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‘Ninguém pode esquecer o que acontece em um país sem democracia’, afirma líder da CUT

 

Sérgio: “A pandemia mostrou a importância do papel do estado, a importância de ter políticas públicas”. (FOTO | Roberto Parizotti).

Jamais podemos esquecer o que acontece num país sem democracia, sem instituições fortes”, afirma o presidente da CUT, Sérgio Nobre, que está convocando as entidades filiadas a participar de atos pela democracia na próxima segunda-feira (8). Movimentos por todo o país vão realizar manifestações para marcar um ano dos ataques golpistas ocorridos em Brasília, que depredaram as sedes dos três poderes.

Fiz uma opção: derrotar Jair Bolsonaro', diz Haddad em Ato da Virada


Estimativa de 70 mil pessoas na Lapa pela Democracia.

Aos gritos de “Ele, não!” e “Lula presente, Haddad presidente”, cerca de 70 mil pessoas estiveram nos Arcos da Lapa, zona central do Rio de Janeiro, na noite desta terça-feira (23) para o “Ato da Virada – Brasil pela Democracia”, realizado em apoio ao candidato do PT à Presidência da República, Fernando Haddad.

O ato, que teve a participação de artistas como Chico Buarque e Caetano Veloso, foi marcado pelo repúdio às recentes declarações do candidato do PSL, Jair Bolsonaro, que ontem (22) ameaçou seus opositores com “a prisão ou o exílio” e afirmou que colocará as forças de segurança do país para “dar no lombo” dos “petralhas” e dos “bandidos do MST e do MTST”.

Haddad, que passou o dia no Rio em atividade na Favela da Maré e em reuniões com representantes das comunidades judaica, evangélica e católica, criticou as afirmações de Bolsonaro: “Ele disse que depois das eleições eu teria dois destinos: a prisão ou o exílio. Eu fiz uma opção: resolvi derrotar Jair Bolsonaro. Eu não o quero preso nem exilado. O que eu quero é que ele viva com saúde para ver os negros na universidade, as mulheres emancipadas e donas do seus destinos, as terras indígenas demarcadas, os nordestinos progredindo com água, comida, trabalho e educação”, disse.

O candidato do PT adotou um tom duro contra o adversário: “Ele disse que quer acabar com o ‘coitadismo’ de mulheres, negros, nordestinos e gays. O meu recado pra ele é: Jair, se olha no espelho, o coitado é você, que não passa de um soldadinho de araque e só fala grosso porque tem gente armada à sua volta. Você não é capaz de enfrentar um debate, não é capaz de enfrentar uma entrevista sem censurar jornalista livre”.

A atividade pública de Bolsonaro também foi criticada: “Foram sete mandatos de nada, com o dinheiro público pagando o teu salário. São 28 anos no Congresso Nacional propagando o ódio, sem apresentar uma ideia, medíocre que fosse. Não sai nada dele que não seja o pior do ser humano. Ele só sabe agredir, difamar e caluniar, e agora se sabe como: através das fake news nas redes sociais bancadas por amigos empresários que apoiam o projeto neoliberal que ele representa”.

Haddad falou também sobre a possibilidade de virar o jogo até o dia da votação e a necessidade de "dar razão às pessoas' para conquistar as pessoas. "Não estou falando dos coxinhas que sempre nos odiaram, mas das pessoas que estão revoltadas porque estão desempregadas ou deixaram a universidade", explicou. "A essas pessoas nós precisamos abraçar e sentar para conversar daqui até o domingo. Vamos dialogar, eles não são nossos inimigos. Vamos fazer um projeto fraterno e avançar do ponto de vista social. Domingo nós vamos ganhar a eleição. Estou sentido no ar uma virada. Nós começamos a crescer e ele começou a cair. Nós temos cinco dias para fazer crescer ainda mais essa onda positiva."

Frente ampla pela democracia

Representantes de todos os partidos do campo progressista usaram o microfone para confirmar o apoio a Haddad e defender a democracia contra a ameaça representada pelas propostas de Bolsonaro: “Esta eleição está ocorrendo sob fraude, crime eleitoral e mentira. Neste momento, o Brasil está correndo o sério risco de legitimar pelo voto uma ditadura no país. Corremos o risco de eleger um ditador corrupto e mentiroso. Queremos defender o direito de discordar e a democracia”, disse a deputada federal Jandira Feghali, do PCdoB.

Candidato do Psol no primeiro turno, Guilherme Boulos também mandou um recado a Bolsonaro: “Esse é um momento de luta pela democracia no nosso país. É preciso ter lado, ter coerência. Não cabe ficar em cima do muro, não cabe neutralidade porque neutralidade em um momento como esse significa cumplicidade. Há um candidato a presidente que ameaça as instituições, que ameaça seus opositores com a prisão ou o exílio, que diz que vai tratar como terroristas os movimentos sociais. O único jeito de acabar com o MTST é construir 6 milhões de casas no país”.

Ao lembrar Marielle Franco, vereadora assassinada no Rio de Janeiro, o deputado federal eleito Marcelo Freixo, do Psol, proporcionou um dos momentos mais emocionantes da noite: “Bolsonaro, a sua capacidade de provocar medo não é e nunca será maior do que a nossa capacidade de sonhar por liberdade e democracia. É a eleição mais importante da história das nossas vidas porque precisamos derrotar um projeto fascista. Pelo terror, tiraram de nós a Marielle, que estaria aqui conosco neste momento”, disse.

O senador petista Lindbergh Farias que, segundo Bolsonaro, irá em breve para a cadeia “apodrecer” ao lado do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, também alertou para o risco que corre a democracia no país: “Está muito claro que o plano do Bolsonaro é levar o Brasil em direção a uma ditadura. Bolsonaro vem dizendo há muito tempo o que quer fazer no Brasil. O símbolo dele não é Geisel, não é Médici, é o Brilhante Ustra”, disse. Lindbergh também criticou o Supremo Tribunal Federal: “Impressiona a covardia do STF neste momento da nossa história. Nenhuma resposta à indústria de fake news que foi montada no país”.

Falando em nome do PSB, o deputado federal reeleito Alessandro Molon comparou Bolsonaro ao presidente Michel Temer, do PMDB: “Estamos aqui nesta praça porque acreditamos na força transformadora da educação. Por isso vamos votar em quem defende dar para cada criança do nosso país um livro, um lápis e uma borracha e não uma arma. Quem faz uma campanha suja não pode fazer um governo limpo. Temos que tirar o Brasil do atoleiro em que Temer, Bolsonaro e sua turma o colocaram”, disse.

Desde os anos 1970 Chico Buarque e Caetano Veloso não dividiam as mesmas paixões no mesmo palco juntos e ao vivo. (Foto: Ricardo Stuckert).

Importantes figuras da história política nacional também foram lembradas durante o ato: “Se estivesse vivo, Leonel Brizola certamente estaria neste palco. Nós trabalhistas, brizolistas, nacionalistas votaremos em Haddad no domingo”, disse Vivaldo Barbosa, fundador e militante histórico do PDT.

Representando o PV, o deputado federal Fabiano Carnevale afirmou: “Somos o partido de Chico Mendes, que também estaria aqui apresentando ao mundo a ameaça que é a candidatura do Bolsonaro que quer entregar a Amazônia e retirar o Brasil do Acordo de Paris”.

Chico e Caetano

A participação de artistas rendeu momentos emocionantes durante o ato: “Temos que apagar da mente brasileira a ideia de que o cafajeste é quem nos representa. É isso que precisamos negar dentro de nós. Precisamos encontrar meios de dizer àqueles que se deixaram hipnotizar por essa onda. Eu estou aqui por causa disso, para evitar a ‘cafajestização’ do homem brasileiro. A eleição de Fernando Haddad e Manuela D'Ávila representará a dignidade do povo brasileiro, de cada homem brasileiro”, disse Caetano Veloso.

Chico Buarque afirmou que “a eleição de Haddad é difícil”, mas disse preferir crer que ainda é possível virar o jogo: “Imagino que lá fora, muita gente – cidadãos conservadores, de direita, cristãos, os chamados coxinhas – tenham votado no candidato fascista e agora estejam vendo a onda de boçalidade que toma conta das ruas cada vez mais e que depois do primeiro turno só fez piorar e ninguém sabe onde vai parar a matança de gays, de mulheres, de trans, de estudantes, de capoeiras que ousaram dizer que votaram no PT. Nas periferias, onde afinal está o povo que mais sofre com a miséria e a violência, e votaram por mais miséria e mais violência, eles talvez na última hora virem o voto. Não queremos mais mentiras, não queremos mais força bruta. Queremos paz, queremos alegria, queremos Fernando e Manuela”. (Com informações da RBA).

Ato pela defesa dos trabalhadores, da liberdade do ex-presidente Lula e da Democracia é realizada em Nova Olinda


Ato histórico em Nova Olinda reúne 4 sindicatos, professores, estudantes e demais membros da sociedade civil em prol da democracia, da defesa de direitos trabalhistas e pela liberdade de Lula. (Foto: Lucélia Muniz).

Um ato histórico em defesa da democracia, dos direitos trabalhistas e pela liberdade do ex-presidente Lula anteciparam a passagem do primeiro de maio no município de Nova Olinda, região do cariri cearense.

A ação foi uma idealização das principais centrais sindicais do município - Sindicato dos Servidores Públicos Municipais (SINSENO), Sindicato dos Trabalhadores Rurais (STR), Sindicato dos Trabalhadores da Agricultura Familiar (SINTRAF), Sindicato dos Professores e Servidores da Educação e Cultura do Estado e Municípios do Ceará (Apeoc) e se desenvolveu na sede do Sinseno onde professores, sindicalistas, estudantes, vereadores e ativistas se revezaram nos discursos.

A manifestação foi uma verdadeira aula de cidadania em praça pública, conforme constatou Aureliano Sousa, presidente local do Partido Dos Trabalhadores (PT). Aureliano destacou ainda a participação de dois parlamentares do município, Beto Jeremias e Lourdes da Saúde e que em outubro cada um terá a oportunidade de desfazer o golpe.

Alan Cordeiro, ativistas social e representante do estudantes secundaristas e membro do grupo Kizomba afirmou que é necessário que se tenha mobilizações e que estas não contemplem apenas a defesa dos direitos trabalhistas, mas que a educação também mereça um papel importante como a luta pela defesa da orientação sexual, de classe, uma vez que o cenário que ora se apresenta não é favorável. O ativista ainda lamentou a pouca representatividade da classe política partidária no evento.

Quem também fez uso da palavra foi o presidente do Sinseno, Josias Félix. Este frisou sobre as percas dos direitos trabalhistas, com destaque para retirada do direito da contribuição sindical do trabalhador.

Já Miguel Barros, Conselheiro Tutelar, mencionou a necessidade de políticas públicas que fortaleçam a comunidade e que é fundamental a apresentação de projetos de leis de iniciativa popular para que o povo não fique refém do legislativo e do executivo municipal.

Professor Roberto Souza, Coordenador da Crede 20, de Brejo Santo, por ocasião do ato em Nova Olinda.
(Foto: Lucélia Muniz).

O Diretor da 20ª Coordenadoria Regional de Desenvolvimento da Educação (Crede 20) de Brejo Santo, o professor Roberto Souza enfatizou que a prisão do ex-presidente Lula foi política, uma vez que não houve até o momento provas consistente que justificasse sua prisão e destacou todas as políticas públicas que favoreceram os mais pobres iniciada nos governos Lula e continuada na gestão da ex-presidenta Dilma Rousseff. “Na verdade”, disse o professor, “ o que os golpistas queriam eram retirar de cena o maior líder político da história desse pais. Em nenhum pais do mundo se teve a experiência vivida no Brasil como a retirada de 40 milhões da pobreza”. “Essas mesmas pessoas que antes tinham deixado a pobreza voltaram a penar e a pedir esmolas”, finalizou.

Professor Nicolau Neto em ato pela democracia em
Nova Olinda. (Foto: Lucélia Muniz).
Já o professor, blogueiro e ativista dos direitos civis e humanos das populações negras, Nicolau Neto, ressaltou a necessidade de todos continuarem juntos e mobilizados para fazer com que todas as medidas impostas desde que foi consumado o golpe jurídico-midiático-parlamentar possam ser revogadas e destacou em sua fala três pontos criminosos dentro da (des)reforma trabalhistas que não foram revistos e que tinha sido um conchavo entre o Temer, a base governistas e até membros da oposição para que ela fosse, reforma, aprovada, como parte do texto que estabeleceu trabalho de mulheres grávidas e lactantes em condições insalubres, o trabalho intermitente que inclui serviços e remuneração por demanda e não como manda o contrato, as indenizações por danos morais permitindo que o trabalhador pague honorários advocatícios do seu empregador  caso venha perder ações na justiça.

O professor Nicolau chamou a atenção ainda para o fato da ilegalidade da prisão do ex-presidente Lula e que a ausência de provas faz com ele seja um preso político e fez um apelo para todos os presentes.

Que nós possamos repassar tudo o que foi dito hoje aqui para nossos familiares e amigos e possamos aproveitar o momento e refletir. Este ano é de processo eleitoral. Iremos eleger deputados/as estaduais, federais, senadores/as, governador/a e presidente/a, por isso é importante que façamos pesquisas sobre como cada um/a votou nas medidas e reformas em vigor. Não podemos e nem devemos votar em quem foi responsável pelas condições precárias em que estamos hoje. Precisamos depositar a confiança em candidatos e candidatas que apresente em seu plano de governo medidas que toque na ferida do grande empresariado, da mídia e de banqueiros. O maior desafio de quem pretende se eleger é fazer com que as maiorias sociais se tornem maioria políticas. Então, candidatos e candidatas que reúnam essas características merecem nossa confiança", pontuou Nicolau.

Por fim, discursou a professora Socorro Matos (foto ao lado). Ela destacou que se sentia extremamente feliz com todas as representações ali presentes e mencionou a importância de se continuar unidos e fortalecidos em prol da retomada de diretos trabalhistas e que não tinha como falar que o pais vive uma democracia com a infinidade de casos que dizem o contrário. “Sofremos um golpe onde o nosso voto não foi respeitado. Não tem como falar de Democracia sem falar de Política. “Estamos vivendo um estado de exceção”, finalizou ela.

Cerca de 100 pessoas participaram direta e indiretamente das atividades que se estenderam até às 10h30mim.