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Foto/ Divulgação/ Universal). |
A
‘Lenda de Candyman’, nova adaptação do conto de Clive Barker, chega aos cinemas
brasileiros nesta quinta-feira (26). O filme de terror, que conta com a direção
de Nia DaCosta e roteiro de Jordan Peele - dos filmes ‘Corra!’ (2017) e ‘Nós’
(2019) - traz uma profunda crítica racial ao lançar luz sobre temas como
gentrificação, violência policial e protagonismo negro.
“Candyman
é, em essência, uma alegoria do racismo na América”, diz Peele. “Com este
filme, Nia explorou a corrida em muitos níveis, desde o desconfortável até o
totalmente devastador. Com Candyman, Nia reuniu o horror sobre a violência
racial neste país”, completa o roteirista.
A
lenda urbana do assassino de casaco, com gancho no lugar da mão direita, que
aparece sempre que se repete cinco vezes seu nome diante de um espelho, foi
originalmente personificada pelo ator Tony Todd no filme de 1992 e depois em duas
continuações, ‘Candyman: Farewell to the Flesh’ (1995) e ‘Candyman: Day of the
Dead’ (1999). Quem faz o antagonista na nova versão é Yahya Abdul-Mateen II.
O
novo ‘Candyman’ é ambientado na mesma vizinhança que o filme original, o bairro
Cabrini-Green, que agora é uma zona altamente urbanizada de Chicago. Nos dias
atuais, o artista visual Anthony McCoy (Yahya Abdul-Mateen II) e sua parceira,
a diretora de galeria Brianna Cartwrigh (Teyonah Parris), mudam para um
condomínio de luxo na região, originalmente negra, que agora está enobrecida e
habitada por jovens em ascensão.
“A
história de Cabrini-Green ainda não acabou. Porque agora tem uma história sobre
uma comunidade que desapareceu daquele local, e queremos falar sobre o que foi
deixado para trás. Então, a gentrificação tem uma grande importância na
narrativa”, explica a diretora Nia DaCosta.
Origem
A
lenda de Candyman girava em torno de um filho de escravo que se tornou próspero
depois de desenvolver um sistema para fabricar sapatos em massa durante a
Guerra Civil nos EUA. Ele também se tornou conhecido como artista por seu talento
como pintor de retratos.
A
história conta que o personagem foi morto em um lichamento após se envolver e
engravidar uma mulher branca. Ele foi espancado e lambuzado de mel para que as
abelhas o picassem. Para que não pudesse mais pintar, sua mão foi decepada e
substituída por um gancho.
Seu
cadáver também foi queimado e suas cinzas foram espalhadas pela área de
Chicago, onde seu espírito vingativo aparece quando seu nome é dito cinco vezes
no espelho.
O
Candyman de 1992 foi um marco na história do gênero de terror. Pela primeira
vez, um grande filme de terror americano lançou um homem negro como personagem
titular e principal antagonista.
“Aquele
filme me pareceu um filme negro. Um filme para mim. Então, eu queria fazer um
filme que olhasse para essa história de fantasmas de uma perspectiva negra”,
diz Peele.
O novo filme
No
longa de 1992, um menino, Anthony McCoy, é sequestrado por Candyman. Já na
sequência de Nia DaCosta, ambientado cerca de 30 anos depois, Anthony é o
personagem central, que cresceu sem nenhuma memória deste incidente da
infância. O personagem, então, começa a explorar os detalhes dessa história em
seu trabalho artístico e acaba abrindo uma porta para o passado, que desencadeia
uma onda de violência.
Ao
retratar a brutalidade policial de forma implacável como um enxame de abelhas,
o filme de Nia DaCosta busca personificar em Candyman incontáveis homens
negros vítimas da violência racista.
“Candyman
é sobre a morte negra causada pela violência branca”, diz a diretora. “Quando
as pessoas ouvem a palavra 'linchamento', pode parecer que é de outra época, do
passado. O que este filme está dizendo é que, na verdade, não é coisa do
passado. Está acontecendo agora”, conclui.
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Com informações do Alma Preta.
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