Quando era parlamentar, Bolsonaro posou ao lado de cartaz que ironizava as buscas por desaparecidos políticos da ditadura / Reprodução/Facebook. |
O
governo Jair Bolsonaro (PSL) determinou na última semana o encerramento do
Grupo de Trabalho Perus, responsável por identificar corpos de desaparecidos
políticos da ditadura militar (1964-1985) entre as 1.047 caixas com ossadas da
vala comum de um cemitério na zona oeste de São Paulo (SP), e o Grupo de
Trabalho Araguaia, responsável pela busca e identificação dos restos mortais da
guerrilha do Araguaia. A informação foi confirmada na manhã desta segunda-feira
(22) pelo jornal O Estado de S. Paulo. Ambos os grupos são atingidos pelo
decreto 9.759, que extinguiu conselhos e comissões que permitiam a participação
da sociedade civil no governo federal.
Os
grupos são vinculados à Comissão de Mortos e Desaparecidos Políticos, do
Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos. A pasta, chefiada pela
ministra Damares Alves, não informou se pretende continuar o trabalho de
identificação das ossadas, e disse apenas que “está avaliando, estudando e
proporá algo dentro dos parâmetros do decreto”.
Como
parlamentar, Bolsonaro criticou inúmeras vezes as buscas pelos desaparecidos
políticos da ditadura, e chegou a posar ao lado de um cartaz sobre as buscas na
região do Araguaia que dizia: “Quem procura osso é cachorro”.
A
Comissão de Mortos e Desaparecidos Políticos não foi extinta, porque é
resultado de uma lei federal.
A
partir do trabalho do grupo de Perus, já foram colhidas 750 amostras ósseas,
das quais 500 já foram enviadas para laboratórios da International Commission
on Missing Persons (ICMP), na Bósnia e na Holanda. (Com informações do Brasil de Fato).
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