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Alexandre Lucas. (FOTO/ Reprodução/ Facebook). |
Os movimentos sociais da cultura, em todo o país, estão vigilantes em relação, aos novos gestores municipais que apresentam como ataque a extinção ou agregação da pasta da cultura a outras pastas, menosprezando o potencial e a dimensão cultural para o desenvolvimento das cidades e do seu povo.
Seguindo
o exemplo de Bolsonaro, que extinguiu o Ministério da Cultura e reduziu a pasta
a um mero departamento (Secretaria Especial da Cultura), agregado ao Ministério
do Turismo, os gestores colocam a cultura num plano secundarizado das políticas
públicas e apresentam os investimentos para o setor como despesa.
Essa
visão equivocada despreza o acúmulo de discussões e os avanços no campo dos
marcos legais da cultura, dentre eles, a conquista, fruto de amplos e conflituosos
debates que resultou na criação do Sistema Nacional de Cultura, principal marco
legal, indispensável para estruturação das políticas públicas entre e a partir
dos entes federados, União, estados e municípios. Os Sistemas de Cultura
preveem o controle e participação social, a garantia de recursos e o planejamento
da política pública.
Ano
do início da pandemia, 2020, apresentou o impacto da economia da cultura no
Brasil, uma imensa cadeia produtiva que movimenta o setor, representando de 1 a
4% do PIB do país. Segundo dados informados na própria página da Secretaria
Especial da Cultura, a cultura representa 2,64% do PIB brasileiro e são
responsáveis por mais de um milhão de empregos formais diretos, segundo estudo
da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (FIRJAN), com base em dados do
IBGE. Há no setor cerca de 250 mil empresas e instituições. Além do vetor
econômico que é um elemento indispensável para estruturação, produção,
circulação e movimentação das economias locais e globais, é importante
considerar outros aspectos.
A
cultura deve ser percebida na sua dimensão macro e transversal considerando os
aspectos micros e peculiares que compõe os lugares e territórios, como forma
que compreensão para constituir os aspectos profundos e complexos da cidadania
e democratização cultural. No sentido da apropriação da produção historicamente
gestada pela humanidade.
A
cultura pode e deve ser compreendida como parte integrante dos elementos
constitutivos da cidade. Se é impossível pensar um povo sem cultura, é
verdadeiro afirmar que as cidades só existem porque é composta por seres
humanos, o que indica a transversalidade cultura com a dimensão simbólica,
histórica, educacional, tecnológica, ambiental, urbanística, arquitetônica,
etc.
Reduzir
a cultura, a dimensão da arte ou a feitura da produção é cultural é aniquilar a
sua potência e desconhecer a diversidade e a pluralidade artística, estética,
literária e cultural que reverbera na estruturação das cidades e de suas
economias.
O
discurso de que a cultura é despesa e prejuízo se contrapondo a vislumbrar a
política pública para a cultura como investimento para o desenvolvimento
econômico e social, não pode ser percebida apenas como falta de visão, mas como
disputa de projeto político.
Os
movimentos sociais da cultura têm papel essencial na disputa desse projeto
político. Nenhuma secretaria a menos, nem secundariza! É preciso ampla
articulação para além das nossas vozes e ouvidos, precisamos agregar os mais
diversos segmentos e forças política para defender a necessidade de colocar a
cultura na centralidade política das ações governamentais.
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