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Câmara dos Deputados votou ontem, em Brasília, a proposta que regulamenta
direitos dos empregados domésticos, com alterações em relação ao relatório
apresentado pelo senador Romero Jucá (PMDB-RR) e aprovado pelo Senado. A
principal modificação, considerada uma derrota para o Governo, foi a derrubada
da previsão de que os trabalhadores domésticos só poderiam receber como
seguro-desemprego um salário mínimo por três meses.
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Presidente da Câmara, Eduardo Cunha, presidiu a sessão que analisou a regulamentação dos direitos domésticos. |
A
proposta estabeleceu o pagamento pelo período de três a cinco meses. Como o
projeto foi modificado, voltará a ser analisado pelo Senado antes de seguir
para sanção da presidente Dilma Rousseff. Apesar das alterações, a expectativa
é que o texto de Jucá seja restabelecido ao ser votado no Senado. Segundo o
presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), foi fechado acordo para isso.
Uma
das principais vitórias do Governo foi conseguir manter a contribuição
previdenciária do empregador em 12%. No Senado, a proposta havia sido aprovada
com a alíquota de 8% e na votação de ontem, houve uma tentativa de restabelecer
o percentual. Outra alteração providenciada pelos deputados federais foi
estabelecer que o trabalhador que atue por 12 horas seguidas tendo 36 horas
sucessivas para o descanso, receba em sua remuneração mensal o pagamento pelo
descanso semanal remunerado e pelo repouso em feriados.
Para os vigilantes
Os
deputados embutiram um destaque que foi aprovado para que a regra passe a valer
também para vigilantes de instituições financeiras. Eles ainda retiraram do
texto a previsão de que auditores do Ministério do Trabalho pudessem fiscalizar
o cumprimento das regras do trabalho doméstico dentro das residências.
Os parlamentares mantiveram, por outro lado, a
proibição de contratar um empregado doméstico para uma jornada menor do que 25
horas semanais. A regulamentação vai viabilizar alterações na relação
trabalhista entre os empregadores e os empregados domésticos aprovada em abril
de 2013 numa emenda constitucional que ampliou os direitos da categoria.