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Josyanne Gomes durante roda de conversa sobre empoderamento da mulher. (FOTO/ Nicolau Neto). |
Texto: Nicolau Neto
Durante
todo o dia de ontem, 08 de maio, Dia Internacional da Mulher, várias cidades do
país foram marcadas por manifestações por igualdade de direitos e contra a
violência.
Em
Altaneira, na microrregião do cariri oeste cearense, sob a organização do
Sindicato dos Servidores Municipais (Sinsema), foi realizado em sua sede uma
roda de conversa sobre “Empoderamento da Mulher” mediada pela professora e
colunista deste Blog, Josyanne Gomes.
Em
sua fala Josyanne relembrou a origem do 08 de março, vindo a destacar que não
foi algo dado em que alguém percebeu a importância das mulheres e decidiu dar
flores para comemorar. “Não”, disse
ele. “Essa é uma prerrogativa do mercado
financeiro”. “Não que nós não queiramos flores. Mas queremos e exigimos
também respeito e valorização”, mencionou. A professora afirmou que este dia
foi construído, tem razões históricas e frisou como uma das explicações o
incêndio ocorrido em Nova York em 1911 quando morreram 125 mulheres em uma
fábrica deixando entrever as péssimas condições enfrentadas por mulheres na
Revolução Industrial, inclusive com jornada de trabalho de 16h.
A
professora fez um apanhado histórico para destacar as principais condições de
submissão no mundo, no país, no Ceará e no Cariri em que as mulheres foram e
ainda são submetidas, entre elas o machismo, a desvalorização no mercado de
trabalho onde em pleno século de XX há mulheres que mesmo exercendo a mesma
função que o homem ganha menos, o feminicídio. “Se fizermos um recorte racial”,
disse ela, “iremos perceber que essas
condições para a mulher negra mais que dobra”.
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Servidoras públicas de Altaneira e o presidente do Sinsema pós roda de conversa sobre empoderamento da mulher. |
Dados
do Mapa da Violência trazidos por ela demonstram que a cada 2 segundos uma
mulher é agredida de forma física ou verbal no Brasil; a cada 16,6 segundos é
ameaçada com faca ou arma de fogo; 1,4 segundos é assediada; 22,5 segundos é
vítima de espancamento ou tentativa de estrangulamento e a cada dois minutos são
vítimas de armas de fogo. “Fiz uma pesquisa antes de vir para cá e constatei
que o nosso Estado é quarto lugar no
ranking nacional em relação a assassinato de mulheres”, frisou.
Para
ela, esses dados permitem perceber que não dá para ficar “comemorando” e “recebendo”
flores. “Ao contrário”, disse. É
necessário que nos empoderemos para denunciarmos essas violências. Josyanne
mencionou para um público composto por mulheres (servidoras públicas), em sua
maioria, que as principais conquistas vieram com muito suor, luta e sangue e que
isso precisa ser relembrado, como o direito ao voto, o direito de ser votada e
ocupar cargos políticos, o direito de trabalhar em contraposição à mulher dona
de casa e com função exclusivamente reprodutiva, etc.
Por
fim, Josyanne lembrou que ninguém empodera ninguém, mas é fundamental que se
tenha união para enfrentar essa degradante situação que insiste colocar em
risco a vida das mulheres, principalmente as mulheres negras.
A
roda de conversa foi descontraída e contou com a participação da grande
maioria, inclusive contando casos do cotidiano.
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