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Imagem da menina Benigna em Santana do Cariri. (FOTO/Joedson Kelvin). |
O
Vaticano reconheceu o martírio de Benigna Cardoso da Silva, nascida em 15 de
outubro de 1928, em Santana do Cariri, no Ceará. O boletim foi divulgado nesta
quinta-feira, 3, em Roma. A etapa é considerada a mais valiosa no processo de
beatificação. É também a mais próxima. A menina, vista como santa pelos fiéis,
tem título de Serva de Deus desde 2013.
Aprovação
do processo para beatificação foi publicada nos Decretos da Congregação para as
Causas dos Santos, junto a outros quatro servos de Deus. Também nesta quinta, o
Escritório de Celebrações Litúrgicas do Sumo Pontífice notificou o rito de
canonização da baiana Irmã Dulce para o próximo dia 13.
A
causa de Benigna foi aprovada em outubro do ano passado pela Comissão dos
Teólogos da Congregação para as Causas dos Santos. O processo de beatificação
foi aberto em 2011 pela Diocese do Crato. Em 2016, o Vaticano chegou a buscar
depoimentos de pessoas que viveram entre 1940 e 1980 para fortalecer a tese do
martírio cristão da jovem Benigna.
Esta
é a primeira beatificação da história do Estado. "É uma importante notícia não apenas para o povo católico e da Região do
Cariri, mas para o povo cristão, que vê reconhecido mais um exemplo de bondade
e fé", declarou o governador Camilo Santana. Em junho deste ano, a
Romaria da Menina Benigna, em Santana do Cariri, entrou para o calendário
oficial de eventos do Ceará.
Pároco
de Santana do Cariri, o padre Paulo Lemos destaca que o reconhecimento é fruto
de um longo trabalho. "É muito
importante a beatificação porque a Igreja nos chancela. Está confirmando que,
de fato, aqui viveu uma santa de Deus e ela poderá ser elevada à honra dos
altares". Ele afirma que, em 2018, cerca de 30 mil pessoas
participaram da Romaria da Menina Benigna. Em entrevista à rádio CBN Cariri
nesta manhã, Lemos disse ainda que será pedido reforço na estrutura para a
Romaria deste ano, em outubro próximo.
Para
o bispo Dom Gilberto Pastana de Oliveira, da Diocese do Crato, a decisão do
Vaticano "traz segurança na fé em
tempos de tanto relativismo". Ele continua: "É o reconhecimento do 'ser heroína' que essa menina teve com essa
idade. Uma criança tão frágil. Preferiu morrer do que pecar". Dom
Gilberto acredita, contudo, que a data da missa de beatificação não deve sair
tão cedo. "Não depende nós. Quem
sabe no próximo ano".
O
crime
Benigna
foi morta na tarde de 24 de outubro de 1941, quando saiu para buscar água, como
fazia todas as tardes, em uma cacimba a poucos metros de casa. Ela foi abordada
pelo também adolescente Raul Alves, que golpeou a menina com um facão após ela
resistir às tentativas de aproximação do jovem. O corpo foi encontrado no Sítio
Oti, local do crime, onde vivia a família adotiva da menina.
Na
época do crime, o pároco Cristiano Coelho Rodrigues, mentor espiritual da
jovem, escreveu que Benigna "morreu
martirizada, às 4 horas da tarde". A nota, ao lado do registro de
batismo, falava ainda: "Heroína da
Castidade, que sua santa alma converta a freguesia e sirva de proteção às
crianças e às famílias da Paróquia. São os votos que faço à nossa santinha".
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Com informações
do O Povo.
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