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(FOTO | Reprodução). |
A
Coalizão Negra por Direitos, que reúne mais de 200 entidades, coletivos e
organizações do movimento negro, ingressou com ação civil pública na Justiça
Federal de SP contra o presidente da Fundação Palmares, Sérgio Camargo, nesta
quarta-feira (16). O grupo quer defender a preservação do patrimônio cultural,
social e histórico da população negra do país.
“A exclusão de cerca de 9.000 títulos do
acervo demonstra o esvaziamento da cultura, um desmonte da Fundação Palmares e
apagamento da história da sociedade brasileira, e repete a atuação parcial e
motivada de caráter ideológico que o atual presidente da Fundação costuma
demonstrar”, pontua a Coalizão.
Na
última sexta-feira (11), a Palmares publicou o relatório “Retrato do Acervo: A Doutrinação Marxista”, em que Camargo afirmou
que “todas as obras que corrompem a
missão cultural da Palmares” seriam excluídas. “Os livros comunistas, de apologia do banditismo e perversão da infância
serão doados”, escreveu o presidente em sua conta no Twitter.
Nomes
como Carlos Marighella, ex-Deputado Federal e fundador da Aliança Libertadora
Nacional, organização de resistência à ditadura militar, estão na lista feita
por Camargo.
Vale
destacar, que o próprio site da Fundação destaca que ela é “voltada para promoção e preservação dos
valores culturais, históricos, sociais e econômicos decorrentes da influência
negra na formação da sociedade brasileira” e ainda que “que contribua para a valorização da história
e das manifestações culturais e artísticas negras brasileiras como patrimônios
nacionais”. Destaca-se também, o fato de ser papel da Fundação apoiar “a difusão da Lei 10.639/03, que torna
obrigatório o ensino da História da África e Afro-Brasileira nas escolas".
Na
ação, a Coalizão afirma que o presidente da Palmares pratica atos de
improbidade administrativa e "promove
ações deliberadas que podem ensejar a perda irreversível e imensurável do
patrimônio cultural e histórico da população negra" e "que a honra e a dignidade da população
afro-brasileira e também de patrimônio público e social serão violados caso
obras sejam retiradas do acervo".
Sérgio
Camargo, repetidas vezes, atacou e caracterizou a luta do movimento negro como "vitimista". Segundo a Coalizão, a
tentativa de eliminar obras e arquivos importantes representam “forte tendência que o atual presidente da
instituição tem de deslegimitar a importância da resistência da luta popular do
movimento negro no país”.
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Com
informações do Alma Preta.
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