A contradição dos defensores do neoliberalismo em uma crise aguda, por Roberto Souza*

Roberto Souza. (FOTO/ Reprodução/ Facebook).


Após o golpe que destituiu a presidente Dilma Roussef em 2016, a direita brasileira representada pelo capital financeiro, empresariado, grupos de mídia e os seus representantes nos vários partidos políticos de centro-direita (dentre os quais o PSDB e o DEM), fizeram coro para destruir o frágil tecido de proteção social brasileiro e ainda colaboraram para que uma figura inominável assumisse a presidência da república.

Dentre as várias medidas consta como resultado o congelamento dos gastos com saúde e educação por vinte anos, uma reforma trabalhista e uma reforma da previdência. Medidas que deixaram um saldo de pelo menos treze milhões de pessoas desempregadas e uma economia estagnada.

Ironicamente, a crise do coronavírus (covid 19) trouxe a superfície, principalmente através dos veículos de comunicação do grupo Globo, alguns economistas ligados ao PSDB, recentes defensores das medidas de austeridade fiscal que ajudaram a destruir o nosso ainda prematuro estado de bem-estar social, para dizer que agora temos que pensar nas pessoas que estão desempregadas e naquelas que sobrevivem do trabalho informal. Bem, antes tarde do que nunca.

É obvio que concordamos que o estado brasileiro socorra todos os seus cidadãos, óbvio que defendemos um estado forte, agora e em qualquer momento, mas poderíamos atravessar essa crise sem maiores traumas, se as políticas econômicas neoliberais dos últimos três anos não tivessem destruído as políticas de proteção social que ajudaram a tirar até quarenta milhões de brasileiros da extrema pobreza na década anterior.

A lição que fica é que só um estado forte pode salvar o Brasil do coronavírus.

Que esta crise traga muitas outras lições.

Texto enviado a redação do Blog.
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* Roberto Souza possui graduação em Matemática pela Universidade Regional do Cariri (URCA), mestrado em Educação pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) e cursa doutorado em Ciências da Educação pela Universidade de Minho, em Portugal. Ele já lecionou no município de Altaneira, foi diretor da Escola de Ensino Médio Padre Luis Filgueiras, em Nova Olinda (CE) e atualmente é coordenador na 20º Coordenadoria Regional de Desenvolvimento da Educação (CREDE 20), em Brejo Santo (CE).

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