‘A política de cota é a mais eficiente contra discriminações que conseguimos’, diz primeira reitora negra do Brasil

 

"Uma pessoa negra na universidade que não assume sua identidade, some. Quando chegamos lá, o nosso corpo traz memórias de resistência". (FOTO/ UFPA/ Divulgação).

Liderança de muitas gerações do movimento negro, Zélia Amador de Deus, chega aos 70 anos tendo sido a primeira mulher negra a ocupar cargo em reitoria de universidade pública no Brasil, a Universidade Federal do Pará (UFPA). Ainda que interinamente, na condição de vice-reitora da UFPA de 1993 a 1997. Além disso, segue como voz ativa na luta antirracista e na defesa dos direitos humanos, sobretudo no Norte do país. Um dos reconhecimentos que recebeu pela sua trajetória foi o Prêmio BrazilFoundation de Direitos Humanos, ONG de Nova York.

Depois da vice-reitoria de Zélia, a primeira negra a ser nomeada reitora em uma universidade federal foi Nilma Lima Gomes. Ela comandou a Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab), em 2013.

Zélia possui graduação em licenciatura plena em Língua Portuguesa, especialização em Teoria Literária, mestrado em Estudos Literários e doutorado em Ciências Sociais. Atualmente, ocupa o cargo de assessora da diversidade e inclusão social daquela instituição. É autora dos oito artigos que compõem o livro “Caminhos Trilhados na Luta Antirracista“, uma “autobiografia etnográfica”, como ela mesma define.

Zélia Amador também é atriz, fundadora do Centro de Defesa do Negro no Pará e integra a Coalizão Negra por Direitos – aglutinadora de alguns dos principais movimentos negros do país, como Instituto Marielle Franco, Conaq (Coordenação Nacional Quilombola) e Uneafro.

Sou resultado dessa oportunidade que a escola pública oferece. Então. considero a escola pública de uma grande importância para a população negra no país

Em entrevista à PerifaConnection*, uma plataforma de disputa de narrativa das periferias, a militante e intelectual revisita momentos-chave na luta antirracista e faz defesa entusiasmada da universidade pública e da política de cotas raciais.

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Com informações da RBA. Clique aqui e confira a entrevista.

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