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O deputado e pré-candidato à Presidência Jair Bolsonaro (RJ) durante ato de filiação ao partido PSL. (Foto: Pedro Ladeira/ Folhapress). |
Pré-candidato
à Presidência da República, o deputado federal Jair Bolsonaro (PSL-RJ) foi
denunciado pela PGR (Procuradoria-Geral da República) nesta sexta-feira (13)
pela prática de racismo contra quilombolas, indígenas, refugiado, mulheres e
LGBTs (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgêneros).
A
denúncia contra o deputado se refere a um episódio ocorrido em abril de 2017.
Durante discurso no Clube Hebraica do Rio de Janeiro, ele teria usado
expressões de cunho discriminatório, incitando o ódio e atingindo diretamente
vários grupossociais. Segundo a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, a
conduta do deputado foi "ilícita, inaceitável e severamente
reprovável".
Na
ocasião, durante palestra, Bolsonaro disse que "afrodescendentes"
quilombolas "não fazem nada e nem para procriador (sic) eles servem
mais" e que as reservas indígenas e quilombos atrapalham a economia do
país.
Segundo
a denúncia, Bolsonaro "tratou com total menoscabo os integrantes de comunidades
quilombolas" e incitou "a discriminação entre seus ouvintes em relação
aos estrangeiros". A peça diz que as manifestações do deputado, "de
incitação a comportamento e sentimento xenobófico, reforçam atitudes de
violência e discriminação que são vedadas pela Constituição e pela lei
penal".
Dodge
disse ainda que o deputado se referiu aos quilombolas "como se fossem
animais", ao utilizar a palavra "arroba". "Esta
manifestação, inaceitável, alinha-se ao regime da escravidão, em que negros
eram tratados como mera mercadoria", concluiu.
"O denunciado era capaz à época dos fatos, tinha consciência da ilicitude e dele se exigia conduta diversa, sobretudo por se tratar de um Parlamentar. Estão devidamente caracterizadas nos autos, portanto, a autoria e a materialidade do crime". (Raquel Dodge, procuradora-geral da República, em denúncia contra Jair Bolsonaro).
A
denúncia elenca várias frases proferidas pelo presidenciável durante o evento
de 2017, entre elas:
"Eu tenho 5 filhos. Foram 4 homens, a quinta
eu dei uma fraquejada e veio uma mulher".
"Alguém já viu um japonês pedindo esmola por
aí? Porque é uma raça que tem vergonha na cara. Não é igual essa raça que tá aí
embaixo ou como uma minoria tá ruminando aqui do lado".
"Isso aqui é só reserva indígena, tá faltando
quilombolas, que é outra brincadeira. Eu fui em um quilombola em El Dourado
Paulista. Olha, o afrodescendente mais leve lá pesava sete arrobas. Não fazem
nada! Eu acho que nem para procriador eles servem mais. Mais de um bilhão de
reais por ano gastado com eles".
Danos morais e possibilidade de
prisão
Na
denúncia, a PGR pede que ele pague no mínimo R$ 400 mil por danos morais coletivos.
Caso seja condenado pelo crime, o parlamentar poderá cumprir pena de um a três
anos de prisão, segundo a PGR.
Procurado
pela reportagem na noite desta sexta, Bolsonaro disse que não estava sabendo da
denúncia e questionou: "mais uma?
Para mim é novidade".
Ele
disse ter respondido ao procedimento preliminar da PGR. "Depois da resposta, eles decidem se
encaminham [denúncia] para o Supremo ou não", explicou, sendo
informado de que a denúncia foi apresentada. "Então vamos responder", afirmou.
Em
seguida, classificou o episódio como uma brincadeira. "Eu conheço o cara, rapaz. Eu falei ao cara,
afrodescendente, eu brinquei com ele. Eu falei: 'pô cara, tu pesa aí oito
arrobas', acho que eu falei. Foi uma brincadeira que eu fiz”, declarou.
"Vamos ver o que o Supremo diz, né? O Supremo
pode arquivar também ou bota em votação e me coloca como réu. As duas coisas
podem acontecer", acrescentou.
As
informações são do Uol. Clique aqui e confira integra da matéria.
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