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Guilherme Boulos disse ser preciso colocar limites, pois os fascistas não farão isso por conta própria. (Foto: Mídia Ninja). |
Na
véspera de ir a Curitiba e depois a Portugal, denunciar no exterior as
ilegalidades da prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o líder do
Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) Guilherme Boulos voltou a defender
a liberdade do petista e destacar as arbitrariedades de sua detenção.
“Não podemos ter receio de dizer que Lula é
um preso político”, afirmou, durante ato em homenagem a Nadir Kfouri e
Marielle Franco, realizado nesta terça-feira (10), em São Paulo. Para ele, é
evidente o objetivo político de excluir o ex-presidente do pleito eleitoral de
outubro.
Nesta
quinta-feira, o pré-candidato do Psol à presidência estará em Lisboa, ao lado
do ex-governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro, e da deputada Manuela
D’Ávila (PCdoB), também pré-candidata à presidência. A Fundação José Saramago
(FJS) e o Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra (CES) promovem,
no Teatro Capitólio, um encontro para debater o futuro das lutas democráticas e
em defesa da democracia brasileira.
Além
dos convidados brasileiros, participarão do encontro Cristina Narbona
(PSOE-Espanha), Pablo Iglesias (Podemos/Espanha), Catarina Martins (Bloco de
Esquerda/Portugal) e Ana Catarina Mendes (PS/Portugal). A coordenação do debate
ficará a cargo de Boaventura de Sousa Santos (CES) e Pilar Del Rio (FJS). O encontro
será aberto ao público.
Sem limites
“Quem serão os próximos? Se não botarmos
limites, eles não se limitam por si próprios”, alertou Boulos. As
divergências entre os partidos políticos do campo progressista, segundo ele,
são uma “virtude e não problema”.
Porém, afirmou que a gravidade do momento não pode impedir as forças de
esquerda de estarem lado a lado para barrar a escalada fascista em curso no
Brasil. “Temos que ter grandeza de
apresentar um projeto de futuro, junto com o desafio de enfrentar os
retrocessos.”
Enfático,
Boulos disse que o momento não pode ser de acomodação. “Não vamos descansar um
só momento sem honrar a consciência democrática de Nadir Kfouri. Não vamos
descansar um só momento sem cobrar a justiça por Marielle. E não vamos descansar
um só momento até que Lula esteja solto.”
O
ato realizado no Tucarena, anfiteatro da Pontifícia Universidade Católica de
São Paulo (PUC-SP), teve como objetivo entregar o título de cidadã paulistana
pós mortem para Nadir Kfouri, ex-reitora da universidade reconhecida por sua
luta contra a ditadura. Planejado em 2017 pelo mandato da vereadora-suplente
Isa Penna, e do vereador Toninho Vespoli, ambos do Psol, a homenagem a Nadir
Kfouri transformou-se também num ato em memória da vereadora carioca Marielle
Franco, assassinada no último dia 14 de março.
Boulos
disse imaginar se a geração da ex-reitora da PUC, que lutou contra a ditadura
civil-militar e pela redemocratização, um dia pensou se 30 anos depois ainda
haveria assassinato e prisão política no Brasil. “É como se fosse um passado que não passou. O passado precisa de memória
e justiça, porque sem isso, os fantasmas sempre voltam.” Para o líder do
MTST, é justamente a falta de memória e de justiça no país a licença que
permite a Jair Bolsonaro (PSL-RJ) frequentemente elogiar torturadores como
Carlos Alberto Brilhante Ulstra.
Olhando
para Marinete da Silva, mãe de Marielle Franco, Boulos disse que não permitirá
“a segunda morte” da vereadora
carioca, se referindo às detrações e notícias falsas que tentam manchar e
diminuir sua imagem. “As ideias de
Marielle são à prova de bala. Vamos ter que estar à altura dessa
responsabilidade histórica.” (Com informações da RBA).
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