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Joice Berth. (FOTO/ Reprodução/ Instagram @joiceberth). |
Com
Joice Berth, arquiteta e urbanista e autora do livro O Que é Empoderamento?, o
tema desta edição do Nosso Olhar são as formas de expressão do feminismo, as
possibilidades de diálogos em diversas esferas sociais e os papéis das cidades
na equidade de gênero.
Berth
comenta sobre o despertar de seu entendimento sobre o feminismo, ainda na
infância e dentro de casa. “Sempre tive muito contato com as mulheres. Minha
mãe, durante um bom período, trabalhou como trancista em casa e muitas mulheres
passavam por lá, então eu ouvia muitas histórias. Desde cedo eu tive a
percepção de que existia um mundo diferente entre homens e mulheres, pelos
próprios casos que eu via dentro e fora da minha família.
A
arquiteta traz o tema para o lado profissional, desde o início de seus estudos
universitários. “Como arquiteta eu me lembro que eu não estudei nada referente
às mulheres na faculdade. Me lembro que a Lélia Gonzalez foi uma autora que me
despertou para isso. Ela diz que se você não levar o seu ativismo para dentro
da sua profissão, está fazendo alguma coisa errada. Então, essas ocorrências da
vida foram me direcionando para esse caminho”, conta.
A
conversa segue sobre a segurança das cidades e a importância do urbanismo para
uma melhor qualidade de vida às mulheres.
“Em
conversas, eu inicio perguntando ‘a cidade que tem gênero?’ E todo mundo fala
que não, a cidade é um espaço livre que a gente pode transitar por todos os
cantos. Mas não é bem assim, a percepção das pessoas com relação aos espaços da
cidade precisam ser provocadas. A gente sabe que existe questões relacionadas
ao assédio sexual nas ruas, no transporte público, mas isso é só uma a pontinha
do iceberg que tá imerso em muitos outros problemas”, comenta Berth.
Para
ela, a função dos arquitetos é fazer a ponte entre a sociedade e os
profissionais da área. “Existe um limite da atuação do profissional de
arquitetura e urbanismo, né? A gente não tem como dar conta de tudo, mas eu
penso que se a gente conseguir efetivar o diálogo da sociedade com o
profissional, a gente vai ganhar muito, né? E sobretudo se as mulheres
estiverem tendo a as facilitadoras desse diálogo”.
As
entrevistas do canal estão disponíveis na página do YouTube da Exame, com
vídeos novos às quartas-feiras.
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Publicado originalmente no Exame e reproduzido no Geledés.
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