Presença militar no governo Bolsonaro é corporativista e sem projeto, diz pesquisador

 

"Eles estão extravasando as áreas onde estabelecem relações tradicionalmente", alerta o cientista político sobre os militares do exército. (FOTO/ Sérgio Lima/ AFP).

Mais de 6,3 mil militares brasileiros ocupam cargos civis em diferentes áreas, segundo levantamento apresentado pelo estudo A Militarização da Administração Pública no Brasil: Projeto de Nação ou Projeto de Poder?, de autoria de William Nozaki.

Em entrevista ao Brasil de Fato, o cientista político e professor da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo (FESPSP) traça um detalhado panorama da atuação militar ao longo das últimas décadas e critica o “apetite corporativista” das Forças Armadas.

A busca por aumentos do soldo, por novas bonificações, gratificações, benefícios e privilégios é o que tem orientado esse volume de militares ocupando cargos de civis no último período”, afirma Nozaki.

O fato de estarem presentes em ministérios, empresas estatais e autarquias não significa que exista algum projeto para além das próprias regalias obtidas pelos próprios militares.

A linha geral é a ocupação do Estado. Precisamos olhar para essa dimensão desconstruindo o mito de que os militares sentam em uma mesa e organizam tudo hierarquicamente, de maneira estratégica. O que as crises nos mostram é que isso não acontece. É uma ocupação de espaço desprovida de projeto”, explica o cientista político.

O artigo integra um caderno sobre a Reforma Administrativa produzido pelo Fórum Nacional das Carreiras Públicas de Estado (Fonacate) e pode ser acessado aqui.

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Com informações do Brasil de Fato.

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