Representantes dos povos indígenas se reúnem no Acampamento Levante da Terra, em junho, na luta contra o PL 490. (FOTO/ facebook.com/conselhoindigenistamissionario). |
O secretário-executivo do Conselho Indigenista
Missionário, Eduardo de Oliveira, cita nomes e números relacionados a deputados
e senadores eleitos com financiamento do agronegócio, além de apontar ministros
e autoridades que promovem destruição da Amazônia e violências contra povos
indígenas do país, representadas na atual conjuntura pela tramitação do Projeto
de Lei 490 na Câmara Federal. Aprovado na Comissão de Constituição e Justiça
(CCJ), esse PL pretende abrir as terras indígenas para exploração econômica
predatória e na prática inviabiliza demarcações.
Ilegalmente, integrantes das bancadas da bíblia,
bala, mineradoras, empreiteiras e ruralistas estão dispostos a eliminar
cláusulas pétreas da Constituição Federal – o termo retira o “poder
constituinte reformador”, ou seja, proíbe parlamentares que compõem as
sucessivas legislaturas de alterar o que somente poderia ser modificado se
fosse promulgada uma nova Constituição – o que inclui direitos indígenas sobre
territórios, organização social e tradições.
Sem
diálogo
Parlamentares anti-indígenas rechaçam o diálogo com
caciques, e responderam à sua presença na Câmara Federal com bombas de gás
lacrimogêneo e balas de borracha lançadas pela polícia legislativa, em 22 de
junho. Expressão de arrogância, autoritarismo e desumanidade em favor da
ganância sobre recursos naturais do povo brasileiro. Avançam garimpos,
grilagens de terras públicas e ataques de morte contra índios. Presentes em
Brasília desde o dia 8, os índios foram intimidados nos dias 8 e 9, pela Polícia
Militar do Distrito Federal na tentativa de impedir o Acampamento Levante pela
Terra (ALT), que permaneceu por três semanas ao lado do Teatro Nacional.
No dia 16 também enfrentaram policiais armados e
bombas quando tentaram negociar com o presidente da Fundação Nacional do Índio
(Funai), Marcelo Xavier. Cerca de 850 homens, mulheres, velhos e crianças
resistiram bravamente. Todos os dias cumpriram caminhadas de três quilômetros
de ida em sol quente e mais três de volta, até o Congresso Nacional. Tarefa de
guerreiros, com seus gritos de guerra, deveriam ser apenas os 70 Guarani e
Kaingang chegados da região Sul para os protestos. Mas logo eles tiveram
adesões de todas as regiões do país. Hoje, apenas líderes permanecem na
capital, mas voltarão em massa em agosto para acompanhar julgamento decisivo
que acontecerá no Supremo Tribunal Federal (STF).
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Com informações da RBA. Clique aqui e confira o texto completo.
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