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Alexandre Lucas. (FOTO/ Reprodução/ Facebook). |
Estabelecer caminhos de apropriação, circulação e ampliação dos percursos da palavra é essencial para ocupação dos espaços políticos e a emancipação humana. A construção de uma política estruturante de democratização das leituras, literaturas e do livro e do estabelecimento de uma cultura leitora não é algo novo, mas que continua sendo uma pauta atual e necessária para a classe trabalhadora.
A palavra exclui e ao mesmo tempo que inclui no modo de produção, em que a produção dos bens é coletiva e apropriação privada, o que gera um mapa desigual na economia, na espacialidade urbana e no processo de decodificação e apropriação da palavra e das leituras no seu aspecto mais amplo.
A
luta em defesa da escola pública, de ensino contextualizado e de formação integral
deve ser percebida apenas como parte do processo de estruturação dos planos de
democratização da palavra e da cultura leitura. Sendo a parte mais importante,
por ser o principal espaço de difusão e apropriação da cultura erudita, esse
deve ser o norte central, a escola enquanto espaço dialético de socialização do
conhecimento cientifico, filosófico e estético produzido historicamente pela
humanidade.
A
escola deve ser percebida como parte, porque não é o único instrumento de
socialização da palavra, o que requer o entendimento que a luta pela
democratização da palavra e da cultura leitora atravessa a necessidade de
democratizar o acesso aos veículos de comunicação, as inovações tecnológicas e
ao livro impresso que continua inacessível.
O mapa da economia tem que ser redistribuído,
essa é uma premissa para reconhecer a íntima ligação entre os que detém e os
que não detém a palavra.
Entretanto,
é preciso criar novas formas, reconhecer e potencializar as experiências que
são desenvolvidas nos lugares e territórios das cidades e que são
protagonizadas pela sociedade civil e estreitar as relações com outras
espacialidades do saber para que o conhecimento não seja reduzido e ilhado, a
nossa meta para a classe trabalhadora, não deve ser o local e o popular, mas o
universal e o erudito como ponto de chegada. Precisamos pensar numa formação
que prepare as camadas populares para serem dirigentes e não dirigidas, e, para
isso, ela precisa dominar o conhecimento não popular, o que não significa
dispensa-lo, mas tê-lo como ponto de partida e nunca como ponto de
chegada.
Outro
aspecto a ser observado, enquanto política pública do Livro, Leitura e da
Literatura é o seu caráter intersetorial, é preciso integrar Cultura e Educação
no processo de elaboração, execução e consolidação dos planos de democratização
da palavra e da cultura leitora. Não faz sentido estratificar e segregar a
política da palavra, ela deve ser compreendida como ação agregadora e como
parte da formação integral.
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