(FOTO/Nelson Jr./STF). |
Os
ministros do Supremo Tribunal Federal retornaram do recesso, nesta quinta (1),
e tomaram três decisões desfavoráveis ao governo Jair Bolsonaro. Duas delas
constrangem diretamente o presidente e, a outra, empareda Sérgio Moro - que se
tornou dependente dele após o impacto para a sua imagem da publicização das
conversas juridicamente promíscuas com procuradores da Lava Jato.
Bolsonaro
aproveitou o período de recesso do STF e do Congresso Nacional, instituições
responsáveis por freios e contrapesos ao poder do Executivo federal. Ou seja,
que contam com o papel constitucional de impedir que o caldo desande em nome do
autoritarismo presidencial. Para tanto, disparou uma metralhadora de
aberrações, chamando para si a atenção da imprensa e das redes sociais e
levando ao delírio a parcela medieval de seus fãs.
Nesta
quinta, faz exatas duas semanas que ele começou sua mais recente escalada do
destempero, inaugurada em uma live no Facebook no dia 18.
Em
resumo, neste meio tempo, Bolsonaro defendeu o nepotismo; disse que a fome no
Brasil era uma "grande mentira"; atacou o Nordeste; difamou a
jornalista Miriam Leitão, dizendo que ela mente sobre ter sido torturada;
afirmou que dados de satélite mentem sobre o aumento no desmatamento da
Amazônia; defendeu censura à Agência Nacional de Cinema; atacou a repórter
Talita Fernandes que questionou o porquê dele ter levado parentes ao casamento do
filho em um helicóptero da FAB; ameaçou de prisão o jornalista Glenn Greenwald
e agrediu seu companheiro e filhos; menosprezou o respeito ao meio ambiente,
dizendo que apenas veganos se importam com ele; defendeu o afrouxamento de leis
de combate ao trabalho escravo para poupar empregadores; afirmou que os
documentos que listam os mortos pela ditadura são mentirosos; minimizou a morte
de dezenas de detentos no presídio de Altamira; mudou os integrantes da
Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos, colocando uma pessoa
que exaltou o torturador Brilhante Ustra entre eles.
Brincou
com a dor alheia ao dizer que poderia contar ao presidente da OAB, Felipe Santa
Cruz, o paradeiro de seu pai, Fernando, preso, torturado e morto pela ditadura
em 1970. Diante da repercussão, deu outra declaração - de que ele foi morto por
organizações de esquerda. Nos registros da Comissão da Verdade, a culpa é do
Estado.
E o
STF pediu explicações sobre isso nesta quinta (1). O ministro Luís Roberto
Barroso atendeu a um pedido do presidente da OAB e interpelou Jair Bolsonaro
para que esclareça as declarações que deu sobre a morte de Fernando, pai do
presidente da OAB, Felipe Santa Cruz.
Vale
lembrar, contudo, que no dia último dia 16, o presidente da corte, Dias Toffoli,
atendeu a um pedido do senador Flávio Bolsonaro, filho primogênito do
presidente, e suspendeu investigações sobre as movimentações atípicas dele e de
seu ex-assessor Fabrício Queiroz. Ou seja, na média final para o mês de julho,
talvez o STF ainda esteja devendo.
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Com
informações do Blog do Sakamoto. Clique aqui e leia a íntegra do texto.
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