Rodrigo Maia, presidente da Câmara, acompanhou sessão da CCJ e ajudou Francischini (Foto: Pablo Valadares/Câmara dos Deputados). |
Em
mais uma sessão tumultuada, o governo conseguiu aprovar a admissibilidade da
reforma da Previdência na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara
Federal. Com 48 votos favoráveis ao relatório e 18 contrários, a matéria
considerada prioridade 'zero' pelo governo conseguiu, com dificuldade,
ultrapassar a primeira etapa de tramitação no Congresso Nacional. A oposição
informou que irá tentar anular a votação na Justiça.
O
resultado positivo só foi possível a partir de acordo com partidos do chamado
Centrão, que estavam insatisfeitos com o parecer do Delegado Marcelo Freitas
(PSL). O relator fez, então, uma complementação do voto e retirou quatro
pontos. Na defesa da complementação do voto, o relator alegou a necessidade de
valorização do "consenso majoritário" e urgência da votação.
Foram
retirados do texto o fim do pagamento de multa do FGTS para aposentados; a
possibilidade de se alterar, por projeto de lei, a idade máxima da
aposentadoria compulsória, o que poderia afetar indicações para ministros do
Supremo Tribunal Federal (STF); a exclusividade da Justiça Federal do Distrito
Federal para julgar processos contra a reforma; e o dispositivo que garante
somente ao Executivo a possibilidade de propor mudanças na Previdência.
Discussões
entre governistas e oposição foram intensas ao longo das mais de oito horas de
reunião da comissão. Chegaram a ocorrer desentendimentos até mesmo entre
aliados, quando deputados de partidos do centro, como PP e Cidadania, se
mostraram irritados com parlamentares do PSL por atrapalharem a celeridade da
Comissão. Houve bate-boca entre Arthur Lira (PP), líder da legenda, e a líder
do governo no Congresso, Joice Hasselmann (PSL).
Parlamentares
da oposição tentaram obstruir a reunião através de questão de ordem e
requerimentos, que acabaram negados - a primeira pelo presidente da comissão,
Felipe Francischini (PSL), enquanto os cinco requerimentos foram negados em
votação. O principal argumento utilizado pela oposição é o sigilo imposto pelo
Ministério da Economia aos dados que embasaram a matéria sobre a reforma da
Previdência.
O
pedido era para que houvesse a devolução da proposta até que o governo repasse
os dados do seu impacto nas contas públicas. Francischini barrou a tentativa.
Ele alegou que "se há dúvida do
impacto financeiro, histórico da Casa é discutir na comissão de mérito".
Após isso, houve a tentativa por parte da líder da minoria, Jandira Feghali
(PCdoB), de apresentar requerimento com assinatura de 1/5 dos parlamentares da
Casa para pedir suspensão da votação por 20 dias, que acabou indeferido.
Após
derrota, PCdoB e o Psol anunciaram, durante os votos, que irão entrar com
mandato de segurança "para anular o
resultado dessa votação fraudulenta", argumentou Ivan Valente (Psol).
Para
o governo, o foco é a instalação da comissão especial para analisar a reforma
da Previdência. Hasselmann projeta que isso deve ocorrer até amanhã. Para ela,
o acordo com o centrão foi um "passinho para trás". "A gente precisa desse voto também na
comissão especial e no plenário. Quem implode pontes no começo não consegue
fazer a travessia", afirmou. (Com informações do O Povo/Agências).
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