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Naurício Sousa no papel de Jesus. (Foto: Nicolau Neto). |
Depois
de seis anos a peça “Paixão de Cristo”
voltou a ser encenada em Altaneira. Diferentemente de 2012, o ponto máximo do
teatro que conta – segundo a tradição religiosa cristã -, os últimos passos da
vida de Jesus Cristo aconteceu no patamar da matriz da Igreja Católica. Centenas
de pessoas acompanharam atentamente a crucificação.
Nesta
edição (30/03), a grande maioria dos interpretes eram jovens que para a realização do
espetáculo iniciaram um percurso que partiu às 19h50min da Capela de São José e
caminhou pela rua Deputado Furtado Leite até a matriz.
As
interpretações dos atores e atrizes esbanjaram talento na arte de improvisar e
interpretar, o que causou forte emoção
do público que acompanhava atentamente cada cena desenvolvida nas cinco
estações. “Não precisa bater tão forte
assim”, dizia uma mulher. “Ele
apanhou tanto e ainda tem pessoas que não respeita o dia dele”, argumentou
outra.
O
som não ajudou muito para quem de longe tentava ouvir. Nem mesmo o discurso
reflexivo e que conclamava a união do poder público e da sociedade civil para
mudar a realidade da juventude por meio da arte e do teatro, de Raimundo Sandro
Cidrão, professor e membro da Sociedade Teatral Santanense, responsável
diretamente pelo empréstimo dos figurinos ao grupo altaneirense, foi ouvido
com a intensidade que se deveria ouvir.
Mas
quem conseguia se aproximar se encantava com tamanha desenvoltura e talento
daqueles que mesmo com todas as dificuldades, conseguiram fazer o que se
propuseram a realizar. O poder através da arte, do teatro e da cultura conseguiu
se sobrepor ao revés. O mais incisivo na peça era o jovem João Paulo, um dos
coordenadores do grupo e que interpretou um soldado romano responsável por
torturar Jesus antes de coloca-lo na cruz. “Vamos,
tu não diz que é rei”, gritava enquanto o açoitava.
O
papel de Jesus foi dado ao estudante do ensino médio integrado a educação
profissional, Naurício Sousa. O momento da crucificação, um dos mais esperados,
causou silêncio na plateia. “Você não tem
temor a deus? Nosso sofrimento é justo, mas ele não fez nada de mal. Lembre-se
de mim Jesus, quando o senhor estiver no paraíso”, falou um dos “ladrões”.
“Eu te prometo que hoje mesmo estarás no
paraíso comigo”, respondeu Naurício (o intérprete de Jesus). “Vejam! Ele fala com os ladrões”, disse
João Paulo (soldado).
Durante
a encenação era visível à angústia da plateia que não conseguia ouvir as palavras
ditas. Segundo o professor Sandro Cidrão em conversas com este blogueiro, o que
pode ser feito nas próximas edições para sanar este problema é gravar as falas
e os personagens apenas dublarem. "Em Santana do Cariri quando começamos também era nesse formato, depois modificamos".“Isso
será bom não só para o público, mas principalmente para os protagonistas do
momento que se desgastarão menos”, pontuou.
Atuação
também de destaque foi a de Sávio Marinho que representou dois papeis, o de Pôncio
Pilatos – governador da província romana da Judeia e o responsável, conforme
tradição religiosa cristã, pela condenação de Jesus e o do anjo anunciador.
Mais
de duzentas pessoas prestigiaram a exibição do teatro que contou com cerca de
cinquenta integrantes.
Clique aqui e confira outras fotos da Peça.
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