A vereadora Karen Santos (PSOL) assumiu a vaga aberta com a eleição de Fernanda Melchionna à Câmara dos Deputado. ( |
A
política é um bom termômetro para mostrar a desigualdade de raça e cor em
cargos de chefia e comando no Brasil. O estudo Desigualdades Sociais por Cor ou
Raça no Brasil, divulgado nesta quarta-feira pelo IBGE, mostra que somente
24,4% dos deputados federais se autodeclararam pretos ou pardos na últimas
eleições, ou seja, 125 dos parlamentares eleitos. Os gaúchos não elegeram
nenhum representante negro para a Câmara dos Deputados.
No
caso das Assembleias e Câmaras Municipais, o quadro não é muito distinto.
Conforme o dados fornecidos pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), 28,9% dos
deputados estaduais eleitos em 2018 e 42,1% dos vereadores eleitos em 2016 no
país eram pretos ou pardos.
No
Rio Grande do Sul, onde 21% da população se declara negra ou parda, entre os 55
deputados eleitos, nenhum é negro. Todos se autodeclararam brancos.
Já
na Câmara de Vereadores de Porto Alegre, entre os 36 parlamentares, Cláudio
Conceição (DEM) e Karen Santos (PSOL) são os representantes negros em
atividade. "É óbvio que faz muita
diferença porque quanto mais representatividade, mais voz se dá à população
negra. Minha plataforma não é focada em propostas aos pretos e pardos, mas meus
projetos são focados nas comunidades onde há mais negros vivendo, naqueles onde
falta saneamento básico, ruas em boas condições e postos de saúde",
ressalta o policial civil eleito pela primeira vez.
Militante
do movimento negro, Karen Santos tem plataforma focada nesse população, em
especial, nas mulheres negras. "Há
barreiras que impedem que os pretos concorram com as mesmas condições em
relação aos brancos. Por outro lado, não é somente a representação que será
suficiente para suprir as necessidades dessa população que vive nas regiões
mais pobres da cidade. Não basta ser negro, se empoderar e estar na política. É
fundamental representar e lutar contra as desigualdades sociais",
sustenta.
Entre
os suplentes da atual legislatura (2017-2020), Cleiton Freitas (PDT), que se
autodeclara negro em registro junto ao TSE, recentemente já substituiu
parlamentares na Casa.
Receitas de campanhas
Enquanto
9,7% das candidaturas a deputado federal de pessoas brancas dispuseram de
receitas iguais ou superiores a R$ 1 milhão, entre as candidaturas de pessoas
pretas ou pardas apenas 2,7% contaram com pelo menos esse valor. Dentre as
candidaturas que dispuseram de receita igual ou superior a 1 milhão de reais,
apenas 16,2% eram de candidatos pretos ou pardos.
Já
entre as candidatas, no ano passado, pretas ou pardas constituíram 2,5% dos
deputados federais e 4,8% dos deputados estaduais eleitos e, em 2016, 5% dos
vereadores.
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Com
informações do Correio do Povo e Ceert.
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