tornam obrigatório o ensino da cultura africana, afro-brasileira e a história e cultura indígena nas escolas públicas, respectivamente, estão sendo cumpridas.

Esta já é a segunda proposta das 11 dentro do Plano de Combate ao Racismo e de Promoção da Equidade que é aprovada e aguarda a sanção do prefeito Dariomar Rodrigues (PT). A primeira foi a transformação do dia 20 de novembro, antes ponto facultativo, em feriado municipal através da Lei nº 819 de 2021.

A Sessão que aprovou o Conselho foi realizada no formato virtual em fase do Coronavirus.

Você pode gostar também de “Feriado municipal em Altaneira no dia da Consciência Negra se torna lei

Clique aqui e confira o Plano de Combate ao Racismo e de Promoção da Equidade.

Altaneira é o 1° município do Ceará a ter lei que institui feriado no Dia da Consciência Negra

 

(FOTO | Reprodução).

Por Nicolau Neto, editor

Circulou na edição do dia 17/11 de 2021, do Diário Oficial dos Municípios do Ceará, e sancionada pelo prefeito de Altaneira, Dariomar Rodrigues (PT), a Lei nº 819 que institui feriado em 20 de novembro, Dia Nacional da Consciência Negra.

O texto foi apresentado pelo vereador e presidente da Câmara, Deza Soares (PT) e é fruto do Plano Municipal de Combate ao Racismo e de Promoção da Equidade apresentado pelo professor e fundador deste Blog, Nicolau Neto, junto aos poderes executivo e legislativo no mês de maio do mesmo ano.

Pela legislação que entrou em vigor naquele ano, em um sábado, a data deve ser usada “principalmente pelos setores públicos do município para a realização de atividades de reflexão e conscientização, inclusive, eventos culturais e outros, relacionados ao fortalecimento e consolidação da edificação de uma sociedade mais justa e racialmente equitativa.”

O texto representa um marco histórico na legislação municipal e corrobora para contribuir na reflexão e tomada de atitudes que reconheçam e valorizem a população negra que representa mais de 56% do Brasil como contribuidoras para a formação do país, mas principalmente como produtoras de conhecimentos, de saberes em todas as áreas e que isso seja discutido nas escolas.

A legislação que entra em vigor é mais que oportuna também porque fará com as pessoas comecem a se perguntar o porquê do feriado.

Altaneira se torna o primeiro município do Ceará a ter uma legislação nesse sentido, além de ser ainda o primeiro a contar com um Plano Municipal de Combate ao Racismo e de Promoção da Equidade.

Copa In9ve de Altaneira começa nesta quinta-feira (17)

 

Ginásio Poliesportivo de Altaneira por ocasião do Torneio Cancão em 2013. (FOTO | Arquivo do Blog).

Por Nicolau Neto, editor

Começa nesta quinta-feira, 17, no Ginásio Poliesportivo Antonio Robério Carneiro, em Altaneira, no cariri, a Copa In9ve. O evento que envolverá oito equipes, visa incentivar e valorizar a prática de futsal.

De caráter regional, além da anfitrian, compõem a competição os municípios de Antonina do Norte, Assaré, Nova Olinda e Potengi. Segundo o jornalista do Portal Tapera, Luan Moura, “ao todo, serão 11 partidas distribuídas nos dias 17 e 24 de novembro e 1º, 8 e 15 de dezembro. Na entrada do ginásio, será cobrado 1kg de alimento não perecível” e a abertura ocorrerá a partir da 18h30, onde haverá os primeiros jogos.

Durante a cerimônia de abertura da Copa, a In9ve irá homenagear dois grandes esportistas em reconhecimento à sua contribuição ao futsal altaneirense: os irmãos Francisco Eliezer da Silva, o Kiéis, de 70 anos, e José Aparecido da Silva, o Zezinho, de 60 anos”, pontuou Luan.

Sérgio Eudislley, um dos membros da In9ve, afirmou ao Tapera que a “Copa In9ve faz parte dos projetos que nós, do Grupo In9ve, desenvolvemos nas cidades onde atuamos. Somos cientes do nosso papel social e buscamos sempre incentivar e valorizar a prática esportiva. Já realizamos um evento teste em Potengi e agora faremos o 2º evento, desta vez em Altaneira”.

In9ve Juventus, Altacity, Profat, Juventus Nova Olinda, Frigorífico São Francisco, Flamengo, Vila Padre Cícero e Juventus do Oriel são os oito clubes que buscarão o título desta competição. 

Ascon promove I Copa de Futebol de Altaneira

 

Maniçoba e Vila Rica. (FOTO | Reprodução | Ascon).

Por Nicolau Neto, editor

Teve início no dia 5 de novembro, em Altaneira, no cariri, a primeira Copa Ascon de Futebol. A competição realizada pela Assessoria de Contabilidade (Ascon) envolve a participação de oito equipes, sendo duas representantes da zona Rural: Serano, do sítio Serra do Valério, e Vila Rica, do distrito São Romão. As demais equipes são Humafe, TCT, Juventude, Maniçoba, Caixa D’Água e Portuguesa.

As equipes foram divididas em dois grupos de quatro. O grupo “A” tem Serrano, Maniçoba, Vila Rica e Juventude como representantes e Caixa D’ Água, Portuguesa, TCT e Humafe compõem o Grupo “B” que se enfrentavam entre si.

A primeira rodada contou com as vitórias de Maniçoba e Humafe diante do Serrano e TCT, respectivamente. No primeiro jogo, o placar foi de 2 x 2, enquanto que o Humafe não tomou conhecimento de seu adversário e aplicou um sonoro 11 x 1. O Vila Rica perdeu o jogo de estreia por 2 x 1 para o Juventude, enquanto que o Caixa D’Água bateu a Portuguesa por 2 x 0.

Segundo Edezyo Jalled, um dos representantes da Ascon, a final da competição está programada para o 3 de dezembro. Ele destacou que estava previsto um orçamento de R$ 5.000, mas com o andamento da competição esse valor já subiu para R$ 7.000 e só de patrocínio foram arrecadados R$ 4.000.

Ainda conforme Edezyo, há uma equipe, o Maniçoba, que todos os jogos entra com uma faixa de combate ao Racismo. (Ver imagem abaixo).

Maniçoba exibe todo jogo uma faixa de combate ao racismo. (FOTO | Reprodução | Ascon).


Lucena é eleita presidenta do Sindicato dos Servidores de Altaneira pela terceira vez

 

Eleita nova diretoria do Sinsema. Lucena (ao centro) junto com Gilson e Michelly. (FOTO/ Divulgação/ Sinsema).

Por Nicolau Neto, editor

Maria Lúcia de Lucena, professora, foi eleita neste sábado, 05, para seu terceiro mandado como presidenta do Sindicato dos Servidores Municipais de Altaneira (Sinsema) com 74,5% dos votos.

Lucena que voltará ao cargo depois de quatro anos decidiu no último processo eleitoral apoiar o também professor José Evantuil para presidir a entidade sindical. Com o apoio devolvido - já que ele não quis disputar a reeleição - e sem chapas concorrentes, ela recebeu 91 votos dos 122 sócios (as) aptos a votarem.

Segundo informações do atual presidente, José Evantuil, o processo eleitoral ocorreu de forma tranquila e a eleita terá a companhia na diretoria do professor Antonio Pereira Cruz, popularmente conhecido por Gilson Cruz (Secretário Geral), das Servidoras Ângela Michelly (Secretária de Finanças), de Antonia Maria (Secretária de Assuntos Jurídicos) e Política Sindical), além do servidor Jesualdo Alves que exercerá a função de Secretário de Política Socio-cultural e Comunicação.

O presidente Evantuil informou ainda que 19 sócios não compareceram e houve 1 voto branco e 1 nulo.

Construção da candidatura

Em contato com o Blog, Lucena afirmou que “não tinha pretensão a candidatura, porém foi procurada pelo professor Gilson e que este destacou que iria lançar sua candidatura. Gilson sugeriu que fosse realizada uma pesquisa de intenção de voto”, disse. “Aceitei a proposta dele e encomendamos a pesquisa”, complementou.

Lucena é eleita presidenta do Sindicato dos Servidores de Altaneira pela terceira vez. (FOTO/ Divulgação/Sinsema).

Na pesquisa, frisa Lucena, “o meu nome foi o mais votado. Então Gilson sugeriu que nos aliássemos para montar a chapa. Eu como cabeça por conta da maioria expressiva dos sócios e sócias que indicaram meu nome. Procurei as pessoas que foram votadas e perguntei se iam se candidatar. Todas responderam que não”, pontuou.

A professora mencionou ao Blog ainda que esperou até o último dia de inscrição para fazer montar a chapa. “Porque acho que outras pessoas poderiam estar à frente do Sindicato”, finalizou.

Ao ser questionada sobre seus principais desafios no novo mandato, ela citou a busca por conquistar a confiança dos servidores para se filiarem ao Sindicato; prosseguir com as reivindicações do atual presidente Evantuil; tentar terminar a construção do espaço e lutar pelos direitos de todos os servidores.

Lucena já ocupou o cargo para qual foi eleita em duas outras oportunidades: nos mandatos de 2011 a 2014 e de 2015 a 2018.

Como foi a última eleição

Em 04 de novembro de 2018 o professor José Evantuil venceu o servidor público Manoel de Sousa, conhecido popularmente por Nézio, com ampla vantagem. Naquele episódio, Evantuil obteve 61% dos votos, depois de apuradas 100% das urnas em cédulas de papel. Já seu opositor ficou com 38% dos votos. Brancos e nulos somou 1%.

Altaneira e Araripe são os municípios onde Lula teve a maior votação no Ceará

 

(FOTO | Reprodução | Agência Brasil).
 

Por Nicolau Neto, editor

Em pouco mais de três horas após o encerramento das eleições, já era possível saber seu resultado final. Lula foi eleito pela terceira vez presidente do Brasil com 50,90% dos votos válidos. Seu adversário, que tentava a reeleição, obteve 49,10%.

Segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a região Nordeste deu ampla maioria ao petista. Só no Ceará, onde Lula venceu em todos os 184 municípios, foram quase 70% dos eleitores que optaram pelo 13 em detrimento do 22.

Foi da região do Cariri que vieram as maiores votação para o ex-presidente. Em três deles,  por exemplo, o percentual ficou acima dos 90. Em Araripe 91,48% dos eleitores digitaram o 13, enquanto que o 22 de Bolsonaro foi digitado por 8,58% dos votantes. Já em Altaneira, Lula teve o apoio de 90, 82% e o atual mandatário teve 9, 18%.

Outro município onde a vantagem de Lula foi expressiva e acima dos 90% foi Potengi. Lá ele teve 90,14%, enquanto que Bolsonaro ficou com 9,86%.

Este editor fez um levantamento em seis municípios do Cariri, conforme se percebe abaixo:



Prefeitura de Altaneira e Fundação Casa Grande fecham pacto para realização de Pesquisa Arqueológica

 

Prefeito de Altaneira, Dariomar Rodrigues, e a arqueólga Heloisa Bitu. (FOTO/ Reprodução Redes Sociais).

Por Nicolau Neto, editor

O município de Altaneira, por meio do poder executivo, firmou parceria com a Fundação Casa Grande Memorial do Homem Kariri, com sede na vizinha cidade de Nova Olinda, visando a realização de Pesquisa Arqueológica. O estudo será uma continuidade dos já realizados pela Dra. Rosiane Limaverde na entrada da vertente oeste da Chapada do Araripe, que fora interrompida em meados do ano 2015.

De acordo com dados colhidos junto a página oficial da prefeitura de Altaneira, o documento que assegura a parceria entre as instituições publicas, foi encaminhado à Câmara através de um Projeto de LEI, que depois de aprovado no plenário da casa, foi sancionado pelo prefeito Dariomar Rodrigues sob a Lei Nº: 867/2022 e circulou no Diário Oficial da APRECE no último dia 19 de outubro.

Todas as ações referentes a pesquisa terá o apoio do Instituto de Arqueologia do Cariri Dra. Rosiane Limaverde, que é administrado pelo Fundação Casa Grande em cooperação com a Universidade Regional do Cariri (URCA), além de professores da Universidade Federal do Piauí (UFPI) e alunos colaboradores do Curso de Especialização Lato Sensu em Arqueologia Social Inclusiva – PROEX/URCA. A execução do projeto se dará no Sítio Arqueológico Alto da Lagoa de Santa Teresa, em Altaneira, e deverá ter início tão logo ocorra a emissão da portaria autorizativa pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional-IPHAN.

Esta ação reflete a intenção da Fundação Casa Grande – Memorial do Homem Kariri na Gestão Social do Patrimônio Cultural do Território a partir do diálogo entre gestores culturais, poder público, universidades, pesquisadores colaboradores e sociedade civil visando promover a proteção do patrimônio da Chapada do Araripe. É importante destacar, outrossim, que o Sítio Alto da Lagoa de Sta. Teresa “apresentou concentrações cerâmicas e materiais líticos lascados, com características de ocupação de grupos de matriz tupiconfirmando a presença pré-colonial na região do Cariri”, conforme destaque da página oficial da prefeitura.

Segundo Heloisa Bitu, mestre em Arqueologia, pesquisadora e colaboradora do Instituto de Arqueologia do Cariri e que durante a pesquisa atuará dando apoio logístico por ser proprietária-articuladora do imóvel, “o projeto de prospecção intensiva no sítio arqueólogico Alto da Lagoa de Santa Tereza prevê a execução de um programa integrado de educação patrimonial na comunidade que contará com o apoio logístico das Secretarias de: Educação, Cultura e Meio Ambiente do município”.

A equipe de pesquisadores e coordenadores conta com o Me. Igor Linhares de Araújo, na coordenação geral, João Paulo Marôpo (Georreferenciamento de Dados de Campo), Dra. Mônica Virna Pinheiro (Geoprocessamento de Dados e Cartografia), Dr. Angêlo Alves Corrêa (Coordenação de Curadoria e Análises Laboratoriais) e Dra. Cristiane Eugênia Amarante (Coordenação de Educação Patrimonial), além de ter integrantes de Assistentes de Laboratório e de Assistentes de Campo (formados por Alunos do Curso de Especialização Lato Sensu em Arqueologia Social Inclusiva FCG/IAC/URCA). O Historiador altaneirense Demir Ribeiro também fará parte nos dados da Arqueologia Histórica.

O Blog recebeu um texto da professora e poeta Fátima Teles, de Brejo Santo, sobre Heloisa e seu ofício e que elucida um achado arqueológico por uma arqueóloga em sua propriedade (herdada) e que denota seu esforço na realização de pesquisa.

Vamos a ele:

A arqueologia por trás da arqueologia por Fátima Teles.

Este relato é uma descrição densa e profunda...

É o relato de uma Arqueologia dentro da Arqueologia!

Uma espécie de ode à “arqueologia do sujeito” de LIBERA, (2013).

É uma arqueologia do eu, a serviço de uma arqueologia da afetividade, promovendo uma Arqueologia Social Inclusiva para se conhecer a Arqueologia Pré-colonial do Cariri Cearense.

Parafraseando Clifford Geertz (2012 p. 138), é aquele típico processo investigativo enveredado pelas almas curiosas, que buscam desesperadamente um propósito para sua existência, onde  “tudo é uma questão de uma coisa levar à outra, essa a uma terceira, e essa última a uma outra que mal se sabe o que é”. No sentido literal significa procurar os fatos, o que a protagonista deste relato, naturalmente, “de fato”, têm feito desde a infância às margens da Lagoa de Santa Teresa, palco dos estudos arqueológicos que ora se pretende no município de Altaneira-CE.

Também poderia ser uma história análoga à incessante busca real de Edith Pretty, que contratou Basil Brown ao final da década de 30, para escavar a misteriosa topografia de sua propriedade em Sutton Hoo, com vista para o rio Deben, em Suffolk, no Reino Unido no filme A Escavação (2021), filme de Simon Stone baseado no livro homônimo de John Preston (2007). A compulsão irresistível por fatos, os levou a encontrar um navio de carvalho de 27 m, preparado para servir de tumba a um governante anglo-saxão, enterrado há cerca de 1.300 anos junto com seus pertences e com função de hospedar um banquete na vida após a morte de seu dono.

Naquela época, as descobertas revelaram extensas ligações comerciais pela rede hidrográfica com a Escandinávia, o Império Bizantino (centrado em Constantinopla (Istambul dos dias modernos) e o Egito. A descoberta revolucionou a compreensão dos historiadores do século 7, anteriormente visto como um tempo retrógrado, quando a Inglaterra foi dividida em reinos anglo-saxões.

Distante no tempo e no espaço das descobertas de Pretty e Brown,  às margens “do Lago que fascina”, uma garotinha teceu os fatos em seu imaginário de uma prática profissional futura, que se concretizou por meio de uma Arqueologia que lhe permitiu ampliar os horizontes do saber na profundidade da vivência de uma Ciência Cidadã, onde o método co-existe exatamente à altura do fogo das fantasias buscólicas da infância! Esta protagonista é a arqueóloga Heloísa Bitú, e a Casa que lhe possibilitou o sonho de exercer a profissão, é a Fundação Casa Grande – Memorial do Homem Kariri, espécie de portal atemporal para um Cariri Ancestral e profundo criada há 30 anos pelo casal pioneiro no resgate das Coleções Arqueológicas do Cariri: Alemberg Quindis e Rosiane Limaverde.

Acolhida pelo casal de músicos na cidade Nova Olinda, tempos depois de se tornar mestre em arqueologia e quando se fazia imperativo recuperar a sua criança adormecida, nossa protagonista altaneirense, regressa às origens de sua infância, ao receber de sua avó, como herdeira, parte da propriedade da família na cidade de Altaneira!

No andar contemplativo, curioso e atento pela gleba, a jovem mulher, arqueóloga, encontra vestígios a 100m da casa  onde nasceu, brincou e cresceu! O Universo estava materializando aquilo que ela viveu no mundo das ideias pueris, solitariamente no quintal da casa da avó! Nesta surpreendente descoberta se compromete como cidadã, em conjunto com as autoridades locais, a mão amiga de profissionais da área e membros da comunidade, trazer à tona uma outra narrativa para as terras da Vó Zenilda. O momento é oportuno para contar a história dos primeiros povos que habitaram a cidade de Altaneira.

Esta arqueóloga altaneirense, traz a convicção que contribuirá não apenas no resgate da sua memória e história familiar, mas que seja, também memória coletiva para a gente de Altaneira. Por isso, no início de nossa escrita dissemos que os esforços são de uma arqueologia do eu, a serviço de uma arqueologia da afetividade, promovendo uma Arqueologia Social Inclusiva para se conhecer a Arqueologia Pré-colonial na Travessia das Lagoas de Altitude entre o Vale Oeste da Bacia Sedimentar do Araripe e o Sertão dos Inhamuns.

O propósito é que a escavação seja para todos ato afetivo, fundamentada nos princípios da educação patrimonial e ambiental, como necessárias a preservação do lugar onde em cada momento, fase ou etapa da escavação se torne o resgate das histórias individuais, familiares e coletivas ressignificando os afetos, em particular de todos que estarão envolvidos.

Conheci Heloísa Bitú, quando da sua primeira coordenação de equipe de pesquisa arqueológica no Cariri, no município de Brejo Santo-CE. Acompanhei o trabalho por ela desenvolvido nas Escavações do Sítio Serrote da Nascença, onde identificou uma fogueira e obteve a datação radiocarbônica de 1.220 +/- 40 AP (Antes do Presente) para um sítio do tipo acampamento iserido num contexto de ocupações funcionais nas diferentes compartimentações topográficas no centro da cidade. Para mim, ficou notável a paixão e entrega com que esta mulher se dedica à arqueologia do Cariri. Não mediu esforços para a extroversão do conhecimento junto à comunidade por meio de ações de educacão patrimonial nas escolas municipais! Levou crianças e adultos a serem protagonistas na produção do conhecimento! Foi à todas as redes de comunicação local compartilhar o que esteve descobrindo durante os trabalhos de sua equipe. Ofertou à Secretaria de Educação do Município uma formação para educadores patrimoniais, trazendo contribuições importantes para professores das áreas das Ciências da Natureza e Humanas da rede de ensino local. É indiscutível a presença no seu fazer científico, das abordagens da observação participante, incorporadas quando da sua assistência aos estudos desenvolvidos pela sua mestra a Dra. Rosiane Limaverde.

Para mim não foi uma grande surpresa, que ela encontrasse um sitio arqueológico no lugar onde nasceu! Ela possui o “feeling” dos grandes pesquisadores! E é por isso que essa é a história de uma garotinha que fantasiou muitas aventuras arqueológicas no quintal da casa de sua avó... cresceu, se tornou arqueóloga e de fato encontrou o que estava destinada a descobrir!”