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Caminhada do Dia Internacional das Mulheres nos anos 1990. |
O ZUMVÍ – Arquivo Afro Fotográfico registra a cerca de 30 anos as manifestações do movimento negro e o cotidiano dos afrodescendentes em diversas temáticas e contextos populares. No próximo dia 13 de maio de 2021, o projeto lançará o site www.zumvi.com.br e uma exposição virtual Memórias de Resistências Negras, com 55 imagens que trazem 08 temas de importantes momentos da história e trajetórias do movimento negro: Militantes Falecidos do MNU, Nelson Mandela na Bahia, Política de Ações Afirmativas, Grupo de Mulheres MNU, Manifestação Contra Intolerância, Quilombo Rio das Rãs, Marcha Contra o Genocídio do Povo Negro e Três Grandes Pautas. O lançamento acontecerá nas redes sociais do projeto:
Instagram::https://www.instagram.com/zumviarquivofotografico/
Facebook:https://web.facebook.com/ZumviArquivo
Youtube:https://www.youtube.com/channel/UCAlXUxhcy43GeFmStuCtPyA/featured.
Além
de abrigar a exposição, o site trará o Catálogo Virtual. O intuito é
democratizar o acesso ao acervo para pesquisadores e população em geral
interessados em fotografia e o percurso de fotógrafos negros. Para os
interessados em adquirir fotografias do acervo, o site disponibilizará um canal
de comunicação. O acervo, composto por cerca de 30.000 negativos sobre a
cultura afro-baiana, só estará disponível no site a medida que for
digitalizado. Segundo Lázaro Roberto, fotógrafo e idealizador do ZumvÍ, “No
segundo semestre pretendemos começar a executar o projeto de digitalização +
plataforma digital, e quando a plataforma estiver pronta o internauta poderá
acessar todas as imagens.”
A
Exposição propõe revisar a exposição “Memórias de resistências negras”,
realizada com sucesso na cidade de Salvador, em 2018. A curadoria é de Tina
Melo, que selecionou imagens que substituem muitas palavras, transportando o
público para momentos históricos decisivos e narrativas que não constam nos
livros e nas cartilhas escolares, em uma tentativa de subalternizar e deslocar
o protagonismo do povo negro.
O ZUMVÍ Arquivo Afro Fotográfico surgiu
em 1990 pelas mãos dos fotógrafos Lázaro Roberto, Ademar Marques e Raimundo
Monteiro, três jovens negros das periferias de Salvador comprometidos com o
registro das atividades culturais e políticas, e a produção de imagens da
cultura afro-brasileira. Com o lema “Fotografar hoje para o futuro”, produziam
fotografia documental, ou fotojornalismo, criando um “Quilombo Visual”, uma
afro maneira de registrar e criar um arquivo de memórias imagéticas dos negros,
algo jamais feito no Brasil contemporâneo. O nome “Zumvi” é uma palavra
fotográfica criada a partir do “Zum” da lente, e “VI” do olho, é trazer a
realidade que está longe, mais para perto. Atualmente, o projeto é coordenado
por Lázaro e com produção executiva do historiador José Carlos Ferreira, que
também vem desenvolvendo e facilitando pesquisas acadêmicas sob o acervo no
campo da memória, da cultura e da raça.
O
acervo, nos cerca de 30 anos, recebeu muitas colaborações, como a do poeta e
militante Jonatas Conceição da Silva, que doou todo seu acervo, composto de
1.618 fotogramas, em P&B, e colorido, em 2006, pouco antes de seu
falecimento. Também o fotógrafo Rogério Conceição, desde 2016, vem doando seu
material fotográfico, que são os registros de eventos do movimento negro nas
décadas de 80 e 90. Em 2020, o Zumví recebeu uma doação de arquivos, no campo
do audiovisual e do cinema negro. Parte do acervo do cineclubista e militante
Luiz Orlando, falecido em 2006, foi doado pela sua família, que se encontra em
dois meios: o físico, com cerca de 8.273 laudas, são fotografias, documentos,
cartazes, xerox, cadernetas, entre outros; e o digital, 8.273 documentos de
caráter diversos, como jornais e impressos. O acervo é dividido pelas seguintes
temáticas: Afoxé, Artistas negros, Blocos Afros, Blocos de Índio, Capoeira,
Quilombo Praia Grande Ilha de Maré, Cordeiros, Estética Negra, Feira de São
Joaquim, Festas Populares, Hip Hop, Irmandades Negras, LGBT, Moradia, Moradores
de Rua, Movimento de Mulheres Negras, Movimento Negro, Movimentos Sociais,
Pichação, Quilombo, Religiosidade, Subúrbio Ferroviário, Universo Reggae e
Vendedores Ambulantes.
Projeto
foi contemplado pelo Prêmio Anselmo Serrat de Linguagens Artísticas, da
Fundação Gregório de Mattos, Prefeitura Municipal de Salvador, por meio da Lei
de Emergência Cultural Aldir Blanc, com recursos oriundos da Secretaria
Especial da Cultura, Ministério do Turismo, Governo Federal".
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Texto e foto encaminhados a redação do Blog por Jean Cardoso, produtor cultural.
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