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| Getúlio Vargas e Jair Bolsonaro. (FOTO | Gerada por IA). |
Nada….
Deixar “carta-testamento” é uma prática comum na vida de governantes. A mais famosa que tivemos na nossa história foi a de Getúlio Vargas que afirmou “sair da vida para entrar na história”. E entrou: foram muitos Vargas: o golpista, o ditador, o desenvolvimentista, o presidente eleito, o pai dos pobres, o presidente dos direitos trabalhistas. Com o suicidou de GV, o povo foi às ruas e adiou em 10 anos o golpe civil militar de 1964.
Já no caso de Jair Bolsonaro a história é totalmente diferente. Foi parar na prisão e, diferente do anunciado por ele e sua família, o povo não foi às ruas. Além do mais, pressionado por seu filho zero qualquer coisa Flávio, ele deixou um “testamento” de sucessão. Tudo em família — e para desgastar a família também; tanto é que Michelle, com suas pretensões políticas, é que não ficou nada feliz.
Ainda bem que o ex-mandante, que só saiu da prisão para ser operado, não tem esse poder de decisão sobre os destinos do país. Além do mais, no caso dele, tratou-se de cirugia necessária para diminuir o desconforto com os soluços. Nada de suicídio ou operação de alta periculosidade.
Talvez tenha sido um suicídio político. E já não é sem tempo, já que s. Jair ficará na história sem a ambiguidade de GV. Ele foi apenas, e tão somente, um presidente autoritário, negacionista, golpista, misógino patrimonialista, fisiocrata, e racista que não deixará saudades. Seu lugar é no porão da história.
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Por Lilia Schwarcz

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