O
Supremo tem, agora, uma arma apontada contra os juízes: ou votam contra o HC de
Lula e pela prisão em segunda instância, ou… ou o quê, general? Traem a pátria?
Traem o interesse público? Contrariam suas convicções pessoais? Desagradam sua
corporação?
Se
o ministro Fachin tinha sido ameaçado, agora teria razões para denunciar a
chantagem.
Vivemos
uma sequência de ataques à democracia e à independência dos poderes.
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O comandante do Exército, general Eduardo Dias da Costa Villas Boas, que ameaça romper com a democracia. (Foto: Marcelo Camargo/ABR). |
Marielle
e Anderson assassinados, a caravana de Lula agredida com tiros e impedida, pela
violência, de seguir viagem, a mídia ensandecida porque a direita não encontra
um candidato viável.
Querem
o quê? Prender Lula? Se não bastar, pretendem o quê? Suspender as eleições ou
neutralizá-la com o parlamentarismo tirado do bolso do colete nas vésperas do
pleito?
O
que muita gente boa parece não entender é que o impeachment, na atmosfera
envenenada por um antipetismo patológico, abriu caminho para que saíssem do
armário todos os espectros do fascismo. "Não sou petista: sou
anti-antipetista."
O
antipetismo é o ingrediente que faz as vezes do antissemitismo, na Alemanha
nazista.
O
antipetismo identifica O CULPADO de todas as perversões, o monstro a abater, o
bode expiatório, a fonte do mal.
O
antipetismo gerou o inimigo e gestou a guerra político-midiática para
liquidá-lo, guerra que se estende, sob outras formas (mas até quando?), às
favelas e periferias, promovendo o genocídio de jovens negros e pobres, e
aniquilando a vida de tantos policiais, trabalhadores explorados e tratados com
desprezo pelas instituições.
Há
um fio de sangue que liga as palavras ameaçadoras do general, interferindo na
autonomia do Supremo, na véspera do julgamento do habeas corpus de Lula, a
agenda regressiva que cancela direitos, as balas contra a caravana de Lula e a
execução de Marielle e Anderson.
Os
autores não são os mesmos, e existem contradições entre eles, mas há uma linha
de continuidade porque todas ocorrem no cenário de degradação institucional
criado pelo antipetismo e nele se inspiram.
Ser
contrário ao antipetismo, mesmo não sendo petista, é necessário para resistir
ao avanço do fascismo.
Os
que votaram pelo impeachment e, na mídia, incendiaram os corações contra Lula e
o PT, sem qualquer pudor, não tendo mais como recuar, avançam ao encontro da
ascensão fascista, que ajudam a alimentar, voluntária e involuntariamente.
Não
podemos retardar a formação de ampla aliança progressista pela democracia, uma
frente única antifascista. (Por Luiz
Eduardo Soares, na RBA).
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