Por Alexandre Lucas, Colunista
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a cidade e a educação é imprescindível para o posicionamento/reposicionamento
da classe trabalhadora como parte da luta emancipatória. Se existe uma cidade
negada e construída socialmente desigual existe também uma educação
estratificada e alicerçada para manutenção das relações de opressão e
exploração.
A
democratização da cidade e da educação para a classe trabalhadora apresenta as
contradições das relações do capital e trabalho, o que exige uma concepção
política-teórica capaz de esmiuçar o entendimento de como se estrutura
histórico e socialmente a produção do conhecimento e da urbe.
Ocupar
os espaços de reflexões, luta e decisão sobre a produção e construção da
acessibilidade à cidade e a defesa da escola pública e da pedagogia
histórico-crítica são partes da mesma agenda de ruptura e de tomada de poder.
Ganhar
capilaridade na luta pelo direito à cidade e por uma pedagogia transformadora
se coloca como essencial para luta de ideias e a reorganização política da
classe trabalhadora. Se aprendemos que não existe espaço vazio na política, os
espaços de residência e de estudo da classe trabalhadora estão preenchidos de
outras narrativas que visam a manutenção da classe dominante.
A
disputa de espaços e narrativas devem compor macro e micropoliticamente as
nossas frentes de resistência e de conquistas, partindo do princípio, que tanto
os problemas da crise urbana, como educacional, não se resolvem a partir da
nano política, pelo contrário, é a partir da alteração da estrutura
socioeconômica de poder que podemos vislumbrar mudanças para a classe
trabalhadora, o que não ocorrerá de forma harmoniosa, mas pelo processo de luta
de classes.
Duas
narrativas vêm tomando corpo, uma alinhada aos interesses das elites econômicas
que nega o direito de decidir sobre a cidade e criminaliza a educação
emancipatória e outra vinculada a ideia de uma esquerda liberal ou de concepção
anarquista que coloca os espaços micros como centros do seu olhar, não
conseguindo enxergar de forma mais ampla
a realidade e se prendendo ao discurso “nós estamos fazendo a nossa parte”,
como se os problemas estruturais para serem resolvidos bastasse espontaneismo e
boa vontade. Esses negam a realidade concreta e as condições objetivas para
constituir outra realidade.
Neutralidade e imparcialidade são expressões inexistentes para a compreensão da escola e da cidade, retirar as camadas que acobertam as fraturas de uma engenharia sistêmica que produz desigualdade e alienação, é uma pauta atual, necessária e de recomposição das forças da classe trabalhadora. Afinal, é nas cidades e nas suas margens que estão os campos de batalhas para construir as sobrevivências cotidianas na luta contra o modo de produção capitalista.
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