Os
tempos são de desesperança generalizada com a política, com os partidos, com as
eleições, muitos já não conseguem acreditar que as soluções para os nossos
problemas sociais possam vir da política, dos partidos, dos sindicatos. A
insegurança crescente, o aumento da pobreza, do desemprego parecem ser questões
frequentemente insolúveis. Frente a esse sentimento de fracasso da política, é
muito comum que estejamos todos, em alguma medida, em busca de saídas. Alguns,
buscam a saída no autoritarismo de uma intervenção militar, outros esperam uma
renovação na política.
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Helena Vieira é escritora e ativista. ( Foto: Reprodução/ Facebook). |
É
muito comum que nos empolguemos com os discursos daqueles que dizem trazer as
boas novas, as melhores intenções e a novidade. Quem não espera por uma
novidade quando está sem rumo, não é? Mas é preciso ter muito cuidado. Uma
mudança no paradigma da política é necessária, mas não é simples, é um caminho
longo, que passa pela cultura, pela natureza das relações econômicas e de poder
na nossa sociedade. É das contradições desta “velha política”, das nossas
insatisfações e da transformação dessas dores em luta política que podemos
produzir uma nova forma de fazer política.
Não
se pode fabricar a novidade. Não existe um curso, uma disciplina, uma aula que
ensine ninguém a ser o novo, a renovação ou o emissário de uma nova política.
Isso é artificial. A política capaz de transformar nosso mundo é a da luta. Não
nos enganemos pensando que é na formação técnica que se faz a boa política,
isso é a própria aniquilação da política, no sentido de que se apresenta como
neutra.
Aqueles
que dizem que a renovação política não é ideológica, é só “ pra frente” ou
carecem de discernimento político ou querem esconder as próprias posições,
afinal, na política a não-posição é um posicionamento. Em 2018 é bom que
perguntemos: Quem financia a renovação da política? Já dizia a sabedoria
popular, esmola muita o santo desconfia. (Com
informações do O Povo).