Imagem puramente ilustrativa | Divulgação |
Por Alexandre Lucas, Colunista
Manhã
de sol escondido, dois dedos de café quente, feito com muito pó e pouco açúcar.
Algumas linhas escritas no bloco de rascunho que carecia de folhas em branco,
no horizonte uma carga imensa de perguntas depositadas. As rosas se espreguiçavam, era o tempo
delas.
Enquanto
tomava os dois dedos de café, visitava cada incômodo da casa de sua cabeça.
Olhou demoradamente para o quarto, a cama bagunçada com histórias incompletas e
a luz apagada, que faziam os pensamentos tropeçarem.
Xícara
com café tomada até a última partícula do grão. Mais dois dedos para tomar,
antes de sair para comprar o pão. Olhou os espinhos da roseira, apertou forte,
sangrou, limpou com as pétalas de rosa, tão macias. Saiu, deixou, um dedo de
café, talvez esperando, o pão.
O pão já estava pronto, há horas. A padaria da esquina abre cedo para alimentar parte da classe trabalhadora. Seguiu como era de costume, mas os costumes não duram a vida toda. O café continua no mesmo lugar, um dedo, frio, forte e amargo, talvez tenha mudado um pouco, ou qualquer outra coisa tenha acontecido. O pão não chegou. Dizem que até hoje o caminho da padaria continua mudando.
Muito bom... Parabéns 🥰👏
ResponderExcluir