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Bruna Brelaz é amazonense, estudante de Direito e primeira mulher negra a ser eleita presidente da UNE/Imagem: Divulgação/UNE |
Pela
primeira vez em 84 anos de história, a UNE (União Nacional dos Estudantes)
elegeu uma mulher negra para ser presidente: Bruna Chaves Brelaz, 26 anos.
Natural do Amazonas, a estudante de Direito — sua segunda graduação — é também
a primeira representante da Região Norte do Brasil a comandar a entidade.
"Devido à pandemia e a impossibilidade de
realizar um evento que chega a reunir 10 mil estudantes, a UNE indicou a nova
diretoria respeitando a proporcionalidade eleita na votação do seu 57º Conune,
realizado em 2019. A nova composição terá duração de um ano, podendo ser
estendida", diz a UNE, em comunicado divulgado em seu site.
O
primeiro contato de Bruna com a UNE aconteceu em 2013, por meio de sua amiga
Gabriela Cativo, à época uma das coordenadoras da Bienal dos Estudantes, em
Recife e Olinda. "Tinha 18 anos,
entrando para aquele mundo novo de política, de mobilização, e ter uma mulher
das minhas origens já num cargo de coordenação foi uma grande referência",
lembra.
Gabriela
foi uma das vítimas da covid-19 em meio à crise do oxigênio em Manaus, em
janeiro.
Como
integrante da UNE, Bruna ajudou a construir, em março, a principal campanha dos
estudantes brasileiros na pandemia da covid-19, o movimento "Vida, Pão, Vacina e Educação", que
viralizou nas redes sociais como síntese das atuais demandas da população jovem
do país.
Recentemente,
a nova presidente da UNE também atuou, ao lado dos principais movimentos
sociais brasileiros, na retomada das grandes manifestações populares de rua,
mais especificamente na coordenação dos protestos de 29 de maio, 19 de junho e
3 de julho que pedem o impeachment do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
Além
da saída de Bolsonaro, Bruna também se preocupa com a herança deixada pela
crise atual para os próximos anos, principalmente na área da educação. Ela, que
teve acesso à universidade como cotista — dentro das políticas públicas de
inclusão que promoveram mudanças no ensino superior na última década — acredita
que esse legado está sob risco.
"Gritamos 'fora, Bolsonaro' sobretudo para interromper o processo violento de destruição das universidades, das escolas, do sistema educacional no país. A gente precisa reverter o corte de quase R$ 2 bilhões no orçamento da educação, a política desumana do teto de gastos, os ataques à autonomia universitária. Tem estudante que está passando fome, desempregado e a evasão do ensino superior é uma grande realidade", diz.
"Na época do 'fora, [Fernando] Collor', o
movimento pelo impeachment teve a participação mais focada nos alunos de
escolas particulares, da classe média. Hoje a cor e a origem dos jovens que
estão nas ruas mudaram muito." Bruna Brelaz, nova presidente da UNE
"Orgulho"
Nas
redes socias, Bruna comemorou a eleição e disse estar "orgulhosa" de
assumir a presidência da UNE.
"Trago a força de ser mulher negra e
amazonense, pronta para lutar junto aos milhões de estudantes brasileiros por
um país digno e potente. Orgulho de fazer parte de uma entidade tão combativa.
Seguimos!", escreveu a estudante.
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Com informações do Uol.
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