(FOTO/ Pib Comunicação e de Fábio Nascimento/MNI). |
O
dia 19 de abril é considerado pelos povos originários como Dia de Luta e
Resistência dos Povos Indígenas. Uma nomenclatura mais adequada diante do
propagado “Dia do Índio", que reproduz estereótipos e não abarca a
diversidade existente em um contingente de 305 povos em todas as regiões do
Brasil.
De
acordo com Fábio Pataxó, vice-cacique da Aldeia Indígenas Novos Guerreiros, na
Bahia, essa é uma data de resistência na qual se luta para que as escolas, as
prefeituras e as instituições parem de repetir os estereótipos que se criaram
em torno dos povos Indígenas durante 521 anos.
“Precisamos que a população brasileira
compreenda que não somos a imagem de um estágio ‘pré-cultural’ da humanidade,
diferente disso somos seres humanos, homens e mulheres constituídos de cultura
e saberes. A única diferença é que nossos costumes, línguas e visão de mundo
são distintos da do homem branco e exigimos respeito por isso”, reforça a
liderança.
Diante
das ameaças constantes sofridas pelas comunidades indígenas do Brasil,
principais vítimas de situação de violência no campo, denunciar as agressões
sofridas diariamente é buscar fortalecer a luta pela garantia de direitos previstos
na Constituição de 1988.
Avanço da violência sobre territórios
indígenas
Na
última segunda-feira (18), a Comissão Pastoral da Terra (CPT) lançou a
publicação anual ‘Conflitos no Campo 2021’, em que aponta o avanço do garimpo
ilegal sobre as terras indígenas e a violência contra essa população. Em 2021,
houve um aumento de 1.100% nas mortes em consequência de conflitos no campo.
Das 109 mortes registradas em 2021, contra 09 registradas em 2020, 101
ocorreram no território Yanomami, em Roraima, por conta da ação de garimpeiros.
Foram
registrados também 35 assassinatos em conflitos no campo no ano de 2021. Um
aumento de 75% em relação a 2020, quando foram registrados 20 assassinatos.
Dentre as 35 vítimas, 10 eram indígenas, nove sem-terras, seis posseiros, três
quilombolas, dois assentados, dois pequenos proprietários, duas quebradeiras de
coco babaçu e um aliado.
Desse
total, 11 assassinatos, praticamente um terço, foram no estado de Rondônia,
onde ocorreu, também, um massacre no mês de agosto, com três vítimas. Outro
massacre foi registrado na região alta do rio Apiauí, em Mucajaí, sul de
Roraima, com a morte de três indígenas Moxihatëtëa, classificados como
"indígenas isolados" e chacinados na Terra Indígena Yanomami, em
Roraima.
Além
disso, a publicação da CPT apresenta pela primeira vez dados quanto à
orientação sexual e à expressão de gênero das vítimas. Em 2021, cinco pessoas
LGBTQIA+ sofreram violência no campo, sendo quatro destas vítimas identificadas
como sem-terras e uma indígena.
“Nós temos atualmente o Congresso mais
anti-indígena na história recente deste país desde a redemocratização. Essa
política está muito bem estruturada para ser de fato anti-indígena com o
desmonte de órgãos de atendimento às demandas dos povos indígenas. Não saiu
mais nenhuma demarcação e isso gera uma série de tensões e inseguranças”,
destaca Ronilson Costa, da coordenação nacional da CPT.
____________
Com informações do Alma Preta. Clique aqui e leia a integra do texto.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Ao comentar, você exerce seu papel de cidadão e contribui de forma efetiva na sua autodefinição enquanto ser pensante. Agradecemos a sua participação. Forte Abraço!!!