Ateliê de redes da Mestra Dinha, em Nova Olinda, é transformado em museu orgânico


Mestre Dinha. (FOTO/Augusto Pessoa).

Texto | Nicolau Neto

Raimunda Ana da Silva, 68 anos, mora no bairro Vila Alta, em Nova Olinda. Mas a artesã figura entre as personalidades da cidade “indutora do tursimo” como Mestra Dinha.

Seu ofício, a arte de fazer redes nos moldes tradicional, lhe rendeu o título de mestra. Em vídeo exibido na última sexta-feira, 09, no Tetro Violeta Arraes Engenho de Artes Cênicas, em Nova Olinda, durante o último dia de programação do Seminário Internacional Patrimônio da Humanidade Chapada do Araripe, Dona Dinha, como também é conhecida, conta como aprendeu a manusear os tecidos. Segundo ela, aprendeu observando. De tanto observar as outras pessoas, como a própria irmã, ela começou a fazer.

Hoje, ela tem uma grande máquina de tear antiga no quintal de sua casa que divide espaço com outra que lhe garante mais celeridade, visto que os fios já chegam a ela prontos. Antes, tudo era feito pela mestra – a novelada, o fio, o tear, até chegar o produto final.  

A arte de fazer rede por Dinha já ultrapassou meio século. Aprendeu observando e sua primeira rede veio com 12 anos e não parou mais. O reconhecimento do ofício veio. A partir de um projeto que tem à frente a Fundação Casa Memorial Homem do Cariri, o Sesc e a Fecomércio, a casa de Dona Dinha foi transformada em Museu Orgânico, passando a ser denominada de Museu Casa Oficina Mestra Dinha.

A arte de fazer rede da mestre Dinha já ultrapassou meio século. Montagem/Nicolau Neto. (FOTO/Augusto Pessoa).

Segundo os idealizadores do projeto, a ideia é fortalecer o turismo cultural nos espaços de tradição e memória do Cariri. A inauguração ocorreu na tarde desta sexta-feira, 09, com a presença de mestres de culturas de cidades vizinhas, professores/as, estudantes, das altaneirenses Heloisa Bitu e Corrinha Lino, arqueóloga e geógrafa, respectivamente, de Alerberg Quindins, fundador da Casa Grande, do presidente da Fecomércio, Maurício Filizola e do Secretário de Cultura do Estado do Ceará, Fabiano dos Santos.

Com a inauguração, a Mestra Dinha passa a ser a primeira mulher homenageado com museu orgânico.

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