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"No Brasil, o neoliberalismo precisou limpar o terreno para o neofascismo", disse Dilma. (FOTO/Dino Santos/CUT). |
“Ainda
estamos afirmando a democracia”, disse a ex-presidenta Dilma Rousseff, quase ao
final do encerramento do ato de abertura do 13º Congresso Nacional da CUT
(Concut), nesta segunda-feira (7), em Praia Grande. “Temos que impedir que o
desastre se complete”, acrescentou, tratando do que é ou não possível
reverter em um cenário de retrocesso político, econômico e social.
Leis
e decretos podem ser revistos, afirmou Dilma, vender a Petrobras e o Banco do
Brasil ( para o Bank of America) ou destruir a Amazônia não. “Acabar com os direitos da classe
trabalhadora dá para reverter”, emendou, ganhando aplausos e pedindo
unidade. “Temos que abraçar a diversidade da esquerda brasileira.”
O
discurso de Dilma, encerrado às 23h, enfatizou as homenagens ao ex-presidente
Luiz Inácio Lula da Silva, que dá nome ao congresso cutista. Durante o ato, o
ex-candidato Fernando Haddad leu carta de Lula endereçada aos 2.100 delegados.
“Vamos derrotar o governo Bolsonaro e a
tragédia nacional que ele está causando”, disse o ex-presidente, dizendo se
sentir “muito mais livre do que os meus
algozes”.
Democracia radical
Depois,
em fala rápida, Haddad afirmou que o PT é um partido “permeável” à contribuição
dos movimentos sociais, no sentido de incorporar ideias vindas da base. E
defendeu um “projeto democrático radical
que recoloque o trabalho no centro de nossas preocupações”. Ele chamou
ainda a atenção para o processo de desindustrialização na região e para
governos de extrema-direita que “ameaçam
as instituições democráticas e a organização dos trabalhadores e dos estudantes”.
Enquanto
a presidenta do PT, deputada federal Gleisi Hoffmann (PR), afirmava que o
capitalismo atual, com alguma dificuldade de convivência com a democracia,
mostra hoje uma de suas “facetas mais perversas”, a da financeirização, Dilma
identificou um “movimento de desgaste”, provocado pelas revelações da Vaza
Jato, entre o neoliberalismo e o que chamou de “neofascismo”, forças que
segundo ela concentraram-se sobre o Lula, impedindo sua candidatura em 2018. A
ex-presidenta afirmou que a Operação Lava Jato causou destruição no sistema
jurídico brasileiro. “Foi necessário um
impeachment sem crime de responsabilidade, a prisão e a interdição do
presidente Lula. No Brasil, o neoliberalismo precisou limpar o terreno para o
neofascismo”, afirmou, ao observar que na Europa, por exemplo, o chamado
neoliberalismo se deu nos marcos da democracia liberal. “O nosso neofascismo não é sequer nacionalista. É entreguista.”
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