Duque de Caxias liderou tropas do Império que reprimiram o levante. (Pintura Johann Moritz Rugendas). |
A
revolta da Balaiada iniciou no Maranhão em 13 de dezembro de 1832. Nesta
sexta-feira (13), quando a insurreição popular completa 181 anos, o Brasil de
Fato resgata um material histórico produzido pela Radioagência em parceria com
o Opera Mundi:
Em
dezembro de 1838, eclodiu a revolta popular conhecida como Balaiada, na
província do Maranhão. Com início no dia 13 daquele mês, o levante se estendeu
até o ano de 1841. O nome da revolta faz referência ao apelido de uma de suas
principais lideranças, o artesão Manoel Francisco dos Anjos Ferreira, o
"Balaio" (pelo fato de fabricar cestos).
A
Balaiada se diferencia de outras revoltas do período anterior à Proclamação da
República, por ter sido um movimento majoritariamente popular e contra os
grandes proprietários agrários da região. As causas da revolta estavam
relacionadas às condições de miséria e opressão da população.
Na
época do movimento, viviam na província aproximadamente 200 mil homens, dos
quais 90 mil eram escravos, e outra grande parcela era formada por sertanejos
ligados à lavoura ou à pecuária.
Outro
traço marcante era que, devido à falta de demanda do mercado externo, a
produção de algodão – que era a base econômica da região – enfrentava uma grave
crise. A classe média adepta ao liberalismo também estava insatisfeita com o
regime monárquico que perdurava.
O
estopim da revolta foi quando o artesão Manoel dos Anjos Ferreira, o Balaio,
acusou o oficial Antônio Raymundo Guimarães de ter abusado sexualmente de suas
filhas. Em protesto, começa a lutar contra as autoridades provinciais.
Após
conquistar vários adeptos, os revoltosos conseguem controlar a cidade de
Caxias, um dos maiores centros comerciais da época. A natureza popular do
movimento ameaçou a estabilidade dos privilégios econômicos dos que detinham o
poder local no Maranhão.
Naquele
mesmo ano, o negro Cosme Bento de Chagas, com o apoio de 3 mil escravos
fugidos, une-se à rebelião. O grande número de negros envolvidos na revolta deu
traços raciais à questão da desigualdade.
Em
resposta aos levantes, o então coronel Luís Alves de Lima e Silva (mais tarde
conhecido como Duque de Caxias) é designado para controlar a situação.
Em
1841, com farto armamento e um grupo de 8 mil homens, Lima e Silva derrota os
revoltosos. A desarticulação entre os vários braços da Balaiada – com a divisão
entre classe média e os setores populares –, além da desunião em torno de
objetivos comuns, facilitam a repressão das forças do governo.
Todos
os negros fugidos acusados de se envolverem na revolta foram reescravizados.
Manoel Francisco é morto durante a repressão. O líder dos escravos, Cosme
Bento, é preso e condenado à forca.
Hoje
na História é uma produção da Radioagência Brasil de Fato e do Opera Mundi.
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Com informações
do Brasil de Fato.
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