Ontem
eu estive em um "debate" com o Eduardo Bolsonaro e a Marisa Lobo em
Baturité, no interior do Ceará. Era uma Audiência Pública sobre o "Projeto Escola Sem Partido".
Baturité ameaçava ser a primeira cidade do nordeste a aprovar esse projeto.
Estive eu, e muitos, dezenas de companheiros entre os convidados para falar
contra essa mordaça. A favor, alguns pastores, o Bolsonaro e a Marisa Lobo.
Eles falaram e saíram. Não esperaram para ouvir a réplica.
Arremessaram
suas besteiras nas nossas caras e foram embora. Me impressionou a covardia
deles, a incapacidade para o diálogo e o despreparo com que falavam. Eles são
caricaturas.
Eduardo
Bolsonaro foi recebido sob o grito intenso de " MITO! MITO! MITO!",
muitos jovens gritavam, era estarrecedor. Gritavam e faziam gestos que
representavam uma arma nas mãos. A linguagem profundamente militarizada, num
tipo de performance, meio dramática e meio patética. Na ante-sala em que
estávamos, aguardando o nosso momento de falar, ele chegou rodeado de
seguranças e apoiadores locais. É o típico menino surfista marrento fanfarrão
riquinho do Direito da UFRJ. O tipo que eu só tinha conhecido pela televisão.
Na
mesma sala, a Marisa Lobo esbravejava porque não se sentia tratada com a
dignidade que pensava merecer. Fazia lives queixando-se da Câmara, da Cidade,
da estrutura. Era ela também autora de uma performance tragi-patética. A loira
sulista dondoca perua escandalosa que bradava pra todo lado que devia ser
melhor tratada pois viera de Curitiba e era esposa de um Deputado ( não sei que
deputado e nem se é verdade).
Baturité
é uma cidade muito forte. Havia, além dos seguidores do Bolsonaro, muitos
movimentos sociais, fazendo oposição dura, vocal, física a eles. Era um tumulto
só. Todas as falas se davam sob gritos, vaias e aplausos simultaneamente.
Muitos LGBTs, estudantes, sindicalistas, mães de alunos, professores, e muitas
mulheres de todos os tipos se opondo ao Projeto Escola Sem Partido. A
resistência, ali, era também de gênero.
Quando
chegou a minha vez de falar, o pessoal da Direita já tinha ido embora. Mas a
Câmara seguia cheia. Foi muito cansativo. Foi muito bonito ver a resistência e
a mobilização dos moradores de Baturité.
Me
assusta a quantidade de jovens apoiando o Bolsonaro. Gritando pelo nome dele.
Como é possível? Isso a gente vai ter de aprender a responder, e vamos ter de
aprender a disputar as ideias desse pessoal.
Bolsonaro
e afins são despreparados. Burros. Desonestos. Canalhas. Medíocres. É dessas
características que o populismo autoritário se alimenta.
É
bom nos prepararmos para lutas mais duras. (Publicado em seu perfil, no
facebook).
*
Helena Vieira é Assessora Parlamentar na
Assembleia Legislativa do Ceará.
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Foto: Reprodução/ Facebook. |
O que esperar de uma juventude educada no molde militar. Ditatorial da nossa educaçao fornal? E quantas escolas militares estao sendo implantadas? E tantas outras que nao sabem de sua propria historia? Triste e cruel, resta-nos resistir
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