![]() |
Senadoras
Benedita da Silva e Lídice da Mata se cumprimentam durante
votação da PEC que
aumenta direitos das empregadas domésticas
|
Por
unanimidade, o Senado aprovou ontem, em primeiro turno, a proposta que amplia
os direitos das empregadas domésticas brasileiras.
Para
que as regras entrem em vigor, a PEC (Proposta de Emenda Constitucional)
precisa passar por nova votação dos senadores, o que deve ocorrer na próxima
semana. Depois de aprovada, a proposta vai para promulgação.
A
PEC concede novos direitos aos domésticos, como adicional noturno, hora extra,
jornada máxima de 8 horas diárias e FGTS obrigatório.
Terão
direito aos benefícios todos os que prestam serviços domésticos, como
jardineiros, motoristas e babás.
A
proposta revoga o artigo 7º da Constituição e deixa de segregar os direitos dos
domésticos em relação a outros trabalhadores.
Entre
os novos benefícios estendidos às domésticas, estão auxílio creche e
pré-escolar, assim como seguro contra acidentes de trabalho.
“O
parlamento não pode fazer leis como uma indústria faz um produto. Hoje estamos
garantindo a celeridade que a sociedade nos cobra”, disse o presidente do
Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). Os senadores mantiveram o texto aprovado
pela Câmara. Só fizeram uma emenda de redação que torna claro o direito à
licença-maternidade de quatro meses para as empregadas domésticas.
Foram
70 votos a favor, nenhum contrário ou abstenção -fato que não é comum no
Senado.
Alguns
congressistas compararam a PEC a conquistas históricas do País, como a abolição
da escravatura. A ministra Eleonora Menicucci (Secretaria das Mulheres)
acompanhou a votação no plenário do Senado.
Regulamentação
Embora
a PEC não exija sanção presidencial, há divergência de especialistas sobre o
prazo para as mudanças entrarem em vigor. Não está prevista a regulamentação de
parte dos novos benefícios, como o pagamento de horas extras, mas alguns exigem
regras específicas.
Ricardo Guimarães, mestre em direito do
trabalho e professor da pós-graduação da PUC-SP, disse que a lei pode causar
uma “grande confusão na jurisprudência [entendimento consolidado entre os
juízes]”.
“Como
controlar a jornada? No caso de um processo, por trabalhar dentro de casa, a
doméstica não teria testemunha que comprove as horas excedidas”.
O
presidente da ONG Doméstica Legal, Mario Avelino, também ressalta a
especificidade do trabalho doméstico, questionando como seria cobrada hora
extra de um caseiro. O Ministério do Trabalho só vai se pronunciar sobre o tema
depois de sua aprovação definitiva no Senado.
Relatora
da PEC no Senado, Lídice da Mata, (PSB-BA) considera que itens como hora extra
e redução dos riscos no trabalho não precisariam de regulamentação.
Só
direitos como a obrigatoriedade do recolhimento do FGTS, o seguro-desemprego, o
salário-família e a remuneração do trabalho noturno superior ao diurno, segundo
ela, precisariam de regulamentação posterior.
Autor
da proposta, o deputado Carlos Bezerra (PMDB- MT) considera que praticamente
todos os direitos entram em vigor a partir da aprovação da PEC.
Com informações do O Povo
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Ao comentar, você exerce seu papel de cidadão e contribui de forma efetiva na sua autodefinição enquanto ser pensante. Agradecemos a sua participação. Forte Abraço!!!